Rolling Stone Brasil conversou com Danilo Grangheia, Jorge Paz e Roberta Gualda sobre a nova produção nacional, que já está em cartaz nos cinemas
Quem for assistir a O Sequestro do Voo 375 desavisado, sem conhecer a história real que inspira a produção ou, até mesmo, sem assistir a um trailer sequer, corre o risco de sair da sessão de queixo caído.
A novidade, que já está em cartaz em todo o país, é bastante diferente do que o cinema nacional costuma entregar e, segundo o elenco do longa, que conversou com a Rolling Stone Brasil, criar precedentes para que, no futuro, o Brasil se torne uma possível referência de produção cinematográfica.
"Dá um orgulho. É uma sorte ter feito [o filme]. Estar no lugar certo, na hora certa, para poder participar desse momento", declarou Roberta Gualda, que dá vida à controladora de tráfego aéreo Luzia. "Eu não me lembro de um filme que tenha mobilizado tanto efeito e que fez isso de uma maneira tão bacana quanto esse filme. E eu espero que ele abra portas para muitos outros."
De acordo com a atriz, o Brasil sempre foi muito retraído e tinha medo de investir em produções de grande porte como O Sequestro do Voo 375, que vem para mudar esse receio: "A gente tem capacidade técnica para fazer, as pessoas têm capacidade para fazer. A gente tem uma galera muito talentosa trabalhando em cinema para poder levar adiante esse tipo de sonho, esse tipo de projeto, e abrir mais essa janela para o nosso mercado nacional, pra gente deixar de achar que só Hollywood sabe fazer", acrescentou Gualda.
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Para Danilo Grangheia, que interpreta o comandante Murilo, a aposta em O Sequestro do Voo 375 cria um precedente para o cinema nacional: "A gente começa a criar uma possibilidade de ter o próprio filme, nacional, produzido aqui, como uma possível referência de produção", afirmou.
"Eu acho sensacional, mesmo levando em conta que é uma coisa nova para todo mundo. Investir nesse lugar, na maneira como ele pode ser feito, na maneira como ele pode ser produzido, em um terreno novo e possível. E a gente vê que é possível", ainda disse o ator.
Segundo Jorge Paz, intérprete do sequestrador Nonato, o retorno desse investimento vem da recepção do público: "Eu acho que [O Sequestro do Voo 375] vai arrebatar o brasileiro. O brasileiro quer isso. Nas salas de cinema, nas vezes que eu vi, a galera ficou maluca. Parecia um estádio. O povo gritando na hora das manobras do Murilo", relembrou.
"[O filme] vai dar uma incentivada na galera. A gente pode fazer, vamos fazer. Que tenha mais investimento, mais apostas, porque história é o que não falta", completou Paz.
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Em O Sequestro do Voo 375, que se passa em 1988, um voo com mais de 100 pessoas a bordo é sequestrado em pleno ar por Nonato (Jorge Paz), um homem frustrado com as dificuldades provocadas por uma crise no país e que deseja jogar o avião contra o Palácio do Planalto, com a intenção de matar o então presidente José Sarney.
Ao saber da situação, o piloto Murilo (Danilo Grangheia) precisa dar um jeito de acalmar o sequestrador salvar as almas a bordo. Em um momento de desespero, pela primeira vez na história da aviação, ele desempenha uma manobra impressionante e heróica, que muda para sempre a vida de todos no voo 375.
Além de Jorge Paz e Danilo Grangheia, o elenco do longa ainda conta com Roberta Gualda (O Rei da TV), Gabriel Godoy (Homens?), César Mello (O Pastor e o Guerrilheiro), Juliana Alves (Salve-se Quem Puder), Wagner Santisteban (O Tempo Não Para), Arianne Botelho (Tudo Bem no Natal Que Vem) e Diego Montez (Perdida), entre outros.
Marcus Baldini (Bruna Surfistinha) dirige O Sequestro do Voo 375 a partir do roteiro escrito por Lusa Silvestre (Estômago) e Mikael de Albuquerque (A Glória e a Graça) com base no trabalho de mais de uma década do pesquisador Constâncio Viana. A Rolling Stone Brasil já viu o filme e você confere o que achamos clicando aqui. Assista ao trailer: