Os 15 momentos mais hilários de ‘What We Do in the Shadows’, segundo a Rolling Stone [LISTA]
À medida que a série sobre vampiros suburbanos chega ao fim, relembramos as cenas e falas que mais nos fizeram rir
ALAN SEPINWALL
“Todas as coisas boas chegam ao fim”, declara Nadja, a vampira, logo no início do episódio final de What We Do in the Shadows. Essa é uma rara demonstração de sobriedade em uma série cujos personagens quase sempre falavam de forma exagerada. Este é também um momento simbólico para uma produção que, de muitas maneiras, parece estar terminando cedo demais. O mockumentary da FX, derivado do filme de 2014 de Jemaine Clement e Taika Waititi sobre companheiros de casa imortais e desastrados, foi uma máquina de piadas impressionante por seis temporadas. A temporada mais recente está tão afiada que parece que o conceito ainda teria muito para oferecer, especialmente com o elenco maravilhoso: Matt Berry, Natasia Demetriou, Kayvan Novak, Mark Proksch, Harvey Guillén e Kristen Schaal. Mas o showrunner de longa data de Shadows, Paul Simms, já afirmou que prefere deixar o público querendo mais do que correr o risco de que nos cansemos de Nandor, o Incansável, e seus amigos.
Para marcar esta ocasião triste, mas divertida, aqui estão os 15 momentos de Shadows que mais nos fizeram rir. Em ordem cronológica:
1. “Pilot”, Temporada Um, Episódio 1
Não conseguimos olhar para um pacote de papel crepom sem imaginar Nandor, com sua capa sobre os ombros e uma cesta vermelha de compras na mão, admirando amorosamente a seleção de “papel assustador” de uma loja. A cena, presente no episódio de estreia da série, tornou-se inesquecível para todos os espectadores e é emblemática do motivo pelo qual o conceito de What We Do in the Shadows — vampiros de séculos passados tentando manter uma convivência disfuncional em Staten Island — não precisa de grandes dramas ou enredos exagerados para ser hilário e deliciosamente macabro.
2. “Werewolf Feud”, Temporada Um, Episódio Três
Shadows começou em alta; nosso rascunho inicial desta lista incluía piadas dos quatro primeiros episódios (incluindo o pânico com um guaxinim no episódio do conselho municipal) e várias de “Werewolf Feud”. No entanto, houve um vencedor absoluto neste episódio: a luta de Nandor contra um lobisomem.
Ao ser apresentado com uma mesa cheia de armas para usar no combate, Nandor decide usar sua astúcia, pega um brinquedo de borracha barulhento e o joga do telhado do prédio onde estão. O lobisomem, como um cão bobo, salta atrás dele. Um final incrível e inesperado.
3. “Manhattan Night Club”, Temporada Um, Episódio Quatro
“É um chapéu grande, sangrento e idiota, com uma maldição grande, sangrenta e idiota”, diz Nadja sobre o precioso chapéu de pele de bruxa 100% autêntico de Laszlo.
O chapéu respira. Ele sangra. Ele tem um… reto. E provavelmente causou a Grande Fome da Batata. Muitas coisas sangrentas, idiotas e terríveis — e hilárias — acontecem neste episódio sempre que o chapéu está por perto.
Mas talvez a melhor piada seja quando a capa de Laszlo, que está usando o chapéu, fica presa na porta de um táxi. O carro acelera, arrastando Laszlo pela rua e derrubando o chapéu no chão. Uma irritada Nadja fala com a câmera, enquanto, ao fundo, o chapéu se levanta e persegue rapidamente (para um chapéu, pelo menos) o carro.
4. “Ghosts”, Temporada Dois, Episódio Dois
Poderíamos preencher esta lista com exemplos de Colin Robinson incorporando todos os aspectos mais exaustivos da cultura moderna, e ainda assim seria um desafio reduzir para apenas 15 momentos.
Mas talvez nenhum deles seja mais elaborado, e mais característico de Shadows, do que a parte em que ele tenta, sem sucesso, fazer seus colegas de casa caírem na piada “O que é ‘Updog’?”. Desesperado, ele precisa invocar o espírito de sua avó falecida para que alguém finalmente pergunte.
5. “The Curse”, Temporada Dois, Episódio Quatro
A sequência de vários minutos que começa com Nandor checando seus e-mails e termina com Nadja recebendo uma mensagem amaldiçoada de “Mailer Daemon” representa Shadows em seu melhor e mais hilário momento.
Primeiro, Nandor e Colin Robinson discutem a força da senha do Hotmail de Nandor: “Minha senha é uma fortaleza impenetrável”, Nandor anuncia, antes de lembrar sua senha real: impenetrablefortress.
Depois, Nandor verifica seus dois e-mails. Um é um convite promocional do Fandango para uma exibição de The Blind Side de 2009. (“Perdi isso!”, lamenta Nandor), o que leva a um longo discurso de Colin Robinson sobre o talento de Sandra Bullock.
Mas é o outro e-mail que desencadeia o evento principal do episódio: um e-mail em cadeia assustador no estilo da era AOL, enviado por “Bloody Mary”, que Nandor leva muito a sério. E só melhora a partir daí.
6. “On the Run”, Temporada Dois, Episódio Seis
É uma das piadas mais duradouras da série, com um dos melhores disfarces. Para escapar de um inimigo hostil interpretado por Mark Hamill, Laszlo entra em proteção de testemunhas vampirescas, reiniciando sua vida em uma pequena cidade da Pensilvânia como Jackie Daytona, “um bartender humano comum”.
Jackie Daytona parece idêntico a Laszlo, mas um simples palito de dente na boca o torna irreconhecível quando seu arqui-inimigo, Jim the Vampire (Hamill), aparece. “As calças jeans, o palito de dente, sal da terra”, como Jim the Vampire admira ao vê-lo pela primeira vez.
Quando Jim retorna ao bar de Daytona para um “martini humano alcoólico”, ele finalmente desmascara o disfarce ao perceber que Jackie Daytona não aparece no espelho do bar. A revelação completa ocorre quando Daytona tira o palito de dente, e Jim exclama: “Era você o tempo todo!”
Essa sequência, com sua execução perfeita e entrega cômica, tornou-se um clássico instantâneo entre os fãs de What We Do in the Shadows.
7. “Collaboration”, Temporada Dois, Episódio Oito
Laszlo descobre que uma de suas músicas de 1852, “Ode à Senhora do Peixeiro”, foi plagiada pelos Dexys Midnight Runners para o sucesso “Come on Eileen”, de 1982. Isso leva a uma retrospectiva da carreira musical de Laszlo e Nadja, que incluiu sucessos como “Hoop Skirt, Poop Skirt” e “For I Am a Jolly Good Fellow”.
Laszlo se gaba dos diversos instrumentos que sabe tocar, incluindo a “caixa de som tripla”, o “clarinete metálico de Antoine Sax” e o “piano de moedor de macacos”.
O casal decide se apresentar em uma noite de microfone aberto em um bar local, mas a performance começa com o público entediado e indiferente. Tudo muda quando eles tocam uma antiga música marítima intitulada “Kokomo” — sim, aquela que os Beach Boys supostamente roubaram. A multidão gradualmente se aquece à performance e começa a cantar junto com entusiasmo.
“Nós arrasamos”, diz Nadja. “Literalmente, matamos alguns deles no final”, Laszlo responde com sua habitual irreverência.
8. “The Cloak of Duplication”, Temporada Três, Episódio Dois
Entre os dons cômicos prodigiosos de Kayvan Novak estão suas habilidades como imitador. Neste episódio, em que os vampiros usam o manto de duplicação para se passar por Nandor e ajudá-lo a conquistar a recepcionista de uma academia, Meg, Novak teve a chance de canalizar as vozes e maneirismos de seus colegas de elenco.
O destaque absoluto é quando Novak faz uma imitação perfeita de Colin Robinson, com o vampiro energético tentando — e falhando — em um flerte nada sutil com Meg. Ele entra na recepção da academia, com ar de superioridade, e diz: “Ei, idiota!”
A cena é um exemplo brilhante do humor absurdo da série, combinado com o talento do elenco.
9. “The Escape”, Temporada Três, Episódio Seis
“Anteriormente neste programa de documentário filmado… ou o que quer que seja isso”, o grupo tinha como tarefa cuidar do Sire, o vampiro primordial que criou todos os outros. Eles falham.
Durante a tentativa de recuperá-lo, o Barão Afanas, queimado e sem alguns membros, é desenterrado do jardim vulvar de Laszlo para ajudar na missão. Embora o episódio seja brilhante em todos os momentos, nada supera o Barão, sem pernas, trocando seu hellhound (um golden retriever) por um conversível rosa controlado remotamente.
Este momento hilário é um dos melhores exemplos do absurdo da série e da sua habilidade de transformar até mesmo situações macabras em comédia.
10. “The Wellness Center”, Temporada Três, Episódio Oito
Qual é a música mais humana das músicas humanas, e por que é “One Week” dos Barenaked Ladies?
A música é uma piada recorrente neste episódio, enquanto Nandor busca significado no pós-vida e se junta a um centro de bem-estar que mais parece um culto. O centro é liderado por Jan (interpretada por Cree Summer), uma vampira golpista que convenceu seus seguidores de que podem se tornar humanos novamente.
A montagem de Nandor se adaptando à vida no culto, com penteados dos anos 80, shorts curtos e movimentos de aeróbica exagerados, é brilhantemente ambientada com a canção “One Week”. Mais tarde, Guillermo tenta resgatá-lo, mas Nandor prova sua lealdade ao culto cantando toda a letra da música como argumento de que é “humano o suficiente”.
“Eu sei a música inteira, droga! Isso não é humano o bastante para você?” ele desafia. Um momento glorioso e absurdamente divertido.
11. “The Grand Opening”, Temporada Quatro, Episódio Três
Entre seu jardim de vértebras e sua vasta coleção de dildos e pornografia, Laszlo era o vampiro mais propenso a inspirar risadas relacionadas a genitálias e/ou sexo. No entanto, a melhor e mais elaborada piada envolvendo pênis na série acabou centrada em Nandor. Durante uma temporada em que ele conta com os serviços de um gênio, Nandor decide usar um de seus desejos para obter o maior pênis do mundo.
Guillermo, ciente das armadilhas clássicas em desejos concedidos por gênios, o alerta: gênios costumam interpretar os pedidos de forma irônica, criando punições inesperadas. Guillermo enfatiza que Nandor deve ser extremamente específico para evitar consequências desastrosas.
Segue-se então uma negociação absurdamente detalhada entre Nandor, Guillermo e o gênio sobre as condições exatas do desejo. Eles discutem o tamanho ideal, incluindo se deveria ser grande o suficiente para esmagar um rato.
“Você está dizendo que ele vai me dar um pênis que vai me morder na minha própria bunda?” Nandor questiona, alarmado. O nível de precisão nas perguntas irrita tanto o gênio que ele interrompe: “O que eles estão fazendo é correto, mas é… irritante.” Para os espectadores, no entanto, a cena é tudo menos irritante, exemplificando a genialidade cômica da série.
12. “Private School”, Temporada Quatro, Episódio Cinco
Uma das habilidades mais úteis dos vampiros é a capacidade de hipnotizar pessoas para resolver problemas rapidamente. No entanto, What We Do in the Shadows sempre mostrou autocontrole em relação ao uso desse poder, destacando suas limitações de forma cômica.
Neste episódio, Laszlo e os outros vampiros tentam garantir que Baby Colin Robinson seja aceito em uma escola particular de elite. Quando a entrevista com o diretor da escola não sai como planejado, os vampiros recorrem à hipnose para corrigir a situação. Eles repetem o processo várias vezes, cada uma sendo mais desastrosa que a anterior.
O número de hipnoses aumenta exponencialmente — mais de 400 vezes! — ao ponto de o diretor sofrer um derrame fatal. Essa cena hilária ilustra os perigos e consequências inesperadas do abuso dos poderes sobrenaturais.
O episódio também faz referência ao impacto da hipnose em Sean, o melhor amigo humano de Laszlo, que já demonstrava sinais de danos cerebrais causados pelo uso excessivo desse poder. É um lembrete de que, mesmo com habilidades sobrenaturais, as coisas nem sempre saem como planejado.
13. “Go Flip Yourself”, Temporada Quatro, Episódio Oito
Matt Berry, intérprete de Laszlo, é conhecido por transformar falas ordinárias em momentos cômicos extraordinários, graças às suas escolhas vocais únicas. Este episódio, que parodia programas de reforma de casas, traz um exemplo brilhante desse talento.
Laszlo enfrenta Simon the Devious, seu rival de longa data, em uma batalha de astúcia e inteligência. Quando Simon consegue superá-lo, Laszlo admite sua derrota com uma entonação exagerada e teatral: “Você realmente é o mais astuto bastardo de Nova York!” Sua voz sobe várias oitavas, criando um efeito cômico irresistível.
Durante a New York Comic-Con, Matt Berry comentou sobre a entrega dessa fala: “Nada disso é planejado. Cada cena é uma questão de chegar ao final de forma divertida, até para mim mesmo. Nunca sei quais falas vão se destacar, mas esta claramente se tornou uma das favoritas.”
Esse momento, ao mesmo tempo espontâneo e brilhantemente executado, é um exemplo perfeito de como What We Do in the Shadows transforma diálogos simples em ouro cômico.
14. “The Roast”, Temporada Cinco, Episódio Oito
Reutilizar piadas geralmente é arriscado, mas What We Do in the Shadows consegue fazer isso com perfeição. Este episódio traz o Barão Afanas, que foi acidentalmente queimado até virar um “torresmo crocante” por Guillermo na primeira temporada, agora restaurado ao seu esplendor original. Seu cabelo está sedoso, seus membros estão todos no lugar e sua pele cicatrizada finalmente pode tolerar roupas.
O episódio culmina no evento de roast organizado por Laszlo, onde o Barão descobre que foi Guillermo quem o expôs ao sol na primeira vez. Sua raiva é monumental, mas os dois eventualmente chegam a uma trégua. Contudo, em um callback magistral à primeira temporada, Guillermo abre a porta para a luz da manhã, e o Barão é mais uma vez queimado, desta vez como um pedaço de bacon estalando na frigideira.
A execução impecável do momento, inesperada e hilária, reforça o talento da série para transformar repetições em algo ainda mais cômico na segunda tentativa.
15. “Sleep Hypnosis”, Temporada Seis, Episódio Três
OK, mais uma piada de hipnose para encerrar, tirada do episódio mais bem construído desta temporada final maravilhosa.
No fundo, What We Do in the Shadows é uma série sobre um grupo de preguiçosos, misantropos e desajeitados que vivem juntos há muito tempo, e cujos poderes tornam cada vez mais difícil resolver problemas como humanos normais.
Essa ideia atinge um extremo farsesco aqui, quando os vampiros — brigando por questões mesquinhas da casa, principalmente sobre o que fazer com o antigo quarto de Guillermo no armário — percebem que seus poderes de hipnose funcionam uns nos outros se usados enquanto o alvo está dormindo.
Logo, Laszlo vira um obcecado por limpeza, Nandor se torna Richard Nixon, e tudo só piora. No final, um pôster de David Schwimmer no quarto de Colin Robinson acaba desempenhando um papel surpreendentemente crucial.