Lassie, Snoop e Bruiser: Conheça os melhores cães da história do cinema
Seja como protagonistas ou apenas como companheiros dos personagens principais, cachorros podem transformar filmes e roubar o coração do público
Lassie, Snoop e Bruiser: Conheça os melhores cães da história do cinema
Publicado em 06/04/2025, às 14h46
No cinema, os cães salvam o dia de diversas maneiras. Eles podem dar mordidas, latir ou apenas fazer companhia para tornar o trabalho dos heróis menos solitário. Um cachorro nas telonas pode transformar um filme mediano em um clássico, roubar o coração do público apenas com alguns segundos de cena ou lançar um olhar profundo e cheio de sentimentos que adiciona ainda mais emoção para a trama.
Por isso, a Rolling Stone preparou uma lista com os 15 melhores cachorros do cinema. A seleção considera apenas os pets reais e não inclui personagens animados e “cães falantes”.
15. Bruiser — Legalmente Loira (2001)
Poucos cães conseguiriam usar tanto rosa, mas isso funcionou com Bruiser Woods. Interpretado por um chihuahua resgatado chamado Moonie, Bruiser é o companheiro constante da personagem Elle Woods. Seja ela lamentando a perda do ex-namorado idiota ou estudando para uma prova sobre delitos e contratos, o cãozinho está sempre ao seu lado oferecendo apoio emocional. Moonie reprisou o papel na sequência de 2009, Legalmente Loira 2, que teve Reese Witherspoon no papel de Elle em uma luta pelo direito dos animais. Na continuação, o público conhece a mãe de Bruiser (interpretada por uma chihuahua treinada pelo mesmo tutor) e descobre que ele é gay após ser pego acasalando com o rottweiler macho em um spa para cães. Esse, sim, é um arco de personagem. — Alison Weinflash

14. Einstein — De Volta para o Futuro (1985)
O primeiro viajante do tempo no mundo não foi Marty McFly, mas Einstein, o adorado cão do Dr. Emmett “Doc” Brown (Christopher Lloyd), que pulou no DeLorean de seu dono para avançar um minuto no futuro. Após retornar de sua viagem no tempo, o cão exausto vai descansar na caminhonete de Doc — mas ainda consegue avisá-lo sobre os terroristas que vêm atrás dele, confirmando o papel de Einstein no panteão dos mocinhos de quatro patas. Um cão chamado Tiger interpretou Einstein no primeiro filme da trilogia, mas era velho demais para reprisar seu papel nas sequências. Então, o pastor de caça chamado Freddie apareceu. — A.W.

13. Cachorro (sem nome) — John Wick (2014)
O princípio da conexão entre cães e humanos está na lealdade. E talvez não exista cão mais dedicado do que o pitbull que John Wick liberta de um abrigo de animais que ele invade para tratar de seus ferimentos após uma luta. Um simples olhar para o lindo pit bull cinza é o suficiente para que nosso herói, ainda em luto pela cruel morte do filhote que sua esposa lhe deu, o liberte. E assim, o cão — que não tem um nome na franquia — se torna seu único e fiel companheiro pelo resto da trama — Maria Fontoura

12. Winky — O Melhor do Show (2000)
"Deus ama um terrier," cantam Cookie e Gerry Fleck (Catherine O'Hara e Eugene Levy) na ficção que simula um documentário. A música é uma homenagem ao adorável norwich terrier chamado Winky, que transmite uma confiança tranquila no palco do show — mesmo quando Cookie se machuca e Gerry precisa assumir o papel de tratador para a competição final. Os juízes do festival de adestradores ficam deslumbrados com o profissionalismo do pequeno cão, e quando Winky é coroado Melhor da Exposição, ele parece nunca ter duvidado do próprio potencial. Como diz a música: "Deus não perdeu nem um ponto/ seja cão ou cadela/ quando ele fez o norwich mais alegre/ com seu fofo traseiro." — Lisa Tozzi

11. Apollo — Meu Companheiro Fiel (2025)
Bom comportamento e treinamento são essenciais, mas não há nada mais importante do que um olhar expressivo quando se trata de atores caninos. E Bing, o dogue alemão de 70 kg, é basicamente uma versão canina de Charlie Chaplin. Como um animal de estimação chamado Apollo, cujo dono morreu por suicídio, ele transmite uma tristeza que muitos atores humanos não conseguiram alcançar, sem mencionar que ele está em quase todas as cenas dos 123 minutos de duração do longa. Como os diretores do filme disseram à Rolling Stone, Bing lidou com tudo como um profissional: "É o ator mais relaxado com quem já trabalhamos", disse David Siegel. "Ele é realmente magnético." — M.F.

10. Hooch — Uma Dupla Quase Perfeita (1989)
Sim, crianças, no final dos anos 1980, era perfeitamente aceitável sugerir aos produtores uma comédia de policiais estrelada por Tom Hanks e um cachorro. Mas é difícil odiar algo assim quando você tem um mastim francês babão chamado Beasley interpretando o melhor amigo do homem e provando ser um grande parceiro de cena para o futuro vencedor do Oscar. Beasley até tem uma entrada épica ao som de "Also Sprach Zarathustra", correndo em câmera lenta em direção a Hanks. — David Fear

9. Baxter — O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy (2004)
Ron Burgundy (Will Ferrell) pode ter muitos colegas, mas o principal apresentador de notícias de San Diego tem apenas um verdadeiro confidente: um border terrier chamado Baxter, que consegue sobreviver a quedas de pontes e a um ataque de urso. Ele é o tipo de companheiro que pode tirar Burgundy da própria ilusão e se aconchegar ao lado dele com pijamas combinando — D.F.

8. Jack — O Artista (2011)
Claro, o francês Jean Dujardin foi quem levou para casa um Oscar de Melhor Ator por interpretar uma estrela de cinema mudo. Mas a verdadeira revelação deste vencedor de Melhor Filme foi Uggie, o adorável jack russel terrier (cujo nome do personagem era, naturalmente, Jack) que ficou ao lado de seu mestre nos bons e maus momentos. Houve até uma campanha de premiação “Considerem Uggie” que várias pessoas tentaram fazer decolar. O pequeno não concorreu ao prêmio da Academia, mas levou o prestigioso Palme Dog do Festival de Cinema de Cannes. — D.F.
7. Rin Tin Tin — Where the North Begins (1923)
O astro de quatro patas Rin Tin Tin pode não ter sido o primeiro cachorro do cinema a se tornar popular graças aos filmes, mas o "famoso cão herói policial" praticamente definiu o gênero em que cachorros salvam humanos para toda uma geração de cinéfilos. O pastor alemão foi uma das maiores estrelas da década de 1920, acima dos protagonistas do título, além de ser o mais peludo. Qualquer um que queira mergulhar em sua impressionante filmografia deve começar por este drama de 1923, no qual Rin Tin Tin cria laços com um caçador de peles na selva canadense. — D.F.

6. Snoop — Anatomia de uma Queda (2023)
“Ele tem um olhar e uma alma [na tela]”, disse a diretora Justine Triet sobre Messi, o border collie francês que quase roubou o drama indicado ao Oscar de 2023 de seus colegas humanos. “Acho que é por isso que as pessoas o tratam como um ator de verdade.” É fácil entender o porquê: quando seu personagem, Snoop, é alimentado com aspirina, o cachorro aparece ofegante, chiando e parece estar perto da morte. O fato de Messi interpretar a cena de forma tão convincente surpreendeu o público e conquistou uma legião de fãs. — D.F.

5. Asta — The Thin Man (1934)
Não dá para falar sobre cães do cinema sem mencionar Asta, o fox terrier de pelo duro (nome real: Skippy) que ajudou os detetives Nick e Nora Charles a resolver mistérios. Engenhoso, corajoso e, sem dúvida, o alfa desse trio — os Charles não levavam o cachorro para passear, mas sim o contrário —, Asta se tornou tão essencial para a série quanto as estrelas William Powell e Myrna Loy. Skippy interpretou o detetive canino nos três primeiros filmes, enquanto vários outros terriers treinados por seus donos interpretaram o personagem nas sequências. — D.F.

4. Brandy — Era uma vez… em Hollywood (2019)
Cite outro pitbull do cinema que seja forte o suficiente para enfrentar a família Manson — e vencer. A sempre leal Brandy (interpretada em grande parte por uma cadela chamada Sayuri) deu companhia ao ex-dublê profissional Cliff Booth (Brad Pitt); em troca, ele lhe dá comida se ela não choramingar na hora do jantar. E quando chega o momento de despachar os malvados que apareceram na casa de seu amigo Rick Dalton, Brandy prova que sua mordida é muito, muito pior do que seu latido. "Quando eu estava editando o filme, percebi: 'Ela é uma ótima atriz'", disse Quentin Tarantino ao aceitar o prêmio Palme Dog em Cannes por ela. — D.F.

3. Totó — O Mágico de Oz (1939)
Amigo original de Dorothy e rival de bruxas más. O cairn terrier Terry pode não ter o nome muito conhecido, mas é impossível negar que ele é tão perseguido pela vilã interpretada por Margaret Hamilton quanto Dorothy. Seja relaxando em um cenário amarelado ou trotando pela estrada de tijolos, Terry ajudou a transformar Totó em uma parte essencial deste clássico de Hollywood. A importância foi recompensada: Terry recebia um salário de US$ 125 por semana, mais do que muitos atores humanos que participaram do filme. — D.F.

2. Buddy — Air Bud (1997)
Não existe nenhuma regra que proíba cães de jogarem basquete — e este cachorro é especialista nas enterradas. Pode não ser uma história típica de encontros entre pets e humanos, mas dê crédito ao golden retriever Buddy (que não era apenas especialista em cestas, mas também no futebol, no futebol americano, no beisebol e no hóquei) por fazer você acreditar que um cachorro poderia realmente ir com tudo para a partida. Infelizmente, Buddy morreu logo depois que o filme o tornou uma estrela, mas seu legado viveu nos muitos filmes Air Bud que se seguiram. — D.F.

1. Lassie — Lassie, a Força do Coração (1943)
A rough collie inspirou muitos filmes com cachorros e é tão famosa quanto Marilyn Monroe ou Elvis Presley. Basta dizer o nome Lassie e praticamente todo mundo entre 12 e 82 anos vai conseguir imaginar uma variação da cadela interpretada pela primeira vez por Pal — um macho. Desde o momento em que Lassie apareceu na tela com Roddy McDowall e uma jovem Elizabeth Taylor neste drama familiar de 1943, o recurso inteligente do pet se tornou um enorme atrativo, e não só conquistou os cinemas, mas também programas de TV, programas de rádio, livros e remakes à vontade — vários dos quais contaram com os filhos de Pal como protagonistas. — D.F.

Artigo publicado em 6 de abril de 2025 na Rolling Stone. Para ler o original em inglês, clique aqui.
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