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O grande problema dos filmes atuais de super-heróis, segundo James Gunn

Diretor está em posição de comando da DC e espera reverter cenário com as próximas produções

Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 06/07/2023, às 13h11

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Guardiões da Galáxia vol. 3 (Reprodução)
Guardiões da Galáxia vol. 3 (Reprodução)

A palavra “crise” é um tanto forte, mas dá para dizer que a produção cinematográfica atual do gênero de super-heróis não atravessa um momento de auge. A maior parte dos filmes e séries lançados pela Marvel e DC nos últimos anos tem amargado críticas negativas e, no caso de longas, bilheterias abaixo do esperado.

Os trabalhos de James Gunn têm sido uma rara exceção nesse sentido. Além de ter mantido o fôlego da saga de filmes da Marvel Guardiões da Galáxiaaté seu encerramento, com o terceiro volume no último mês de maio, o cineasta comandou obras como a nova versão do longa O Esquadrão Suicida (2021) e a série Pacificador (2022), ambos com personagens da DC. Não à toa, ascendeu à posição de co-CEO da DC Studios ao lado de Peter Safran e dirigirá o próximo filme do Superman, com subtítulo Legacy.

James Gunn (por Kevin Winter)
James Gunn (por Kevin Winter)

Diante disso, o próprio Gunn reconhece que o momento do gênero de super-heróis não é bom. Em declaração ao podcast Inside of You (via IndieWire), o diretor revelou compreender por que as pessoas estão se cansando das obras deste segmento e explicou como espera evitar esse tipo de reação - que afetou até mesmo The Flash, novo longa da DC (ainda sem envolvimento de James) que tem ido mal nas críticas e bilheteria.

“As pessoas ficaram muito preguiçosas com suas histórias de super-heróis. [Os estúdios] Chegaram a um ponto onde, tipo: ‘oh, é um super-herói, vamos fazer um filme sobre isso’. E então: ‘oh, vamos fazer uma sequência, porque o primeiro foi muito bem’.”

A busca excessiva por consolidar bilheteria a ponto de confirmar uma sequência leva, para o profissional, ao grande problema de tudo isso: os estúdios não estão pensando mais nas histórias. Isso faz com que as obras fiquem genéricas.

“Mas eles não estão pensando: ‘Por que essa história é especial? O que distingue esta história das outras histórias? Qual é a história no centro de tudo isso? Por que esse personagem é importante? O que torna essa história diferente que preenche a necessidade de as pessoas nos cinemas assistirem?’.”

Mais espetáculo do que personagem

Outro ponto destacado por James Gunn é a espetacularização dos filmes de super-heróis. Na visão do diretor, obras recentes deixaram de dar ênfase aos personagens e suas tramas para transformar tudo em uma espécie de “circo” visual.

“As pessoas ficaram um pouco preguiçosas e há um monte de porrada rolando nos filmes. Tenho visto terceiros atos de filmes de super-heróis onde realmente não parece haver um propósito para o que está acontecendo. Não se importam mais com os personagens. Eles se tornaram genéricos demais.”

Histórias diferentes

Com um cenário nada positivo pela frente, James Gunn espera alterar a perspectiva da DC com filmes que apresentem histórias diferentes. O cineasta é abertamente contrário a repetir a mesma trama.

“Gosto de filmes de super-heróis muito sérios e de filmes de super-heróis muito cômicos. Gosto daqueles que são tipo um filme de mistério, uma investigação em torno de um assassinato - mas com super-heróis. Gosto de ver esses diferentes tipos de histórias em vez de assistir à mesma história contada repetidamente.”

Isso se comprova a partir dos próximos projetos anunciados para a DC. Superman: Legacy deve seguir a fórmula básica dos filmes de super-heróis, mas o estúdio anunciou longas como The Brave and the Bold, que deve introduzir integrantes da Bat-família; The Authority, com super-humanos em uma pegada anti-herói e adulta; Monstro do Pântano, trama de terror inspirada no personagem homônimo; e Lanternas, série com duas versões famosas do Lanterna Verde em uma proposta de investigação.

Porém, vai levar algum tempo até que os fãs vejam todos esses trabalhos devidamente materializados. Superman: Legacy, que deve iniciar o novo universo DC, só estreia em julho de 2025.