Cineasta rasgou elogios ao gênero, mas também revelou por que nunca dirigiu um longa deste segmento
Publicado em 10/08/2024, às 11h00
Christopher Nolan é dono de inegáveis méritos na indústria cinematográfica. O diretor consegue emplacar histórias complexas em filmes que conquistam bons números de bilheteria. E pode ser que não demore muito para que os fãs vejam suas estruturas narrativas pouco convencionais em um longa de terror.
Em conversa recente com o British Film Institute de Londres (via Variety), Nolan admitiu que gostaria de fazer um filme do gênero algum dia. Não se trata de um plano com data estipulada: é apenas um desejo de um cineasta que, aos 53 anos, vive seu auge em função do elogiado Oppenheimer, cinebiografia do físico J. Robert Oppenheimer — o pai da bomba atômica.
Aliás, ele deixa claro que seu longa mais recente traz elementos do horror. E conta por que obras deste gênero são tão boas, em sua opinião. Ele começa dizendo:
“Oppenheimer definitivamente contém elementos de terror, como considero apropriado ao assunto. Acho que os filmes de terror são muito interessantes porque dependem de dispositivos muito cinematográficos, trata-se realmente de uma resposta visceral às coisas.”
Em seguida, oferece mais uma justificativa para seu apreço pelo terror em tela. Ele afirma:
“É também um dos poucos gêneros onde os estúdios fazem muitos desses filmes. E são filmes que têm muita desolação, muita abstração. Eles têm muitas das qualidades que Hollywood geralmente resiste em colocar nos filmes, mas esse é um gênero onde isso é permitido.”
Embora tenha flertado com o gênero, é fato que Christopher Nolan nunca fez um filme de terror por completo. Por quê?
Nesta mesma entrevista, o cineasta explicou o porquê: simplesmente não surgiu uma boa história até o momento.
“Acho que um filme de terror realmente bom requer uma ideia realmente excepcional. E esses são poucos e raros. Portanto, não encontrei uma história que se preste a isso.”
Enquanto isso, Nolan curte o sucesso de Oppenheimer. A cinebiografia do “pai” da bomba atômica o fez ter, ao mesmo tempo, enorme êxito comercial e crítico. O longa chegou a arrecadar pouco mais de US$ 950 milhões — bem próximo do US$ 1 bilhão de seu maior sucesso em bilheteria, Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) — e ainda liderou as indicações em grande parte das maiores premiações do cinema, como as 13 indicações ao Oscar 2024.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.