Lançado em festivais de cinema, Skinamarink tem chamado atenção nas redes sociais por seu tom aterrorizante e experimental
Por acaso você se lembra do pior pesadelo que teve quando era criança? O sonho girava em torno do paranormal, com zumbis e vampiros, ou apresentava situações mais reais, como perder seus pais de vista e ficar na mais completa solidão? É mais ou menos essa a linha explorada pela trama de Skinamarink, terror canadense que tem tomado conta das redes sociais em todo o mundo.
Inspirado em uma coletânea de pesadelos reunidos pelo diretor e roteirista Kyle Edward Ball, o longa narra a terrível noite em que dois irmãos, Kevin (Lucas Paul) e Kaylee (Dali Rose Tetreault), acordam sozinhos em casa. No escuro, as crianças percebem que seus pais simplesmente desapareceram e, ao caminharem pelos cômodos, descobrem que todas as janelas e portas também sumiram.
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Como se a sensação de claustrofobia e solidão já não fosse o suficiente para as duas crianças, os pequenos começam a suspeitar que não estão sozinhos em casa. Muito distante de um responsável amigável, contudo, a presença que chama atenção dos irmãos sequer parece ser humana.
Em um tom bastante experimental, Skinamarink tem feito muito sucesso em diferentes plataformas de crítica. No Rotten Tomatoes, por exemplo, o longa tem 100% de aprovação dos críticos. E muitos dos elogios citam a linguagem e a fotografia da produção, que quase nunca mostra uma cena por completo, revelando apenas sombras, luzes e sons — ou, em algumas situações, os pés das crianças.
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Exibido em festivais de cinema a partir do dia 25 de julho, Skinamarink teve um orçamento bastante baixo, de cerca de US$ 15 mil, majoritariamente arrecadado por meio de crowdfunding. Por isso, inclusive, o longa foi gravado na casa onde Ball cresceu, no Canadá, utilizando equipamentos emprestados da Film and Video Arts Society of Alberta, instituição que ajuda cineastas independentes.
Com imagens analógicas que apenas aumentam a tensão das cenas, o filme é dedicado ao assistente de direção da trama, Joshua Bookhalter, que faleceu durante a pós-produção. Com entrada garantida no catálogo do Shudder, um streaming de terror, o filme deve chegar aos cinemas em 13 de janeiro de 2023, através da IFC Midnight. Não se sabe, entretanto, quando o filme chega no Brasil. Confira:
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Listado em 12º lugar entre os 50 melhores filmes de terror de 2022 pela plataforma de críticas Letterboxd, segundo a Variety, Skinamarink já superou grandes sucessos de terror, como os recém-lançados O Telefone Preto e Morte Morte Morte. E foi a partir de uma coletânea de pesadelos que Kyle Edward Ball escreveu a produção que ultrapassou algumas das maiores apostas do ano.
Já bastante conhecido no universo dos curtas de terror, Ball é dono de um canal no Youtube onde recria os pesadelos de seus seguidores. “O pesadelo mais compartilhado era basicamente o mesmo conceito: 'Tenho entre 6 e 10 anos. Estou na minha casa. Meus pais estão mortos ou desaparecidos, e há uma ameaça com a qual tenho de lidar’,” revelou o cineasta, em entrevista à Variety.
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Eu estava interessado nisso porque também tenho um pesadelo vivido daquela época. Achei incrível que quase todo mundo parece ter esse sonho, então quis explorar isso. Eu apenas corri com isso e transformei em um filme”, disse.
Skinamarink, então, surgiu com o objetivo de tirar todos esses sonhos do inconsciente, trazendo-os para as telas. Tamanho foi o sucesso do longa que, durante uma das exibições em festivais, o terror acabou sendo vazado e pirateado. “Acho que as pessoas tinham a impressão de que estavam nos fazendo um favor ao piratear o filme, mas tínhamos um plano”, lamentou Ball.
“Se eles fizessem uma fanart [do longa], eu retuitaria. É tão legal que as pessoas estejam fazendo fanarts! Mas desde que foi pirateado, tem sido difícil. Obviamente, eu teria preferido que eles o vissem por meios mais legítimos, porque isso me afeta e afeta as outras pessoas que ajudaram no filme."
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