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Entenda a polêmica nos bastidores de ‘Elio’, novo filme da Pixar

Mudanças criativas e saída de diretor marcam produção de Elio

Angelo Cordeiro (@angelocordeirosilva)

Entenda a polêmica nos bastidores de 'Elio', novo filme da Pixar
Entenda a polêmica nos bastidores de 'Elio', novo filme da Pixar - Divulgação/Pixar

O lançamento do filme Elio, da Pixar, foi acompanhado por uma série de controvérsias envolvendo decisões criativas e mudanças na equipe de produção. Inicialmente, o longa seria dirigido por Adrian Molina, cineasta abertamente gay e conhecido por seu trabalho em Viva – A Vida é uma Festa (2017). A proposta original incluía um protagonista latino e queer-coded, trazendo representatividade inédita para as animações do estúdio.

Durante o processo de desenvolvimento, no entanto, a direção do projeto mudou de rumo. Após exibições-teste e reuniões internas, executivos da Pixar solicitaram alterações significativas no roteiro e nos personagens. Essas mudanças resultaram na saída de Molina, que optou por deixar a produção diante das revisões que descaracterizaram sua visão inicial. Posteriormente, Madeline Sharafian e Domee Shi assumiram a direção do filme.

Representatividade reduzida e impacto no elenco

Um dos pontos centrais da discussão foi a diminuição da representatividade queer e latina no filme. Fontes internas relatam que cenas e características do personagem principal, que sugeriam sua identidade queer, foram gradualmente removidas. Elementos como o interesse do protagonista por moda e sinais de um possível crush masculino deixaram de fazer parte da versão final.

A saída de Molina também impactou o elenco. America Ferrera (Barbie), inicialmente escalada para dublar a mãe de Elio, deixou o projeto após já ter gravado parte de suas falas. Segundo relatos, a atriz ficou insatisfeita com a perda de representatividade latina na liderança do filme. O papel foi reformulado e, posteriormente, assumido por Zoe Saldaña (Emilia Pérez), que passou a interpretar a tia do personagem.

Recepção do público e repercussão no mercado

O resultado dessas mudanças foi sentido no desempenho de Elio nas bilheterias. O filme registrou uma abertura abaixo das expectativas, arrecadando cerca de 20,8 milhões de dólares no fim de semana de estreia. A repercussão negativa também se refletiu entre profissionais da indústria, com relatos de insatisfação e até mesmo de desligamentos após as alterações na equipe e no roteiro.

A situação de “Elio” reacendeu debates sobre os desafios de promover diversidade e inclusão em grandes produções de animação. A decisão de reduzir elementos ligados à identidade queer e latina foi atribuída a preocupações comerciais, especialmente após o desempenho de outros títulos recentes do estúdio. Internamente, porém, parte da equipe atribui as decisões à própria liderança da Pixar, e não apenas à influência da Disney.

O futuro da representatividade nas animações

A trajetória de Elio evidencia as tensões existentes entre criatividade, representatividade e estratégias de mercado em Hollywood. Enquanto alguns profissionais defendem histórias mais autênticas e inclusivas, outros priorizam a busca por maior aceitação do público geral. O caso do filme levanta questionamentos sobre como os estúdios irão equilibrar essas demandas em projetos futuros.

Com a saída de Adrian Molina, a Pixar anunciou que ele irá co-dirigir a sequência de Viva – A Vida é uma Festa, mantendo sua presença no universo das animações. Já Elio segue como um exemplo recente das complexidades envolvidas na produção de filmes que buscam inovar tanto no conteúdo quanto na representatividade.

Por que Adrian Molina deixou a direção de Elio?

Adrian Molina saiu do projeto após mudanças solicitadas pela liderança da Pixar, que alteraram significativamente sua visão original para o filme.

O que mudou no personagem principal de Elio?

Elementos que sugeriam que Elio era um personagem queer e latino foram removidos, tornando o protagonista mais genérico na versão final.

Qual foi o impacto dessas mudanças no elenco?

America Ferrera deixou o projeto devido à diminuição da representatividade latina na liderança, sendo substituída por Zoe Saldaña, que assumiu um papel reformulado.

Fonte: THR

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Bastidores de “Elio”: entenda as mudanças criativas, a saída de Adrian Molina e o impacto na representatividade queer e latina no novo filme da Pixar.

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Angelo Cordeiro é repórter do núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo. Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas, escreve sobre filmes desde 2014. Paulistano do bairro de Interlagos e fanático por Fórmula 1. Pisciano, mas não acredita em astrologia. São-paulino, pai de pet e cinéfilo obcecado por listas e rankings.
TAGS: elio, pixar