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Cinema / CRÍTICA

Wicked transporta essência do musical para as telonas com adaptação de alto nível

Versão cinematográfica do sucesso da Broadway chega aos cinemas a partir desta terça-feira (19) com história carregada de emoção e charme

Camila Gomes (@camilagms)
por Camila Gomes (@camilagms)
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Publicado em 19/11/2024, às 16h00

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Wicked transporta essência do musical para as telonas com adaptação de alto nível; leia a crítica - Divulgação/Universal Pictures
Wicked transporta essência do musical para as telonas com adaptação de alto nível; leia a crítica - Divulgação/Universal Pictures

Há quase um século, quando foi lançado, O Mágico de Oz marcou a história do cinema e, até os dias de hoje, encanta gerações. Vencedora de duas estatuetas do Oscar, a adaptação do livro de L. Frank Baum ajudou a popularizar o cinema colorido com o uso de technicolor e emocionou o mundo com a performance de Judy Garland da música Somewhere Over The Rainbow, que se tornou um clássico.

Porém, muito antes da aventura de Dorothy, Homem-de-Lata, Espantalho e o Leão Covarde, uma inesperada amizade floresceu: Wicked: A História Não Contada das Bruxas de Oz nasceu nas páginas do livro assinado por Gregory Maguire, mas se tornou um fenômeno ao ser levada para a Broadway, em 2003, pelas mãos de Stephen Schwartaz Winnie Holzman.

Agora, após anos de rumores e tentativas de levar a história de Elphaba, que viria a ser conhecida como a Bruxa Má do Oeste, e Glinda, a Bruxa Boa, para os cinemas, Wickedfinalmente ganha as telonas a partir desta terça-feira, dia 19 de novembro, e promete encantar o público com uma adaptação emocionante e charmosa, que carrega a essência do musical com um trabalho de alto nível.

Qual é a história de Wicked?

Na novidade, que deve potencializar ainda mais o fenômeno já consagrado, a vencedora do Oscar Cynthia Erivo (Harriet) assume o papel de Elphaba, que causa estranheza no Reino de Oz por sua pele esverdeada.

Porém, Elphaba não se resume à sua cor: com habilidades raras e extraordinários, ela é convidada a ingressa na Universidade de Shiz, onde conhece Galinda, uma jovem popular e ambiciosa vivida pela vencedora do Grammy Ariana Grande (Não Olhe Para Cima).

De personalidades distintas, as duas entram em conflito instantaneamente, mas logo deixam as diferenças de lado e iniciam uma inesperada amizade. No entanto, o desejo pelo reconhecimento e poder de Galinda e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma entram no caminho, o que afeta o futuro de cada uma e como as pessoas de Oz as enxergam.

O que achamos de Wicked?

Sem a química entre as suas protagonistas, Wicked não seria nada. Para a nossa felicidade, desde o princípio, Cynthia Erivo Ariana Grande deixaram que o elo, que desabrochou diante das câmeras em momentos carregados de simpatia e emoção, é tão forte que se expandiu para fora da tela.

Das provocações das personagens como rivais ao laço de irmandade construído ao longo da história, as atrizes dão um show. Cynthia é uma força da natureza. A atriz é capaz de transmitir a complexidade e a dor reprimida causada pelo preconceito, bullying e abandono que Elphaba sentiu ao longo da vida, seja apenas com um olhar ou com seus vocais viscerais. 

Ariana, por sua vez, cumpre sua promessa feita ao conquistar o papel no longa e prova que cuidou muito bem da Glinda, exatamente como seriado esperado de uma grande fã de Wicked. A cantora agarra a oportunidade com unhas e dentes, e equilibra a doçura, o carisma, a leveza e até a petulância da personagem com um excelente timing de comédia, o que torna o filme ainda mais divertido.

Wicked leva as adaptações musicais para outro patamar

Como fariam no teatro, as atrizes cantaram todas as canções ao vivo, durante as filmagens do longa, o que não apenas eleva os números musicais, já grandiosos e bem coreografados, mas colocam Wicked no hall das maiores adaptações musicais da história do cinema.

O diretor Jon M. Chu, responsável por Em Um Bairro de Nova York (2021) e Podres de Ricos (2018), não mediu esforços para tornar Wickeduma grandiosa experiência cinematográfica para o público, tanto os fãs apaixonados quantos os novatos, que devem ser pegos de surpresa.

Para tornar tudo ainda mais realista, vibrante e colorido, a produção criou os campos de flores com a plantação de nove milhões de tulipas, construiu a Cidade das Esmeralda e a Munchkinland, pintou a estrada dos tijolos amarelos foi pintada a mão e encomendou um trem de 16 toneladas a cena em que Elphaba e Glinda — recém-rebatizada, em mais um divertido momento da personagem — vão conhecer o famoso Mágico de Oz.

A decisão de trazer o Reino de Oz à vida faz com que não só os atores, mas os espectadores se sintam parte da história. E, diferentemente de inúmeras produções recentes de altíssimo orçamento, os elementos criados com computação gráfica de fato servem para complementar e ampliar o universo fantástico ao invés de destoar da ambientação, mais um ponto positivo para o espetáculo que é Wicked, uma obra imperdível para qualquer amante de grandes histórias.

Especial de cinema da Rolling Stone Brasil

O cinema é tema do novo especial impresso da Rolling Stone Brasil. Em uma revista dedicada aos amantes da sétima arte, entrevistamos Francis Ford Coppola, que chega aos 85 anos em meio ao lançamento de seu novo filme, Megalópolis, empreitada ousada e milionária financiada por ele próprio.

Inabalável diante das reações controversas à novidade, que demorou cerca de 40 anos para sair do papel, o cineasta defende a ousadia de ser criativo da indústria do cinema e abre, em bom português, a influência do Brasil em seu novo filme: “Alegria”.

O especial ainda traz conversas com Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello sobre Ainda Estou Aqui, um bate-papo sobre trilhas sonoras com o maestro João Carlos Martins, uma lista exclusiva com os 100 melhores filmes da história (50 nacionais, 50 internacionais), outra lista com as 101 maiores trilhas da história do cinema, um esquenta para o Oscar 2025 e o radar de lançamentos de Globoplay, Globo Filmes, O2 Play e O2 Filmes para os próximos meses.

O especial de cinema da Rolling Stone Brasil já está disponível nas bancas de jornal, mas também pode ser comprado na loja da editora Perfil por R$ 29,90. Confira:

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