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Cinema / Diversidade

Muitas mulheres sofrem com fandom masculino tóxico de Star Wars, diz Kathleen Kennedy

Produtora de longa data da saga também crê que narrativa da franquia precisa representar todas as pessoas

Igor Miranda (@igormirandasite)
por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 02/08/2024, às 10h47

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Kathleen Kennedy, produtora de Star Wars (Foto: Kate Green/Getty Images)
Kathleen Kennedy, produtora de Star Wars (Foto: Kate Green/Getty Images)

Filmes e séries populares têm sido alvo de reações mistas quando tentam abordar a diversidade em seus roteiros. Este tem sido o caso de Star Wars: a saga criada por George Lucas viu até mesmo seus atores e atrizes se tornarem vítimas de manifestações tóxicas nas redes sociais, indo muito além de opiniões sobre o trabalho.

Dois exemplos que valem ser mencionados são os de Daisy Ridley, intérprete da protagonista Rey na recente trilogia de filmes da franquia, e a colega Kelly Marie Tran, responsável por viver Rose Tico em Star Wars: Os Últimos Jedi (2017) e Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019). As atrizes receberam ataques diversos na internet e chegaram a apagar suas contas online.

Leslye Headland passou por situação semelhante. A criadora e produtora da série The Acolyte se tornou a primeira mulher a tirar do papel um novo trabalho para Star Wars — e foi alvo de algumas reações negativas que priorizavam justamente seu gênero.

Ciente do que estava prestes a acontecer, Headland tomou uma decisão: limitou sua exposição na internet e passou a ser informada por amigos a respeito dos comentários feitos sobre ela na internet, independentemente se eram coisas boas ou ruins. Ainda assim, a produtora deixou claro não considerar um fã de Star Wars quem engaja nesse tipo de comportamento (via Movieweb).

Como fã, sei o quão frustrante foram algumas narrativas de Star Wars no passado. Eu mesma senti isso. Tenho minha empatia pelos fãs de Star Wars. Mas vou deixar claro: qualquer um que engaja em intolerância, racismo ou discurso de ódio, eu não considero um fã.”

Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm e produtora da saga, tem uma explicação para essa onda de ódio. Em recente entrevista ao jornal The New York Times, a profissional afirmou considerar a diversidade importante para a narrativa da franquia e que abusos acontecem pelo simples fato de o fandom de Star Wars ser dominado pelo público masculino.

Minha crença é de que a narrativa precisa representar todas as pessoas. Essa é uma decisão fácil para mim. Operar essas franquias gigantes agora, com as redes sociais e o nível de expectativa, é assustador. Acho que Leslye lutou um pouco contra isso. Acho que muitas mulheres que pisam em ‘Star Wars’ lutam ainda mais contra isso. Porque a base de fãs é dominada por homens, algumas vezes, elas são atacadas de maneiras que podem ser bem pessoais.”

A diretora do próximo filme de Star Wars

Recentemente, outra cineasta foi escolhida para comandar um novo projeto de Star Wars: Sharmeen Obaid-Chinoy. Ela será a diretora do próximo grande filme da saga. Daisy Ridley, por sua vez, ao papel da protagonista Rey.

Conhecida por seu envolvimento com trabalhos focados na desigualdade de gênero, Obaid-Chinoy também se tornou alvo do fandom de Star Wars justamente por seus trabalhos e algumas declarações feitas no passado. Por enquanto, todavia, ela foca no trabalho e prometeu, em conversa com a CNN (via Fox News) um filme especial.

Estou muito empolgada com o projeto pois acredito que o que estamos prestes a criar é algo muito especial. Estamos em 2024 agora e acho que está na hora de termos uma mulher para moldar a história de uma galáxia muito, muito distante.”

Entre os próximos filmes de Star Wars, o único com previsão de estreia é The Mandalorian & Grogu, que chega ao público americano no dia 22 de maio de 2026. A direção fica a cargo de Jon Favreau.

Colaborou: Augusto Ikeda.