Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil
Cinema / Terror

“O Exorcista”: as principais diferenças entre o clássico de 1973 e o livro que deu origem ao filme

Embora o roteiro também tenha sido escrito por William Peter Blatty, longa apresenta algumas alterações importantes na história

Bruno Inácio
por Bruno Inácio

Publicado em 04/10/2023, às 10h29

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Linda Blair como Regan MacNeil em O Exorcista (Reprodução)
Linda Blair como Regan MacNeil em O Exorcista (Reprodução)

Desde que foi anunciado, O Exorcista: O Devoto tem gerado muitas expectativas, especialmente depois da divulgação de trailers e comentários de profissionais envolvidos na produção. O filme é dirigido por David Gordon Green (de Halloween Kills e Halloween Ends) e conta a história de duas meninas, Angela (Lidya Jewett) e Katherine (Olivia O'Neill), que desaparecem em uma floresta e retornam após três dias, sem lembranças e acompanhadas por uma forte presença maligna. 

O longa é continuação do clássico de 1973 e conta com a participação da atriz Ellen Burstyn, que reprisa o seu papel como Chris MacNeil, a mãe de Regan (Linda Blair). 

Às vésperas do lançamento do longa, que chega ao Brasil em 11 de outubro, nada melhor que conhecer um pouco mais sobre essa história que aterroriza o mundo há mais de cinco décadas. E um ótimo meio para isso é conhecer as principais diferenças entre O Exorcista, de 1973, e o livro que deu origem ao filme, publicado dois anos antes.

Vale lembrar, já de início, que William Peter Blatty, autor do romance, também foi o responsável por adaptar o roteiro. Seu trabalho foi tão eficiente que garantiu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado na premiação do ano seguinte. 

O fato de ambos – livro e roteiro – terem sido escritos pela mesma pessoa, no entanto, não significa que as obras sejam iguais. Existem diversas diferenças, especialmente no que diz respeito à construção de personagens e às dinâmicas de relacionamento entre eles. 

Regan, por exemplo, tem uma ligação mais forte com o pai no livro, a ponto de sofrer bastante com sua ausência. Já no filme, a situação parece mais amena e o ex-marido de Chris raramente é citado. 

Ainda sobre a protagonista, outra mudança pertinente é que na obra literária o autor conduz os leitores à dúvida, ao implantar pistas falsas que indicam problemas físicos e psicológicos ao invés de uma possessão. No longa dirigido por William Friedkin essa suspeita basicamente se limita aos médicos, já que os espectadores sabem desde o início que se trata de algo sobrenatural. 

Amizades e divergências

O livro também evidencia uma forte amizade entre o padre Damien Karras (vivido por Jason Miller nos cinemas) e o tenente William Kinderman (Lee J. Cobb), algo que na adaptação cinematográfica se limita a uma relação muito mais superficial. 

Outra diferença marcante é que no romance existem embates entre Chris e sua assistente Sharon (interpretada por Kitty Winn no filme). Enquanto Chris é ateia e evita falar sobre assuntos religiosos com Regan, Sharon faz isso às escondidas, o que incomoda Chris e provoca algumas discussões. Ainda sobre Sharon, seu papel na obra literária é muito mais relevante, inclusive com participação no ritual de exorcismo. 

 E por falar em exorcismo, o livro dedica bastante tempo a explicar o funcionamento das investigações necessárias para que o Vaticano aprove a realização do ritual, algo abordado de maneira um tanto mais breve no cinema. 

Por fim, embora O Exorcista tenha causado grande desconforto quando foi lançado, sobretudo devido às cenas consideradas hereges, no livro há muito mais. Isso porque o demônio está disposto a humilhar Regan e Chris publicamente e, para alcançar seu objetivo, obriga a garota a protagonizar cenas sexuais absurdas e a cometer blasfêmias ainda mais pesadas. 

Novo olhar

Bem longe de prejudicar a qualidade do filme, as mudanças no roteiro foram decisões conscientes de William Peter Blatty e de William Friedkin, capazes de oferecer um novo olhar a alguns aspectos da história original. 

Agora, com o lançamento de O Exorcista: O Devoto, a expectativa é que o legado do maior filme de terror da história tenha continuidade, por meio de uma produção à altura, ao contrário do que ocorreu com as continuações já feitas, especialmente com o infame O Exorcista 2 – O Herege, de 1977. 

Veja o trailer de O Exorcista: O Devoto abaixo: