O artista de rua que participou de Ainda Estou Aqui
Com a banda Picanha de Chernobill, Matheus do Canto se apresenta em espaços públicos de São Paulo, experiência que o levou até o filme indicado ao Oscar
Por Rodrigo Tammaro
Publicado em 02/03/2025, às 08h00 - Atualizado às 09h52
No Oscar 2025, Ainda Estou Aqui tem tudo para fazer história. Indicado em três categorias da premiação que acontece neste domingo, 2, o filme pode ser o primeiro brasileiro a trazer uma estatueta para casa.
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui é ambientado no Rio de Janeiro, no início dos anos 1970, em meio à ditadura militar, e conta a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), mãe de cinco filhos, que se envolve em uma busca infindável pela verdade após o seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), ser levado por policiais à paisana e desaparecer.
O longa dirigido por Walter Salles concorre aos prêmios de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, enquanto Fernanda Torres é uma das principais concorrentes ao Oscar de Melhor Atriz.
Além da atriz, o longa ainda conta com nomes como Fernanda Montenegro, Maeve Jinkings, Antonio Saboia, Humberto Carrão, Marjorie Estiano, Camila Márdila, Valentina Herszage e Charles Fricks. Quem vê esse elenco tão recheado de estrelas pode nem imaginar que um músico de rua participou do filme.
O artista de rua em Ainda Estou Aqui
Matheus Do Canto faz parte da banda Picanha de Chernobill, que se apresenta gratuitamente pelas ruas de São Paulo.
Formado por Matheus com Chico Rigo e Fernando Salsa, o grupo vê os shows na rua como uma oportunidade de se conectar com o público enquanto mantém uma relação mais sincera com a própria música. Foi justamente a experiência nas ruas, além da aparência física, que levaram o artista a Ainda Estou Aqui.
Eu interpretei Daniel, que é o é o marido da Babiu — filha da Eunice — e sou muito parecido com ele. Fisicamente, cabeludo e tal. E esse reconhecimento que a gente tem pela atuação na rua com um trampo sincero, feito com muito amor, às vezes acaba te alavancando. A gente passa por vários lugares e às vezes está no lugar certo. E isso fez com que eu conhecesse a galera do filme e rolasse esse convite. Então eu não fui parar lá por um casting. Foi pela semelhança com o personagem real e pelas relações que a arte nos providencia.”
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Participar de um filme como Ainda Estou Aqui foi uma experiência que o artista nunca imaginou viver. Ele conta que teve conversas muito legais com o diretor Walter Salles sobre um gosto em comum: a música de Nick Drake, cantor e compositor britânico. Os momentos mais inesquecíveis, no entanto, foram ao lado de Fernanda Montenegro:
Estar na mesma sala da Fernanda Montenegro, ver ela falando sobre o teatro antigo, sobre o Fernando Torres, marido dela, e o que eles faziam juntos foi um grande presente que eu tive de experiência de vida. Pude ouvir ela contar várias histórias.”
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Com a Picanha de Chernobill, Matheus continuará se apresentando na rua e em grandes palcos no Brasil e no mundo. Em março, eles estarão no Lollapalooza Brasil. Como ator, ele está se descobrindo, mas está animado para viver novas oportunidades como essa: “Seria muito curioso”.
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