Live-action de Branca de Neve quase alcança a perfeição, mas não chega lá
Melhor que adaptações anteriores da Disney, a novidade, que já está em cartaz nos cinemas brasileiros, ainda não alcança todo o seu potencial
Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)
Publicado em 20/03/2025, às 14h45
Primeira princesa da Disney, Branca de Neve finalmente embarca na proposta da empresa de reapresentar as suas histórias e ganha um live-action, que chega aos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira (20). Mas a novidade, estrelada por Rachel Zegler(Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes), supera as — duramente criticadas — adaptações anteriores do estúdio, como Mulan (2020) e A Pequena Sereia (2023), ou é só mais um caça-níquel da casa do Mickey?
Na história, a Rainha Má (Gal Gadot, Mulher Maravilha), com ciúmes da beleza de Branca de Neve (Rachel Zegler), manda matá-la. Porém, quando o seu plano não funciona, a garota acaba indo morar com sete amigos mágicos na floresta. Determinada a se livrar da jovem, a rainha se disfarça e a envenena, colocando a vida da princesa nas mãos de um jovem rebelde à la Robin Hood.
Como em outros live-actions, Branca de Neve apela para a nostalgia enquanto procura cativar um novo público, mas não consegue ser comovente ou sincero. A narrativa tenta mesclar o que já é sabido sobre a princesa com repaginações — como o hoje polêmico beijo entre uma Branca de Neve desacordada e o seu príncipe encantado —, o que é bom, em certos pontos, mas não conversa totalmente com discursos atuais.
O longa ousa e acerta ao se distanciar do clássico, evitando se tornar uma cópia exata da animação de 1937. Os anões, por exemplo, agora são seres místicos do bosque, evitando uma polêmica que surgiu assim que o live-action foi anunciado. Outro ponto positivo é a história do príncipe encantado: aqui, ele perde o título e se torna Jonathan (Andrew Burnap, Em Nome do Céu), um bravo e heroico rapaz, que cruza o caminho da protagonista.
No entanto, visualmente, a novidade sofre: toda a construção do universo fantástico da Branca de Neve são artificiais — um problema já notado em outras produções, como O Rei Leão (2019) e A Pequena Sereia — e fica visível que toda a história foi rodada em um estúdio, frustrando o espectador, que não consegue imergir por completo nesse mundo, além de lidar com cenas desapontantes e caricatas, e um filme que, no fim das contas, se revela sem coração.
Para "ajudar a piorar", as atuações de Rachel Zegler e Gal Gadot não são das melhores. Como Branca de Neve, Zegler exagera no papel da boa e inocente mocinha, soando falsa em determinados momentos. Gadot, por sua vez, é ótima em "fazer carão", mas sofre em momentos mais dramáticos. O único que se salva é Andrew Burnap, que tem carisma e um jeito galanteador capaz de conquistar o público.
Mesmo sem um ritmo agradável e um desenvolvimento convincente, Branca de Neve pode agradar aos menos exigentes, que estão apenas em busca de um divertimento leve para o final de semana. Porém, para os fãs da princesa, a novidade pode dividir opiniões.
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