Karla Sofía Gascón confirma presença no Oscar 2025 após polêmicas nas redes sociais

Nesta segunda-feira (24), a revista Variety publicou que a atriz Karla Sofía Gascón estará presente na cerimônia do Oscar 2025, marcada para 2 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood. A atriz espanhola, indicada ao prêmio de Melhor Atriz por sua atuação em Emilia Pérez, terá suas despesas cobertas pela Netflix, estúdio responsável pelo filme.

De acordo com a publicação, os detalhes sobre sua participação na cerimônia ainda não foram definidos, incluindo sua presença no tapete vermelho, possíveis entrevistas e a localização de seu assento durante o evento. Antes do Oscar, Gascón também planeja comparecer ao Prêmio César, principal premiação do cinema francês, que acontece no dia 28 de fevereiro, em Paris.

Polêmicas e impacto na temporada de premiações

A campanha de Karla Sofía Gascón na temporada de premiações foi marcada por controvérsias. A atriz se tornou a primeira mulher trans indicada ao Oscar na categoria de Melhor Atriz, mas postagens antigas suas no X (antigo Twitter), com comentários sobre muçulmanos, George Floyd e diversidade no Oscar, foram resgatadas e causaram forte repercussão.

Diante da controvérsia, Gascón cancelou sua participação em premiações importantes, como o Critics Choice Awards, o BAFTA Film Awards e o SAG Awards. A atriz divulgou um comunicado pedindo desculpas:

“Quero reconhecer a conversa em torno das minhas postagens antigas nas redes sociais, que causaram dor. Como alguém de uma comunidade marginalizada, conheço esse sofrimento muito bem e peço desculpas àqueles que machuquei. Sempre lutei por um mundo melhor e acredito que a luz sempre triunfará sobre a escuridão”.

Em 1º de fevereiro, após conceder uma longa entrevista à CNN en Español, Gascón afirmou que não faria mais declarações públicas sobre o assunto.

Recepção de Emilia Pérez e críticas ao filme

O filme dirigido por Jacques Audiard recebeu 13 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, mas tem gerado muitas controvérsias. A trama acompanha um chefe de cartel mexicano que simula sua própria morte para fazer a transição de gênero e se tornar a mulher que sempre quis ser, papel interpretado por Karla Sofía Gascón.

Desde seu lançamento, ativistas trans criticaram a forma como a narrativa aborda a transição de gênero, enquanto internautas mexicanos acusam o filme de reforçar estereótipos sobre o tráfico de drogas e ignorar os impactos do crime organizado no país.

O longa também foi alvo de críticas por contar com apenas uma atriz mexicana no elenco, enquanto Audiard, que nunca visitou o México e não fala espanhol, justificou a escolha de atores americanos afirmando que "não haviam profissionais no México" para os papéis.

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