Diretor indicado ao Oscar é sincero sobre longa duração dos filmes; e muitos irão concordar
A declaração do diretor chega em um momento em que produções épicas e franquias de Hollywood, muitas vezes com mais de três horas, se tornaram comuns
Angelo Cordeiro (@angelocordeirosilva)
O diretor e roteirista Alexander Payne (Os Rejeitados) não teve papas na língua ao falar sobre a duração exagerada dos filmes contemporâneos. Em entrevista concedida ao festival de Locarno, o cineasta foi direto.
“Estou com 64 anos de idade e continuo vendo filmes com três ou quatro horas de duração, sem nenhuma necessidade. Quando eu assisto a esses filmes modernos, eu digo: ‘Corta. Corta. Já chega'”, afirmou Payne, demonstrando frustração com a tendência de estender longas sem justificativa narrativa.
Ao longo da carreira, Alexander Payne foi indicado ao Oscar cinco vezes, vencendo duas delas. Ele recebeu o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado por Sideways: Entre Umas e Outras (2004) e Os Descendentes (2011).
Além disso, acumulou indicações como Melhor Diretor por Nebraska (2013), Sideways: Entre Umas e Outras (2004) e Os Descendentes (2011), consolidando-se como um dos cineastas mais respeitados de Hollywood, reconhecido por sua habilidade em combinar humor, drama e observações afiadas sobre a vida cotidiana.
Menos é mais
Apesar da crítica, Payne reconhece que algumas histórias demandam tempo para serem contadas. No entanto, ele ressalta que a duração só se justifica quando o filme originalmente seria ainda mais longo — e que cada minuto a mais precisa ter propósito.
“Você quer que um filme seja o mais curto possível. Há muitos filmes longos hoje em dia. Se você vai fazer um filme de três horas e meia de duração, pelo menos faça a versão mais curta possível de um filme de três horas e meia”, finalizou.
Fonte: World of Reel
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