AMARGURADO?

Por que o ícone do terror John Carpenter odiou ‘A Substância’?

O diretor de clássicos do horror diz que não gostou de nada do sucesso de 2024 — apesar de o filme se inspirar em suas obras

Kadu Soares (@soareskaa)

John Carpenter
Mestre do horror moderno não economiza críticas ao filme de Coralie Fargeat, apesar de ter servido como inspiração para a produção premiada (Foto: Michael Tullberg/Getty Images)

O cineasta John Carpenter, considerado um dos mestres do horror moderno, não poupou críticas ao elogiado longa A Substância (2024). Durante um painel na Fan Expo Philadelphia, ele foi perguntado se tinha adorado o projeto. A resposta surpreendeu a todos: “O que eu gostei do filme? NADA”.

Confira o momento:

A Substância, dirigido pela francesa Coralie Fargeat, acompanha Elisabeth Sparkle (Demi Moore), apresentadora de um programa de aeróbica que, ao completar 50 anos, é demitida por deixar de se encaixar no padrão jovem desejado pela emissora. Abalada, ela se deixa convencer a injetar uma substância experimental que cria uma versão mais jovem dela mesma, Sue (Margaret Qualley), mas logo descobre que o processo traz efeitos colaterais terríveis.

O filme de terror corporal, dirigido por Coralie Fargeat, conquistou aclamação crítica e levou o Oscar de Melhor Maquiagem e Penteado em 2025.

A reação de Carpenter chama atenção especialmente porque Fargeat já havia declarado que ele e seu filme O Enigma de Outro Mundo (1982) serviram como influência para A Substância.

Para Carpenter, não basta fazer referência, é preciso algo mais profundo. Ele considera que faltam originalidade ou impacto emocional no projeto de Fargeat.

Ainda assim, o sucesso comercial e crítico de The Substance demonstra que a nova geração de cineastas do horror está disposta a reinterpretar os alicerces que diretores como Carpenter ajudaram a erguer, mesmo que encontrem rejeição direta de seus inspiradores.

Quem é John Carpenter?

John Carpenter nasceu em 16 de janeiro de 1948 em Carthage, Nova Iorque (EUA). Ganhou projeção com o filme Halloween (1978), definindo os padrões de suspense para filmes de terror. Ao longo de sua carreira, dirigiu títulos icônicos como O Enigma de Outro Mundo (1982), O Príncipe das Sombras (1987) e À Beira da Loucura (1994), além de compor trilhas sonoras que se tornaram referências no horror.

Ele recebeu diversos prêmios ao longo das décadas, incluindo homenagens de festivais de cinema e reconhecimento por sua contribuição ao gênero. Diretores como Guillermo del Toro e Quentin Tarantino já citaram Carpenter como grande referência.

Mesmo em anos recentes, Carpenter continua ativo como compositor e produtor, reafirmando seu status de “Mestre do Horror” e figura essencial na história do cinema fantástico.

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Kadu Soares é formando em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, passa o dia consumindo música, esportes, filmes e séries. Possui um perfil no TikTok e um blog no Substack, onde faz reviews de projetos musicais.
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