CRÍTICA

Terrifier 3 consolida Art, o Palhaço como ícone do slasher em terror natalino brutal

Terceiro capítulo da franquia slasher, que já está em cartaz nos cinemas, prepara terreno para o retorno do palhaço assassino em novos filmes

Angelo Cordeiro (@angelocinefilo)

Publicado em 01/11/2024, às 13h00 - Atualizado às 13h15
Terrifier 3 consolida Art, o Palhaço como ícone do slasher em terror natalino brutal; leia a crítica - Divulgação/Diamond Films Brasil
Terrifier 3 consolida Art, o Palhaço como ícone do slasher em terror natalino brutal; leia a crítica - Divulgação/Diamond Films Brasil

Terrifier 3 estreia nos cinemas brasileiros apostando no que vem dando certo na franquia protagonizada por Art, o Palhaço: muito gore e cenas banais de violência apelativa. No entanto, o novo longa de Damien Leone, que já está em cartaz, tem o propósito claro de apostar na longevidade da história, apresentando novos personagens e deixando um gancho para um provável quarto capítulo.

Se der dinheiro, os filmes continuarão vindo. Essa é uma premissa básica e óbvia de qualquer franquia, estúdio, cineasta e, logicamente, da indústria cinematográfica. Porém, Terrifier nasceu como projeto independente e, apesar de ainda não ter atingido um status de superprodução, hoje em dia já é possível classificá-lo como um projeto de sucesso, que levou muitos curiosos ao cinema. Inclusive, vale incluir Art, o Palhaço entre os ícones do slasher nos últimos anos, algo que vem se consolidando a cada novo capítulo de sua saga splatter.

O subgênero — também conhecido por gore — é essencialmente o que faz a fama de Terrifier. A partir de representações gráficas de sangue e violência por meio de efeitos especiais, cria-se no espectador um interesse mórbido na vulnerabilidade do corpo humano e na teatralidade de sua mutilação. Boa parte do público é levado às salas de cinema pela curiosidade causada pelo marketing certeiro que noticia sessões nas quais pessoas passaram mal, vomitaram e até desmaiaram devido ao nível de violência das mortes. 

Art é um sádico imortal e imoral do qual, até então, não se sabe muita coisa. Se o segundo filme pincela uma explicação rápida sobre ele — é bom assisti-lo antes de se aventurar neste aqui —, Terrifier 3 investe mais cenas na personagem Vicky (Samantha Scaffidi), que se tornou uma espécie de parceira de crime de Art, e também em um novo núcleo familiar.

O novo filme se passa cinco anos após o massacre que Art, o Palhaço causou no Halloween visto no longa anterior. Os irmãos Sienna (Lauren LaVera) e Jonathan Shaw (Elliott Fullam) ainda lutam para reconstruir suas vidas: ela, com uma nova família, e ele, dedicado aos estudos.

À medida que o final do ano se aproxima, eles tentam abraçar o espírito natalino e deixar para trás os horrores do passado. Mas justamente quando eles pensam que estão seguros, Art, o Palhaço (David Howard Thornton) retorna, determinado a transformar a alegria do feriado em um novo pesadelo.

Na novidade, Damien Leone tenta fugir do gore pelo gore ou da violência pela violência, situando a final girlSienna em um ambiente novo para nós e acalentador para ela. Apesar disso, o que Terrifier 3tem de mais interessante é justamente os momentos em que Art, o Palhaço brinca com momentos natalinos, como quando conhece um Papai Noel em um bar, rendendo uma das cenas mais hilárias do longa, ou quando se veste de Papai Noel e atende a crianças em um shopping, momentos que sempre culminam em mortes e bastante violência.

Entretanto, o mais inventivo de Terrifier 3 nem é o nível desta violência que, a meu ver, não vai muito além do que já fora mostrado nos capítulos anteriores da franquia — apesar de todo buzz sobre elas —, mas em como Damien Leone situa a história em um feriado festivo como o Natal. Talvez essa seja uma possibilidade muito bem vinda para vindouros filmes de Terrifier: colocar Art em datas comemorativas e vê-lo causar o caos e matanças tão brutais.

Ainda não se sabe o que podemos esperar de um especulado Terrifier 4, mas o final de Terrifier 3deixa evidente que os planos de Damien Leone para esse palhaço que cada vez mais se solidifica como um ícone do slasher, ainda estão longe do fim. Resta saber em que época do ano Art voltará a atacar.

Especial de cinema da Rolling Stone Brasil

O cinema é tema do novo especial impresso da Rolling Stone Brasil. Em uma revista dedicada aos amantes da sétima arte, entrevistamos Francis Ford Coppola, que chega aos 85 anos em meio ao lançamento de seu novo filme, Megalópolis, empreitada ousada e milionária financiada por ele próprio.

Inabalável diante das reações controversas à novidade, que demorou cerca de 40 anos para sair do papel, o cineasta defende a ousadia de ser criativo da indústria do cinema e abre, em bom português, a influência do Brasil em seu novo filme: “Alegria”.

O especial ainda traz conversas com Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello sobre Ainda Estou Aqui, um bate-papo sobre trilhas sonoras com o maestro João Carlos Martins, uma lista exclusiva com os 100 melhores filmes da história (50 nacionais, 50 internacionais), outra lista com as 101 maiores trilhas da história do cinema, um esquenta para o Oscar 2025 e o radar de lançamentos de Globoplay, Globo Filmes, O2 Play e O2 Filmes para os próximos meses.

O especial de cinema da Rolling Stone Brasil chega às bancas de jornais em novembro, mas já pode ser comprada em pré-venda na loja da editora Perfil por R$ 29,90, com envios a partir de 6 de novembro.

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