CASO DOS IRMÃOS MENENDEZ

Família dos irmãos Menendez mantém esperança na libertação: 'Não tem mais propósito mantê-los presos'

Revisão da sentença, marcada para março, pode abrir caminho para a liberdade após 35 anos na prisão

Aline Carlin Cordaro (@linecarlin)

Publicado em 30/01/2025, às 15h39
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Erik e Lyle Menendez, condenados à prisão perpétua pelo assassinato dos pais, aguardam o desfecho de um dos momentos mais decisivos de suas vidas: a revisão de sentença que pode torná-los elegíveis para liberdade condicional. A audiência, marcada para 20 de março, chega em meio a uma mudança no comando do Departamento de Justiça de Los Angeles, que pode afetar os rumos do caso.

A prima dos irmãos, Anamaria Baralt, revelou à People que a família mantém a esperança de um resultado positivo, mas com cautela.

Erik e Lyle estão cautelosamente otimistas. Eles são gratos pelo apoio que têm recebido e pela oportunidade de ter sua sentença reconsiderada.

Os irmãos, que hoje têm 54 e 57 anos, foram condenados à prisão perpétua pelo assassinato dos pais, José e Kitty Menendez, em 1989, em Beverly Hills. O crime chocou os Estados Unidos, mas, ao longo dos anos, uma nova perspectiva sobre o caso ganhou força: Erik e Lyle alegam que foram vítimas de abusos sexuais e psicológicos do pai e que temiam por suas vidas. Essa versão tem sido defendida por um crescente grupo de apoiadores, impulsionado pelo documentário The Menendez Brothers e pela série da Netflix, Monsters: The Lyle and Erik Menendez Story.

Mudança no Departamento de Justiça pode afetar o caso

Em outubro de 2024, os irmãos estavam próximos da liberdade quando o então promotor de Los Angeles, George Gascón, entrou com um pedido de revisão da sentença, que poderia permitir a elegibilidade para liberdade condicional, considerando que Lyle tinha 21 anos e Erik 18 na época do crime. No entanto, a saída de Gascón e a eleição do novo procurador, Nathan Hochman, trouxe incertezas.

“Estamos analisando o caso”, disse Hochman à People, sem confirmar se pretende manter ou retirar o pedido de reavaliação da pena.

A chegada de Hochman ao cargo também resultou na substituição da equipe responsável pela reavaliação de sentenças, tornando o futuro dos irmãos ainda mais incerto. Para o advogado de defesa dos Menendez, Cliff Gardner, a postura do novo procurador será determinante para o desfecho.

Em casos de homicídio, um promotor mais conservador tende a levar em conta a opinião da família das vítimas. Mas, neste caso, há inúmeros familiares de José e Kitty Menendez que pedem pela libertação de Erik e Lyle há anos. Resta saber se Hochman levará isso em consideração.

O caso pode ser revertido?

Nas últimas décadas, os irmãos Menendez entraram com diversos recursos para tentar reverter a sentença, sem sucesso. Em 2023, a defesa apresentou um pedido de habeas corpus, trazendo novas evidências que poderiam reforçar a narrativa dos abusos, incluindo uma carta de Erik enviada a um primo meses antes do crime, mencionando o comportamento abusivo do pai. Outra peça-chave foi um depoimento de um ex-integrante do Menudo, que alegou ter sido vítima de violência sexual por José Menendez nos anos 1980, quando o empresário era responsável pela gravadora do grupo.

Expectativa da família

Os irmãos passaram 35 anos na prisão, onde construíram uma nova rotina e passaram a se envolver em ações de apoio a outros detentos. A prima Anamaria Baralt, que se tornou uma das principais vozes em defesa da libertação dos Menendez, acredita que a prisão perpétua dos irmãos não tem mais sentido.

O que nos move é o amor. A permanência deles na prisão não tem mais propósito social e só prolonga o sofrimento da nossa família. Eles assumiram a responsabilidade por seus atos, dedicaram suas vidas a ajudar outras pessoas e fizeram isso enquanto carregavam o peso do passado e do julgamento do mundo. Só queremos recebê-los em casa.