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Cinema / CRÍTICA

40 anos depois, Stop Making Sense prova que é "coisa de cinema"

Filme-concerto da banda Talking Heads, dirigida por Jonathan Demme (O Silêncio dos Inocentes), foi restaurado em 4K e está de volta aos cinemas

40 anos depois, Stop Making Sense prova que é coisa de cinema; leia a crítica - Divulgação/O2 Play
40 anos depois, Stop Making Sense prova que é coisa de cinema; leia a crítica - Divulgação/O2 Play

1983, em Los Angeles, na Califórnia. A banda Talking Heads realiza uma série de quatro apresentações no Hollywood Pantages Theatre para a divulgação de seu novo álbum, Speaking in Tongues.

O diretor Jonathan Demme — muitos anos antes de se tornar vencedor de um Oscar por O Silêncio dos Inocentes, de 1991 — é contratado para filmar a turnê, intitulada Stop Making Sense, e o resultado é um dos filmes-concerto mais prestigiados da história do cinema.

Quarenta anos depois, o registro ganha uma versão remasterizada em 4K pela A24 e retorna às telonas para relembrar aos fãs da obra o quão especial, cinematográfico e mágico o espetáculo é, além de encantar os olhares de uma nova geração de espectadores, que poderá testemunhar o que faz de um "simples" show filmado uma "coisa de cinema".

+++LEIA MAIS: 5 motivos para assistir a Stop Making Sense, filme-concerto do Talking Heads, que está de volta aos cinemas após 40 anos

Mas, afinal, o que faz de "Stop Making Sense" uma "coisa de cinema"?

Existem diversos fatores, dos jogos e ângulos de câmera à edição das imagens, passando pela preocupação com a mise-en-scène, que nos dá certo senso de perspectiva, entre muitos outros.

Porém, o maior diferencial de Stop Making Sense é Jonathan Demme, ainda que o cineasta, à época, ainda não tivesse trabalhado em um projeto de tamanha magnitude. O diretor captura a energia visceral de Talking Heads em uma obra que passa longe de ser apenas um show filmado e faz do filme-concerto a síntese do fazer cinema.

Já nos primeiros minutos do espetáculo, Demme nos situa no palco, revelando seu astro principal aos poucos, inicialmente filmando apenas os pés do vocalista, David Byrne, em uma sequência até o microfone, enquanto ele abre a noite com Psycho Killer, uma das músicas mais clássicas dos Talking Heads.

Em seguida, o cineasta introduz os próximos membros do grupo, como se os incorporasse à narrativa pouco a pouco. A cada número, um novo integrante se junta à "história" e o espectador acompanha as montagens como se estivesse diante do processo de feitura do cenário.

Todo e qualquer movimento importa para a câmera de Demme. Música após música, o diretor focaliza a novidade em cena com uma característica já particular de seu cinema: o close-up, movimento clássico da sétima arte, que pode significar inúmeras coisas, a depender do dono da câmera. Em Stop Making Sense, o cineasta nos aproxima dos artistas com a tentativa de pescar alguma reação ao que é apresentado na tela.

Além disso, diferentemente de demais filmes do tipo, que recentemente voltarão a tomar o cinema através de artistas como Taylor Swift e Beyoncé, Demme também faz questão de incluir o público e as reações vindas dele em Stop Making Sense.

É interessante notar como os presentes, frente às câmeras, começam tímidos, sentados e, no decorrer, empolgam-se e levantam-se, dançando em seus lugares, animados pelo show pelos Talking Heads, como era de se esperar.

Com o lançamento da versão remasterizada de Stop Making Sense, a A24 tinha a mesma pretensão: nos fazer vibrarmos em nossos lugares diante de uma experiência não só digna de ser vista no cinema, mas com todas as qualidades de uma produção cinematográfica, que nos leva diretamente para 1983 e aquela noite no Hollywood Pantages Theatre, como a só a magia do cinema é capaz de fazer.

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