Escolhido dirigiu um clássico western dos anos 1950 e estrelado pelo ator John Wayne
Publicado em 27/10/2024, às 08h00
Um dos maiores cineastas da história, Martin Scorsese iniciou sua carreira nos anos 1960 e desde então, dirigiu vários clássicos. Taxi Driver (1976), Touro Indomável (1980), A Última Tentação de Cristo (1988), Os Bons Companheiros (1990), Os Infiltrados (2006) e O Lobo de Wall Street (2013) são alguns dos exemplos.
Naturalmente, Scorsese se tornou uma referência para gerações posteriores de profissionais. No entanto, o próprio também teve suas influências. Em uma ocasião, o americano mencionou o cineasta responsável por mostrar a ele o que é ser um diretor de filmes.
Em 1990, Scorsese concedeu uma entrevista para a extinta revista de cinema Cinema Papers durante a divulgação de Os Bons Companheiros. Ao ser perguntado sobre o diretor que se tornou a maior influência de sua carreira, deu a seguinte resposta:
O primeiro do qual me lembro de gostar e que era jovem demais para compreender o que era um diretor fazia foi o John Ford. Eu simplesmente via seu nome em todos os filmes que gostava.”
Em seguida, Martin relembrou mais nomes de importância para sua carreira. Ele disse:
Aí, apareceu o Orson Welles, com quem aprendi o que um diretor realmente faz. Na mesma época, vivia com os filmes do Michael Powell. Via elas na televisão o tempo todo. E os do Carol Reed, Sam Fuller, Vincente Minnelli e por aí vai. Existem tantos.”
Em outra entrevista, agora para o British Film Institute (via AdoroCinema), Martin Scorsese reforçou a admiração por John Ford. Ao escolher um dos melhores filmes já feitos em sua opinião, citou um clássico dirigido pelo cineasta e visto por ele ainda na adolescência: o western Rastros de Ódio (1956), estrelado por John Wayne.
A natureza da raiva, ódio e racismo de Ethan Edwards (protagonista do longa) é tão profunda naquele filme que é chocante. É um filme chocante. E foi uma grande influência para todos nós. É um filme que, claro, é difícil. De sua época. Tem atores brancos interpretando os nativos, todo esse tipo de coisa. Mas a ideia toda é fascinante. A grande questão naquele filme, por que o assistimos repetidamente, e além da poesia dele, é Ethan Edwards e a profundidade de sua raiva e seu ódio, o que é fascinante. Eu tinha 13 anos. Esse é o filme de John Ford que mais fez sentido para mim. O personagem principal faz todo o sentido na América do pós-guerra.”
Também americano, John Ford faleceu em 31 de agosto de 1973, aos 79 anos. Um dos cineastas mais celebrados da Era de Ouro de Hollywood, foi premiado com seis Oscars ao longo de sua trajetória. As Vinhas da Ira, O Homem que Matou o Facínora, Como Era Verde o Meu Vale, Rastros de Ódio, O Delator e Depois do Vendaval são alguns de seus clássicos.
Colaborou: Augusto Ikeda.
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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.