Parceria dos tênis Yeezy terminou em 2022 após falas polêmicas de Ye; Adidas não fará compensação financeira ao rapper
Após dois anos de litígios judiciais e de negociações interrompidas, Adidas e o rapper Kanye West, também conhecido como Ye, encerraram todas as disputas envolvendo a parceria Yeezy. O rompimento ocorreu em 2022, após falas antissemitas de Kanye, que levaram a Adidas a suspender abruptamente uma das colaborações mais lucrativas da indústria da moda.
Apenas no primeiro trimestre de 2023, a marca registrou uma perda de 400 milhões de euros em vendas na América do Norte, uma queda que expôs o peso econômico da colaboração Yeezy.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (29), o CEO da Adidas, Bjørn Gulden, confirmou que o acordo foi estabelecido sem qualquer pagamento adicional (Via Financial Times). “Não há mais questões em aberto, nem dinheiro fluindo de um lado para o outro”, disse Gulden em uma teleconferência. Ele explicou que a decisão foi mútua, com ambas as partes optando por encerrar as reivindicações legais. “Quando as demandas de ambos os lados foram comparadas, decidimos que não precisávamos mais lutar.”
O acordo foi descrito como "amigável" e foi feito fora dos tribunais. Em outras palavras, todas as pendências legais foram retiradas sem que qualquer uma das partes ficasse com uma obrigação financeira em relação à outra, encerrando assim a "batalha bilionária" entre o artista e a marca.
Ao encerrar o contrato, a Adidas se deparou com um estoque não vendido estimado em 1,2 bilhões de euros em produtos Yeezy. Em vez de descartar os produtos, a empresa optou por vendê-los em lotes e anunciou que parte dos lucros será doada para organizações que combatem o racismo e o antissemitismo. Em março deste ano, a empresa também lançou uma fundação voltada à luta contra a discriminação, para a qual parte desses recursos será direcionada.
Gulden confirmou ainda que o restante dos produtos Yeezy será vendido a preço de custo até o final de 2024. Para a Adidas, a decisão marca o fim da longa colaboração com Ye, e a empresa agora foca em suas coleções próprias. O CEO expressou otimismo quanto ao desempenho das linhas Samba, Gazelle e Campus, que vêm ganhando espaço entre os consumidores, especialmente no mercado chinês, onde a Adidas compete com marcas rivais em busca de crescimento.