Política Internacional

Atriz de Harry Potter diz que recorrerá a morte assistida se perder autonomia: “Pediria para ser sacrificada”

Aos 84 anos, a atriz Miriam Margolyes afirma não querer viver em sofrimento ou perda de dignidade; debate sobre legalização da morte assistida no Reino Unido avança no Parlamento

Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)

Atriz de Harry Potter diz que recorrerá a morte assistida se perder autonomia: “Pediria para ser sacrificada”
Atriz de Harry Potter diz que recorrerá a morte assistida se perder autonomia: “Pediria para ser sacrificada” - Divulgação

A atriz britânica Miriam Margolyes, 84, afirmou estar disposta a recorrer à ajuda médica para morrer caso sua saúde se deteriore a ponto de tirar sua autonomia. Conhecida por interpretar a professora Pomona Sprout nos filmes de Harry Potter, Margolyes falou abertamente sobre o tema em entrevista à Weekend Magazine, onde detalhou sua luta contra problemas de mobilidade e outras condições crônicas.

“Não quero passar por um período de dor e constrangimento que diminua lentamente”, disse ela. “Se um derrame me impedisse de falar, ou tivesse dupla incontinência, ou perdesse completamente a razão, eu pediria para ser sacrificada. Quero ser quem eu sou. Não quero ser menos do que posso ser”, completou a atriz, numa declaração que reacende o debate público sobre fim de vida e autonomia.

Atualmente, a morte assistida não é permitida no Reino Unido. No entanto, o Parlamento britânico aprovou em junho um projeto de lei que legaliza a prática para pessoas em estado terminal e a proposta segue em tramitação na Câmara dos Lordes, a casa alta do Legislativo.

O texto, conforme divulgado pela imprensa, prevê que adultos com 18 anos ou mais, mentalmente competentes e com prognóstico de vida de seis meses ou menos, possam encerrar sua vida com assistência médica, mediante aprovação por médicos e por uma comissão avaliadora composta por assistente social, autoridade jurídica e psiquiatra.

Margolyes também tem falado com franqueza sobre as próprias limitações físicas. A atriz mencionou episódios de estenose espinhal e osteoporose, que a deixaram com mobilidade reduzida no último ano. “Não consigo andar muito bem e sou considerada deficiente”, disse ela em entrevista anterior, explicando o uso de bengalas, andador e scooter de mobilidade.

Além das questões médicas, Margolyes atribuiu parte de sua condição a excessos passados com a alimentação. Em entrevista à Vogue britânica, comentou, com ironia, que sua predileção por doces e comidas fortes contribuiu para a piora: “Decepcionei meu corpo… Não cuidei dele.” Em suas falas mais recentes, ela demonstra desejo de manter controle sobre a própria vida e dignidade, mesmo diante do avanço da idade.

O posicionamento de Margolyes soma-se a um debate mais amplo no Reino Unido sobre ética, medicina e direitos individuais, um tema que tem ocupado manchetes e mantido intensa discussão pública desde que a proposta de legalização entrou em pauta. Enquanto o projeto de lei avança em Westminster, vozes como a da atriz reforçam a urgência de discutir alternativas legais e garantias para pacientes em fim de vida.

FONTE: PEOPLE

LEIA TAMBÉM: Sophie Turner diz que redes sociais ‘quase a destruíram’ quando era uma jovem atriz


Qual foi o melhor filme de 2025 até agora? Vote no seu favorito!

Ver resultados

Loading ... Loading ...

Jornalista em formação pela Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, Giulia Cardoso começou em 2020 como voluntária em portais de cinema. Já foi estagiária na Perifacon e agora trabalha no núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo.
TAGS: Harry Potter, Miriam Margolyes, Reino Unido