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Os 10 melhores filmes da história, segundo Walter Salles

Diretor brasileiro foi um dos convidados da revista britânica Sight and Sound para escolher os melhores filmes de todos os tempos

Redação

Publicado em 16/02/2025, às 14h00
Walter Salles (Foto: Rebecca Sapp/Getty Images)
Walter Salles (Foto: Rebecca Sapp/Getty Images)

Um dos nomes mais respeitados do cinema no Brasil, Walter Salles tem sido um dos responsáveis por levar filmes brasileiros a lugares e posições pouco comuns para as nossas produções.

É o caso, por exemplo, de Ainda Estou Aqui, que rendeu a Fernanda Torres o Globo de Ouro de Melhor Atriz e está concorrendo em três categorias na próxima edição do Oscar, que acontece em 2 de março.

Antes disso, o diretor já tinha alcançado conquistas de peso como um prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Globo de Ouro de 1999 por Central do Brasil.

Não à toa, Walter Salles foi um dos seis diretores brasileiros a participar do ranking da revista Sight and Sound, uma das mais importantes publicações especializadas em cinema, sobre os melhores filmes de todos os tempos. A seguir, conheça os títulos escolhidos pelo cineasta.

Os 10 melhores filmes da história, segundo Walter Salles

Era Uma Vez em Tóquio (1953)

Presença comum na lista da revista Sight and Sound, o filme dirigido por Yasujirō Ozu conta a história de um casal de idosos que deixa sua filha no campo para visitar os outros filhos em Tóquio, cidade que eles nunca tinham ido. Porém a recepção dos filhos na capital japonesa beira a indiferença. Apenas a nora deles, que perdeu o marido na guerra, parece dar atenção aos dois. Quando a mãe fica doente, os filhos vão visitá-la junto com a nora, e complexos sentimentos são revelados.

A Paixão de Joana d’Arc (1927)

Dirigido por Carl Theodor Dreyer, o filme mudo acompanha a camponesa Joana D'Arc (Maria Falconetti), condenada à morte por ter liderado o povo francês contra o exército invasor inglês, dizendo que foi inspirada por Jesus e São Miguel. Na mão dos ingleses, ela é torturada e vai à julgamento. Enquanto isso, enfrenta também acusações e o abandono tanto dos membros da Igreja Católica quanto de seus compatriotas.

Sete Oportunidades (1925)

Outro filme mudo da década de 1920 escolhido por Walter Salles, Sete Oportunidades é uma comédia dirigida por Buster Keaton. A obra segue um homem que tem sete chances de se casar no seu 27° aniversário, às 7 horas da noite, e, se ele conseguir, ganhará uma fortuna. Desesperado para cumprir o desafio, o personagem se envolve em muitas confusões e acaba sendo perseguido pela legião de mulheres pedidas em casamento.

Rastros de Ódio (1956)

Clássico do faroeste dirigido por John Ford, Rastros de Ódio acompanha Ethan Edwards (John Wayne), veterano da Guerra Civil americana que, após o massacre de sua família pelos indígenas comanches, parte em uma longa e perigosa jornada para resgatar sua sobrinha, sequestrada pelos nativos. Ao longo do caminho, ele enfrenta dilemas morais, enquanto seu ódio e desejo de vingança entram em conflito com a necessidade de salvar a jovem e superar seus próprios fantasmas.

Vidas Secas (1963)

Representando o Brasil na lista, o filme dirigido por Nelson Pereira dos Santos é uma adaptação do romance homônimo de Graciliano Ramos. Vidas Secas retrata a dura realidade do sertão nordestino, mostrando a luta de uma família de retirantes que tenta sobreviver à seca e à miséria. A trama acompanha suas dificuldades diárias enquanto enfrentam a opressão social, o abandono e a desilusão. A obra é um retrato poderoso das injustiças e do sofrimento das classes mais pobres do Brasil, com forte carga crítica e social.

Profissão Repórter (1975)

Dirigido por Marco Bellocchio, o drama psicológico segue a história de um jornalista italiano que se encontra em uma situação desconfortável após uma série de reportagens sobre assuntos políticos e sociais. Quando ele é solicitado a acompanhar o caso de um homem sequestrado, o repórter começa a se questionar sobre os limites entre sua profissão e a ética. À medida que a situação se complica, ele se vê envolvido em dilemas morais e existenciais, enfrentando a tensão entre a busca pela verdade e os custos pessoais da sua profissão.

Memórias do Subdesenvolvimento (1966)

Dirigido por Tomás Gutiérrez Alea, Memórias do Subdesenvolvimento é um filme cubano que explora as transformações sociais e políticas da Cuba pós-revolucionária. A história segue Sergio (Sergio Corrieri), um intelectual burguês que decide não deixar o país após a Revolução de 1959. O filme acompanha suas reflexões e dilemas enquanto ele observa as mudanças ao seu redor, sentindo-se desconectado do novo regime e do povo cubano. 

A Batalha de Argel (1966)

O drama dirigido por Gillo Pontecorvo retrata a luta pela independência da Argélia contra o domínio colonial francês na década de 1950. O filme foca nos confrontos urbanos entre o Exército francês e os militantes da Frente de Libertação Nacional (FLN) durante a batalha decisiva pela cidade de Argel. Com uma abordagem realista e documental, a obra explora a brutalidade do conflito, destacando as táticas de guerrilha, tortura e os desafios enfrentados por ambos os lados.

Acossado (1960)

Um dos filmes mais emblemáticos da Nouvelle Vague francesa, Acossadoé dirigido por Jean-Luc Godard e segue a história de Michel (Jean-Paul Belmondo), um jovem delinquente. Após cometer um assassinato, ele foge pela França enquanto é perseguido pela polícia. Durante sua fuga, Michel busca se reconectar com Patricia (Jean Seberg), uma americana que trabalha como vendedora em um jornal, e com quem teve um romance. O filme é conhecido por sua narrativa inovadora, com cortes abruptos, quebra de convenções cinematográficas e uma abordagem de personagem mais espontânea, refletindo os anseios e a liberdade da juventude da época.

Roma, Cidade Aberta (1945)

Dirigido por Roberto Rossellini, o filme é um marco do movimento neorrealista italiano. Roma, Cidade Aberta se passa em Roma durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial e retrata a luta de cidadãos comuns contra a repressão dos invasores. A trama segue a vida de vários personagens, incluindo Pina (Anna Magnani), uma mulher grávida, e Don Pietro (Aldo Fabrizi), um padre que se envolve com a resistência, além de um grupo de militantes que tentam escapar da perseguição nazista. A obra é uma representação crua e emocional da resistência italiana e das dificuldades vividas pelos civis durante a guerra, sendo uma das primeiras a mostrar os horrores do conflito de maneira realista e com um forte apelo humanitário.

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