Geração Z está indo ao cinema mais do que nunca, diz relatório

A Geração Z, correspondente aos nascidos entre meados dos anos 1990 e 2010, está indo aos cinemas mais do que nunca. O relatório anual Strength of Theatrical Exhibition (Força da Exibição Cinematográfica, em tradução livre), divulgado pela organização Cinema United em 17 de dezembro, registrou um aumento de 25% na ida aos cinemas entre o público jovem em 2025. Os dados contrariam a percepção de que plataformas digitais e serviços de streaming estariam levando ao fim da experiência cinematográfica para a geração dos chamados “nativos digitais”.

O levantamento mostra que 77% dos norte-americanos entre 12 e 74 anos assistiram a pelo menos um filme nos cinemas este ano. Já entre a Geração Z, especificamente, 41% desses espectadores foram ao cinema pelo menos seis vezes durante o ano, um salto considerável em relação aos 31% registrados em 2024. Na média, cada jovem estadunidense da geração assistiu a 6,1 filmes em salas de cinema ao longo de 2025, contra 4,9 no ano anterior.

O crescimento não se limita à frequência. O número de pessoas que assistiram a seis ou mais filmes anualmente cresceu 8% no geral. Os programas de fidelidade dos cinemas na América do Norte também registraram um aumento de 15% em novas assinaturas, sinalizando um engajamento duradouro com a experiência cinematográfica.

Acredita-se que o aumento deste ano se deva ao lançamento de vários filmes que se mostraram populares entre o público mais jovem. Entre os filmes com alta audiência na faixa etária abaixo de 30 anos, destacam-se Um Filme Minecraft, Demon Slayer: Castelo Infinito e Five Nights at Freddy’s 2.

O relatório também apresenta dados do estudo Attention Equation (Equação da Atenção, em tradução livre) da McKinsey & Company, empresa global de consultoria de gestão, revelando que as prioridades dos cinéfilos da Geração Z ao irem ao cinema são experiências imersivas e opções exclusivas e diferenciadas de concessões (pipoca, doces e refrigerantes).

Michael O’Leary, presidente e CEO da Cinema United, ressaltou a importância de uma análise detalhada. “A bilheteria do fim de semana é importante, mas uma medida mais precisa é analisar o setor anualmente e considerar inúmeros outros fatores do mercado para obter uma visão mais completa da força da indústria”, afirmou O’Leary. O presidente completou: “2025 é um exemplo perfeito de um ano em que uma bilheteria inconsistente ameaça ofuscar outras variáveis ​​que apontam para um futuro promissor para os filmes nas telonas.”

As descobertas fortalecem a posição daqueles em Hollywood que não compartilham a visão de que a Geração Z sempre escolherá plataformas digitais como TikTok em vez do cinema tradicional. Donna Langley, presidente da Universal Pictures, já havia argumentado no ano passado sobre o comportamento dessa audiência: “Não é como nos anos 90, quando adolescentes iam ao shopping e assistiam qualquer filme em cartaz. É uma exibição por compromisso. Mas você não pode prever em qual gênero eles estão interessados. Eles aparecem para Oppenheimer ou Barbie, ou outro filme que fizemos no ano passado, M3GAN.”

Langley complementa: “Mas tem que haver uma energia social. Tem que haver algo com que eles possam interagir e sobre o qual possam conversar com os outros.”

Nem todos os estudos chegam às mesmas conclusões. Um relatório da Deloitte divulgado anteriormente em 2025 concluiu que a Geração Z preferiria assistir a influenciadores nas redes sociais do que filmes e séries de TV. Outra pesquisa apontou que smartphones se tornaram “a tela mais usada” para assistir a novos conteúdos em vídeo, superando até mesmo a televisão.

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