Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil
Cinema / RISCO

Tarantino explica por que segue usando armas reais em seus filmes

Cineasta tocou no tema após ser lembrado da tragédia ocorrida durante as gravações do filme Rust

Igor Miranda (@igormirandasite)
por Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 14/12/2024, às 08h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Quentin Tarantino (Foto: Roy Rochlin/Getty Images)
Quentin Tarantino (Foto: Roy Rochlin/Getty Images)

A morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins, provocada acidentalmente por um tiro de Alec Baldwin durante as gravações de Rust, voltou a levantar discussões e provocar mudanças em relação ao uso de armas reais durante gravações de filmes e séries. Entretanto, o diretor Quentin Tarantino não tem o intuito de abrir mão do artifício.

Durante participação do cineasta no podcast Club Random (via Consequence), o apresentador Bill Maher tocou no tema ao opinar que seria melhor gravar sem qualquer tipo de munição — até mesmo as falsas. Em sua visão, é possível deixar a equipe de efeitos especiais cuidar disso, para evitar outro acontecimento semelhante.

Tarantino, então, se opôs à ideia. Para o cineasta americano, os efeitos especiais jamais irão superar o procedimento real.

Eu acho que conseguimos incluir ereções digitais em filmes pornográficos, mas quem quer ver isso? É animador gravar com as balas falsas para vermos as chamas reais, não chamas adicionadas (por efeitos).”

Quentin Tarantino e o segundo incidente na história

O diretor afirma, ainda, que o acidente de Rust foi apenas o segundo do tipo em toda história no cinema. O primeiro foi a morte de Brandon Lee durante as gravações de O Corvo (1994).

Entre as tantas armas que já disparamos em filmes, temos apenas dois exemplos de pessoas atingidas por um disparo por conta de um erro na arma.”

Por fim, Quentin Tarantino tem ciência de que um incidente como este “prejudica todo o setor”. Ainda assim, considera “animador” correr certos riscos ao gravar um filme.

Quentin Tarantino (Foto: Taylor Hill/FilmMagic)

A morte nas gravações de Rust

Em 21 de outubro de 2021, enquanto ensaiava com uma arma para a gravação de uma cena de Rust, Alec Baldwin efetuou um disparo acidental que matou Halyna Hutchins. Joel Souza, diretor do longa, também foi ferido.

Segundo a investigação do caso, a produção entregou a Baldwin uma arma com munição real para o ensaio da cena em questão. No entanto, ninguém se atentou ao fato, resultando na tragédia.

Em janeiro de 2023, tanto Alec Baldwin quanto Hannah Gutierrez-Reed, armeira do longa, foram formalmente acusados de homicídio culposo pela Justiça. Os julgamentos ocorreram apenas em 2024.

O primeiro foi o de Hannah Gutierrez-Reed, realizado em março. A armeira acabou condenada pelo crime e sentenciada a 18 meses de prisão. Já o do ator ocorreu no mês de julho e a juíza do caso optou por arquivar as acusações.

Em decorrência da tragédia, Rust ficou com suas gravações paralisadas durante bastante tempo. Elas foram retomadas e finalizadas apenas em 2023. A estreia aconteceu em novembro de 2024.

+++LEIA MAIS: Alec Baldwin diz que não quer assistir ao filme Rust: 'A coisa mais difícil com a qual já lidei'

Colaborou: Augusto Ikeda.

Igor Miranda (@igormirandasite)

Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.