Zoë Saldaña pede desculpas por Emilia Pérez ser 'muito doloroso' para mexicanos
Com 13 indicações no Oscar 2025, filme estrelado por Karla Sofía Gascón recebeu diversas críticas pela forma estereotipada que mostra o México
Felipe Grutter (@felipegrutter)
Publicado em 03/03/2025, às 10h53
Apesar de ter conquistado o Oscar 2025 de Melhor Atriz Coadjuvante, Zoë Saldaña recebeu diversas críticas ao longo da temporada de premiações por conta do teor xenofóbico de Emilia Pérez, filme de Jacques Audiard que recebeu 13 indicações no principal prêmio do cinema.
Após receber a estatueta dourada, em categoria que concorria com Monica Barbaro (Um Completo Desconhecido), Ariana Grande (Wicked), Felicity Jones (O Brutalista) e Isabella Rossellini (Conclave), a artista participou de uma coletiva de imprensa (via Variety) e pediu desculpas pela recepção negativa que o filme recebeu.
Vale lembrar como Emilia Pérez se passa no México, mas foi filmado na França e o elenco é composto majoritariamente por artistas da Europa e Estados Unidos - pouquíssimos são do país latino. Além disso, a narrativa é recheada de esteriótipos ligados aos mexicanos, sem contar a forma como retrataram uma pessoa trans.
"Primeiramente, lamento muito, muito que muitos mexicanos tenham se sentido ofendidos. Essa nunca foi nossa intenção. Falamos de um lugar de amor. Não compartilho sua opinião. Para mim, o coração deste filme não era o México", afirmou Saldaña. "Estávamos fazendo um filme sobre amizade. Estávamos fazendo um filme sobre quatro mulheres".
"Essas mulheres poderiam ter sido russas, poderiam ter sido dominicanas, poderiam ter sido negras de Detroit, poderiam ter sido de Israel, poderiam ter sido de Gaza", continuou. "E essas mulheres ainda são mulheres muito universais que estão lutando todos os dias, mas tentando sobreviver à opressão sistêmica e tentando encontrar as vozes mais autênticas".
Então, eu vou manter isso, mas também estou sempre aberta para sentar com todos os meus irmãos e irmãs mexicanos, com amor e respeito, [para ter] uma ótima conversa sobre como Emilia Pérez poderia ter sido melhor. Eu acolho isso.
Especial de cinema da Rolling Stone Brasil
O cinema é tema do novo especial impresso da Rolling Stone Brasil. Em uma revista dedicada aos amantes da sétima arte, entrevistamos Francis Ford Coppola, que chega aos 85 anos em meio ao lançamento de seu novo filme, Megalópolis, empreitada ousada e milionária financiada por ele próprio.
Inabalável diante das reações controversas à novidade, que demorou cerca de 40 anos para sair do papel, o cineasta defende a ousadia de ser criativo da indústria do cinema e abre, em bom português, a influência do Brasil em seu novo filme: “Alegria”.
O especial ainda traz conversas com Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello sobre Ainda Estou Aqui, um bate-papo sobre trilhas sonoras com o maestro João Carlos Martins, uma lista exclusiva com os 100 melhores filmes da história (50 nacionais, 50 internacionais), outra lista com as 101 maiores trilhas da história do cinema, um esquenta para o Oscar 2025 e o radar de lançamentos de Globoplay, Globo Filmes, O2 Play e O2 Filmes para os próximos meses.
O especial de cinema da Rolling Stone Brasil já está nas bancas de jornal, mas também pode ser comprado na loja da editora Perfil por R$ 29,90. Confira:
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