O ícone do rock que inspirou a carreira de Tarantino

Quentin Tarantino citou por diversas vezes, ao longo dos anos, os cineastas responsáveis por influenciarem sua carreira. Nomes como Sergio Leone, Brian de Palma, Jean-Luc Godard, John Woo e John Carpenter ajudaram a moldar seu estilo único de direção. Porém, suas inspirações vão além das telas: um ícone do rock também serviu de referência.

Em entrevista de 2003 à Rolling Stone EUA, Tarantino afirmou que Bob Dylan serviu como grande influência em sua carreira. Segundo o cineasta, a admiração começou após namorar uma garota que era fã declarada do músico.

A inspiração foi tamanha que Tarantino queria reproduzir o estilo do músico nas telonas. Ele explica:

A primeira namorada que realmente amei era uma grande fã do Bob Dylan. Aí, de repente, eu pensei: ‘quero ser para os filmes o que o Bob Dylan é para a música’. Bob Dylan meio que se tornou o herói que queria emular, apenas em uma mídia diferente.”

Na época desta entrevista, o diretor não havia tirado do papel títulos como Bastardos Inglórios (2009), Django Livre (2012) e Os Oito Odiados (2015). Como ainda tinha um caminho longo pela frente, disse não ter certeza se conseguiria virar o “Bob Dylan do cinema”.

Não sei se vou conseguir fazer isso. Não sei se vou conseguir chegar lá, mas esse é meu objetivo.” 

Álbuns favoritos de Quentin Tarantino são de Bob Dylan

Em 2020, a Melody Maker conversou com Quentin Tarantino e pediu ao cineasta para citar seus 10 álbuns favoritos. O cineasta não se conteve em demonstrar que, de fato, é um grande fã de Bob Dylan.

Os dois primeiros lugares de sua lista pertencem ao músico em questão. Para o topo, Tarantino escolheu Blood On The Tracks (1975), trabalho que apresenta clássicos como “Tangled up in Blue”, “Simple Twist of Fate” e “Shelter from the Storm”, entre outros. Ele disse:

Este é meu álbum favorito de todos os tempos. Gastei minha adolescência e a primeira metade dos 20 escutando mais rockabilly, coisas do tipo. Ele me surpreendeu totalmente com isso (o disco). É o grande álbum de seu segundo período, sabe? É sua obra-prima.”

Já o segundo posto entre os favoritos do cineasta é a coletânea Tangled up in Blues (1999). Na realidade, o trabalho compila covers de sucessos de Bob Dylan executados por R.L. Burnside, Mavis Staples, Taj Mahal, entre outros.

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Colaborou: Augusto Ikeda.