Ainda Estou Aqui

O personagem de Tarantino que inspirou vilão de Ainda Estou Aqui

Luiz Bertazzo, que vive agente Schneider em longa de Walter Salles, revela influência do universo de Tarantino que o ajudou a construir aspecto sombrio de seu personagem

Eduardo do Valle (@duduvalle)

Publicado em 21/01/2025, às 17h44
Luiz Bertazzo como Schneider em 'Ainda Estou Aqui': inspiração em personagem de Quentin Tarantino (Divulgação/Getty Images)
Luiz Bertazzo como Schneider em 'Ainda Estou Aqui': inspiração em personagem de Quentin Tarantino (Divulgação/Getty Images)
Luiz Bertazzo, o ator que dá vida a Schneider, agente da ditadura que marca a virada no enredo de Ainda Estou Aqui, revelou uma inspiração inusitada para o papel - baseada em um filme de Quentin Tarantino.
Segundo o ator, seu personagem - um agente da ditadura que ocupa a casa dos Paiva quando Rubens Paiva (Selton Mello) é levado para um interrogatório - teve um tratamento cuidadoso de Walter Salles e da preparadora de elenco, Amanda Gabriel
"O Walter tinha uma ideia muito concreta sobre essa cena na casa. Quando ensaiamos, pela primeira vez, as cortinas se fechando, entendi o sentimento de destruição daquele lar, daquele sonho de Brasil", contou ele em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil. "O horror tinha que estar justamente na sensação de perigo por aquilo que não estava explícito, esse é mais um dos mecanismos de tortura dos agentes da ditadura: 'a falta de respostas'.

Inspiração em Tarantino

Apesar de baseado em uma figura real registrada no livro Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, Bertazzo lista ao menos um personagem da dramaturgia que o inspirou na construção de Schneider: o coronel nazista Hans Landa, vivido por Christoph Walz em Bastardos Inglórios (2009), de Quentin Tarantino.
"Se o militar fosse feito de forma violenta e bruta, poderia afastar o espectador, torná-lo um clichê, uma alegoria da violência. Quanto mais próximo ao cotidiano daquela casa, mais perigosos eles pareceriam", ele conta.
"Cheguei a rever o Christoph Waltz como o coronel nazista em Bastardos Inglórios, para ter onde apontar a bússola, e depois busquei encontrar a forma de um sujeito que poderia ser um vizinho, um familiar, alguém próximo, à espreita."
Leia a entrevista completa de Luiz Bertazzo para a Rolling Stone Brasilaqui.