O 'Corte Final', que estreia no Brasil em dezembro, traz mudanças significativas no clássico controverso de 1979
Calígula, um dos filmes mais polêmicos dos anos 1970, retorna às telas em uma versão reconfigurada, intitulada Calígula: O Corte Final. Lançado originalmente em 1979, o longa chocou o público com uma mistura de narrativa épica e cenas de conteúdo explícito. A nova versão, que estreou no Festival de Cannes em maio, promete corrigir os problemas narrativos e adotar uma abordagem mais refinada. O filme chega aos cinemas brasileiros no dia 5 de dezembro.
A nova edição, Calígula: O Corte Final, foi criada a partir de 96 horas de material bruto da produção original e contou com a supervisão do historiador Thomas Negovan. A história do imperador romano Calígula foi reorganizada, excluindo as cenas de sexo explícito adicionadas após a demissão do diretor original, Tinto Brass. Essas sequências, dirigidas por Giancarlo Lui a pedido do produtor Bob Guccione, desestruturaram o filme, que passou a ser criticado pela desconexão narrativa. No entanto, o Corte Final mantém quase todos os diálogos originais, respeitando a estrutura da obra sem preservar as partes mais controversas.
A restauração em 4K trouxe um aprimoramento significativo à qualidade visual do longa, que, até então, estava disponível apenas em versões de baixa resolução. Além disso, a equipe utilizou inteligência artificial para refinar cenários e recuperar faixas de áudio antes inutilizáveis.
Outra mudança importante é a substituição completa da trilha sonora original. O compositor Troy Sterling Nies criou uma nova trilha que intensifica o tom épico da obra, aproximando-a de produções contemporâneas de temática semelhante, como Gladiador.
Apesar das melhorias, Tinto Brass ainda rejeita qualquer versão que não reflita sua visão original para o filme. O diretor chegou a ameaçar processar os responsáveis pelo Corte Final, mas não participou do projeto. Por outro lado, os protagonistas Malcom McDowell e Helen Mirren declararam apoio à nova edição.