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Cinema / Curiosidade

Francis Ford Coppola revela livros que influenciaram seu novo filme 'Megalopolis'

Diretor compartilha obras literárias que ajudaram a moldar sua nova produção, estrelada por Adam Driver

Francis Ford Coppola (Getty Images)
Francis Ford Coppola (Getty Images)

Francis Ford Coppola, diretor renomado por clássicos como O Poderoso Chefão e Apocalypse Now, discutiu as influências literárias por trás de seu mais recente filme, Megalopolis, que será lançado em 31 outubro de 2024.

Em entrevista à revista The New Yorker, Francis comentou sobre os livros que influenciaram diretamente o roteiro e o desenvolvimento do filme. O diretor destacou que, ao longo dos anos, passou a ler obras que não necessariamente se conectam diretamente com o que está criando, mas que, de alguma forma, acabam moldando seu trabalho.

Confira:


1. The Dream of the Red Chamber – Cao Xueqin

Segundo Coppola, este clássico da literatura chinesa do século XVIII o influenciou durante o processo de criação de Megalopolis. Ele comentou sobre a beleza do livro, que narra a vida de uma família aristocrática chinesa e as dinâmicas entre o protagonista e as mulheres de sua vida. 

É um livro muito bonito... Quando você lê, não está apenas na história, mas também nos sonhos dos personagens. Pensei, por que não posso fazer isso no meu filme?.

Essa obra foi lida por Coppola após ele terminar toda a leitura de Proust, outra influência marcante no desenvolvimento de Megalopolis.


2. Twelve Against the Gods – William Bolitho

Este livro foi crucial para a construção do personagem principal de Megalopolis, Cesar Catilina, interpretado por Adam Driver. A obra de Bolitho descreve doze figuras históricas que desafiaram as normas de suas épocas, incluindo Lucius Sergius Catilina, uma inspiração direta para o personagem.

Comecei a pensar, bem, Catilina não escreveu a história. E se ele fosse alguém que traria algo maravilhoso, mas o que normalmente acontece aconteceu — as forças tradicionais subjugaram a nova ideia?

Essa reflexão sobre a narrativa histórica moldou o papel de Catilina como um visionário contestado pelas forças conservadoras, inspirado em figuras como Robert Moses e Walter Gropius.


3. Directors on Directing – Editado por Toby Cole e Helen Krich Chinoy

Esta coletânea de ensaios de diretores foi uma leitura formativa para Coppola. Ele destacou um artigo de Elia Kazan sobre sua abordagem para Uma Rua Chamada Pecado, que teve grande influência em sua própria maneira de abordar narrativas no cinema. Ele observou como o livro trouxe insights valiosos sobre a estrutura dramática e o trabalho com atores.

Há um artigo de Elia Kazan sobre como ele abordou Uma Rua Chamada Pecado que me influenciou muito.

4. The Chalice and the Blade – Riane Eisler

Francis também foi influenciado por esta obra, que explora a teoria de que as sociedades antigas eram matriarcais antes de serem dominadas por patriarcados violentos. O diretor refletiu sobre a forma como Eisler argumenta que as mulheres administram as sociedades de maneira mais 'colaborativa e sensata'.

Faz total sentido para mim que tenhamos vivido em matriarcados. Acho que as mulheres administram as coisas melhor. Elas são muito mais sensatas e colaborativas — elas são dadoras de vida.

5. Elective Affinities – Johann Wolfgang von Goethe

Por fim, Coppola mencionou Goethe como uma de suas influências literárias, especialmente com Elective Affinities, que explora as interações complexas entre dois casais. O diretor chegou a considerar a adaptação desse livro para o cinema, mas enfatizou que não sabe se esse projeto acontecerá. Em Megalopolis, Coppola incorpora a ideia de que "toda arte é tempo controlado", um conceito que ele acredita seguir em sua prática artística: 

Você me ensinou que toda arte é tempo controlado — o que eu acredito. Se você é um artista, você não adere ao tempo real... Como artista, você pode controlá-lo. Acho que faço isso o tempo todo.