Destaque internacional, cineasta quer ir atrás de novas oportunidades dentro do mercado, além de fomentar novos talentos na indústria
Publicado em 22/07/2024, às 17h00 - Atualizado às 19h00
Se Carlos Manga Jr. entende de algo, esse algo é cinema. Filho do também diretor Carlos Manga, o cineasta respira cinema desde a infância. Quando criança, o pai montava um projetor de 35 mm e, nele, assistiam a filmes de Charles Chaplin, da Hollywood da década de 1950, de Luiz Severiano Ribeiro, fundador do Grupo Severiano Ribeiro e, principalmente, da Atlântida Cinematográfica, onde Manga Pai havia começado na profissão.
Mas não só isso. A paixão levou Manga Jr. a começar cedo na carreira, aos dezenove anos, dirigindo propagandas comerciais, em uma época que as produções eram exibidas nas telonas. O talento chamou a atenção da Globo - uma das maiores emissoras de televisão do país até hoje - e ele foi convidado para dirigir a novela Vamp, de 1991.
Ficou na emissora por mais alguns anos antes de migrar para Los Angeles, na Califórnia, e comandar trabalhos não só nos Estados Unidos, mas também na Europa, ao lado de nomes como Christopher Doyle, de Amor à Flor da Pele (2000), e John Matheson, de Gladiador (2000). De volta ao Brasil, passou a integrar o time do Globoplay e foi responsável por destaques internacionais como Se Eu Fechar os Olhos Agora(2018-2019), Aruanas(2019-2021) e Desalma(2020-2022).
Agora, meses após deixar o Globoplay, Manga Jr. leva a sua bagagem de anos para a INK Company, onde passa a atuar em diversas frentes da criação e direção artística do grupo: como diretor, em publicidade, na Veludo; em conteúdo/entretenimento na Academia de Filmes; e em cultura no Instituto Academia de Cultura, além de participar da direção artística de projetos futuros e da curadoria de novos talentos.
"Eu sou um diretor, um filmaker, um diretor artístico, cineasta, seja qual for o nome que usamos. É isso que eu sou. Esse é meu ofício. É estar no set [de filmagens]. É a direção, é criar universos, é contar uma história, ser um story teller", conta em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil. "Mas eu também vou ser um diretor artístico. A minha posição não é administrativa, não é burocrática, nem um pouco. É totalmente artística."
A parceria com a INK Company veio quase por acaso, após a saída do Globoplay: "Analisando projetos, entre roteiros de filmes e séries, tinha alguns projetos com o [CEO e produtor da INK] Paulo Schmidt, da Academia de Filmes", relembra Manga Jr..
O cineasta foi para São Paulo conversar e, de um reencontro com Paulo e Maria Clara Fernandes, curadora da Academia de Filmes, surgiu a ideia de somar potências: "Nós sempre fomos muito amigos. Sempre conversamos muito sobre roteiros, possíveis roteiros ao longo dessa minha jornada, então uma amizade de muitos se reencontrou ali e pensamos: 'por que não viramos uma grande banda?' Já que estamos falando com a Rolling Stone", brinca o cineasta.
A ideia de Manga Jr. é aproveitar do que a INK Company tem a oferecer e somar com a sua experiência para criar novas oportunidades na indústria audiovisual brasileira: "O grupo INK tem a Academia de Filmes, que cuida de entretenimento, sejam filmes, séries, minisséries, diferentes formatos. E tem a Academia de Cultura, que é muito interessante, porque é onde a gente vai produzir peças de teatro", continua.
"Coproduzir. Coprodução. Nós usamos muito essa palavra também: coprodução", acrescenta Manga Jr., de forma esclarecedora. "A produtora é muito agregadora, muito aberta. Então, [queremos] coproduzir peças de teatro, possivelmente coproduzir trabalhos com grupos de dança, instalações. A Academia de Cultura é para isso. É para esse outro lado. E já tem muita coisa acontecendo."
Dentre os projetos em andamento, além de produções locais, estão coproduções com Portugal, incluindo um true crime sobre o assassinato de uma grande figura paulista na década de 1990, que ficou conhecida pela criação de um perfume de sucesso nacional; e com a Alemanha, que será uma obra situada na época da Segunda Guerra Mundial.
Segundo Manga Jr., o mercado internacional é uma meta a ser alcançada em sua parceria com a INK: "É um objetivo pessoal, como diretor. E é um objetivo da Academia de Filmes, que faz parte do grupo. De ter parceiros [internacionais] nessas coproduções. É uma meta, é um objetivo e já está acontecendo", afirma.
Por fim, o cineasta também espera aproveitar da parceria para encontrar e lançar novos talentos: "Eu vou estar aqui botando a minha mão na massa, mas tem um limite para isso. A produtora é um ecossistema audiovisual, é um vulcão de produzir coisas. E, obviamente, eu tenho um limite pras minhas coisas", explica.
"E os outros projetos? Teremos pessoas que acreditamos, que a produtora acredita, o grupo acredita. É um grupo de produção. A gente quer produzir e fomentar talentos", conclui.
Para qual lançamento de 2024 você está mais ansioso? Vote em seu filme favorito!
- Deadpool & Wolverine (25 de julho)
- Estranho Caminho (1º de agosto)
- Armadilha (8 de gosto)
- Borderlands (8 de agosto)
- O Corvo (22 de agosto)
- Motel Destino (22 de agosto)
- Tipos de Gentileza (22 de agosto)
- Os Fantasmas Ainda se Divertem (5 de setembro)
- Coringa: Delírio a Dois (4 de outubro)
- Venom 3: A Última Rodada (24 de outubro)
- Gladiador 2 (22 de novembro)
- Wicked (27 de novembro)
- Moana 2 (27 de novembro)
- O Auto da Compadecida 2 (25 de dezembro)
- Nosferatu (Ainda sem data de estreia confirmada)
