Morte no Nilo, adaptado do romance de Agatha Christie, leva às telas um dos maiores mistérios do detetive Poirot
Yolanda Reis | @_ysreis Publicado em 30/01/2022, às 10h00
Morte no Nilo é um dos principais romances de Agatha Christie, consagrada autora de mistério. Na história, o detetive Poirot, de férias, vê um assassinato no navio em que está, e precisa encontrar o culpado. Publicado pela primeira vez em 1937, o livro viu várias outras edições, traduções para dezenas de idiomas, diversas adaptações, além de uma ovação da crítica.
A adaptação mais recente de Morte no Nilo é o filme da 20th Century Studios. Com estreia prevista para 10 de fevereiro, o longa continua a narração das histórias de Christie no cinema - iniciada em 2017 com a filmagem do romance Assassinato no Expresso Oriente.
A saga cinematográfica de mistérios apresentou Kenneth Branagh como o famoso detetive Hercule Poirot. No trem, ele estava ao lado do grande amigo Bouc (Tom Bateman); os dois se encontram, quase por acaso, no Egito - e começa Morte no Nilo.
Embora o filme faça uma apresentação rápida e esperta dos personagens, Morte no Nilo - como muitos romances de Christie - apresenta uma grande carta de personagens. Conheça alguns dos principais:
Poirot é o famoso detetive belga de Agatha Christie. Esperto, astuto, sistemático (e um pouco biruta), o detetive quer descansar no Egito, mas encontra-se envolto em uma trama de amor misteriosa.
Bouc, o bem-nascido, aparece em Assassinato no Expresso Orientecomo sobrinho do diretor do trem. Morte no Nilo enfatiza a vida boêmia dele ao lado da mãe. É o laço entre Poirot e os enredos, aparentemente.
Bateman ficou empolgado com a perspectiva da sequência: “Foi muito interessante retornar a [...] No filme anterior, Bouc não se importava com ninguém além dele mesmo, mas agora ele cresceu e aprendeu a se importar.”
Como mãe zelosa, Euphemia vive entre amores ao filho Bouc. Ela é uma grande artista plástica com uma personalidade ainda maior que a fama. Aparentemente solteira, é uma fuga das mulheres da época, fato que chamou atenção da atriz: "Me diverti muito lendo sobre mulheres do período e o mundo boêmio na virada do século. Aprender sobre pintoras do período, e onde Euphemia pode ter treinado, e como isso pode ter impactado sua vida romântica foi uma parte muito importante no processo de entender a personagem.”
Linnet é uma mulher belíssima, forte, e herdeira de uma grande fortuna. No enredo, vive a vida de recém-casada ao lado de Simon Doyle. Mas toda a riqueza vem com problemas: receosa pela vida, pede ajuda de Poirot. Gadot brilha no papel, e gostou da personagem: “Ela é muito autocentrada, mas, ao mesmo tempo, muito compassiva. Está acostumada a ter as [tudo da maneira dela], mas é solitária, então tem um grande vazio por dentro.”
Homem bonito e charmoso, Simon está desempregado - mas nutre a vontade de trabalhar para bancar a paixão ardente por Jackie, noiva dele. Pelo menos, até conhecer Linnet, colega de escola da moça, e apaixonar-se por ela. Há a eterna dúvida: é amor ou ganância? Hammer enfatiza a dualidadeao interpretar o personagem: “O quanto você pode mostrar, o quanto pode deixar escapar? Precisa ter equilíbrio."
Louise Bourget é a tímida e franzina criada da rica Linnet. Ofuscada pela patroa, acaba sempre parecendo à beira de um ataque. Leslie concorda: “Louise está muito envolvida na extravagância de tudo, mas isso deve ser um pouco doloroso. Curte a vida de luxo, quer se associar a esse grupo, fazer parte do clã. No entanto, Linnet está sempre colocando o dedo na ferida de Louise ao lembrá-la do seu lugar na hierarquia.”
Além do choque de ver Emma saindo do papel de adolescente em Sex Education para assumir uma mulher independente em Morte no Nilo, vemos a atriz dar vida à forte e apaixonada Jackie. A personagem viveria e morreria por Simon, noivo dela no começo do filme, mas depois apaixonado pela rica Linnet, para desespero de Jackie. Uma dualidade da personagem é como "mesmo sendo uma mulher independente, forte e resiliente, faz tudo por Simon," comentou Mackey.
Salome Otterbourne é a rica e poderosa cantora de jazz, chamada para se apresentar no casamento dos Doyle no Egito. Sobre a personagem, Okonedo disse: “É uma mulher que simplesmente ama a vida. É muito confiante sobre si mesma e sobre seu corpo." A personagem passou por uma grande transformação para as telonas - no livro, ela é alcoólatra, escreve livros eróticos, e sofreu um processo de Linnet por escrever uma persagem parecida com ela.
Em Morte no Nilo, Rosalie é sobrinha de Salome, e age como empresária da cantora. Mostra-se como uma jovem independente, inteligente e muito articulada - esses aspectos atrairam Wright: “Ela é jovem, e ainda assim muito motivada e diligente. É muito interessante trazer para a história uma personagem sensata como essa e ver certas situações que derrubam essa confiança.”
Essa, porém, foi outra personagem bastante alterada para as telonas. Nos livros, Rosalie é filha de Salome, e apresentada como uma garota rabugenta, mimada, tempestuosa - e que odeia Linnet por ter tudo (roupas, amor, dinheiro). Depois, descobrimos que boa parte disso é por segurar o fardo de esconder a bebedeira da mãe - algo capaz de amargurar qualquer um.
Andrew foi criado ao lado de Linnet, é tido como primo dela. Cresceu para trabalhar no escritório de advocacia e lidar com a fortuna de Linnet - apesar do caráter pouco confiável dele. Fazal amou a ideia de participar de Morte no Nilo: “Minha infância foi repleta de livros de Agatha Christie. O Assassinato no Expresso do Oriente foi tão impressionante e tão rico.”
Toda festa de casamento precisa de um rejeitado - e Linus sofre esse papel. Ele é um médico apaixonado por Linnet, ex-noiva, e por salvar vidas. Mesmo com relativamente pouco tempo de tela, Brand procurou focar “no calor e na integridade do personagem."
