Martin Scorsese foi um professor 'muito assustador' na faculdade de cinema, diz Billy Crystal
Quando tinha 19 anos, Billy Crystal interagiu com um Martin Scorsese no começo da carreira, quando fazia o primeiro filme, Quem Bate à Minha Porta?
Felipe Grutter (@felipegrutter)
Publicado em 29/12/2024, às 13h00Um dos grandes cineastas da história de Hollywood, responsável por filmes como Os Bons Companheiros (1990), Taxi Driver – Motorista de Táxi (1976), O Lobo de Wall Street (2013) e Ilha do Medo (2010), Martin Scorsese foi um professor "muito assustador" na faculdade de cinema, segundo Billy Crystal, ator de Amigos, Sempre Amigos (1991) e Harry e Sally - Feitos Um para o Outro (1989).
Durante participação no podcast Today’s Sunday Sitdown With Willie Geist, em episódio lançado em 15 de dezembro de 2024, Crystal relembrou a experiência de ter aulas na Universidade de Nova Iorque (NYU) com o lendário diretor.
"Eu estava na escola de cinema e Martin Scorsese era meu professor de produção cinematográfica," afirmou. "Ele era um estudante de pós-graduação na época, apenas fazendo seu primeiro filme, chamado Quem Bate à Minha Porta?. E foi em 1968, 1969, 1970."
"[Ele] tinha uma barba grande, óculos de vovó e cabelo até os ombros," continuou. "Ele se parecia com todo mundo. Ele ficava atrás de você enquanto você estava editando seu filme e era muito assustador, porque ele olhava, era muito intenso e falava muito rápido - mesmo assim - ele falava mais rápido porque era, você sabe, 50 anos mais jovem."
E ele dizia: ‘Por que você filmou dessa maneira? Use uma imagem ampla! Howard Hawks sempre usou um enquadramento aberto.’ Eu disse: ‘Tenho 19 anos – não sei quem é Howard Hawks!’
Em seguida, Billy Crystal explicou que, apesar do período de faculdade ter sido há quase 60 anos, Martin Scorsese ainda sente o mesmo, com "a mesma energia" quando vê o diretor de 82 anos. Em outro momento da conversa, o ator relembrou como foi morar no West Village de Nova York no auge da contracultura.
"Este bairro era selvagem. Foi uma época terrível para os Estados Unidos, mas, ao mesmo tempo, excelente. Causa toda essa adversidade e todos os protestos contra a Guerra do Vietnã. Uniu-nos… o que resultou disso foi um renascimento na música, na poesia, na arte – que sentimos ainda hoje," disse. "De repente, surgiram vozes. Houve Joan Baez, houve [Bob] Dylan, houve o Grateful Dead. Todo aquele mundo era como aqui."
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