Filipe Ret na SIM São Paulo: 'Transformei o hate das redes em oportunidade de me conectar com os fãs'
Rapper abordou profissionalização no mercado da música e contou como transformou ataques nas redes sociais em conexão com os fãs
Aline Carlin Cordaro (@linecarlin)
Publicado em 21/02/2025, às 15h00
Filipe Ret participou da SIM São Paulo 2025, maior conferência de música e economia criativa da América Latina, realizada entre os dias 17 e 21 de fevereiro, no Memorial da América Latina. No painel "Case Study: Gestão Integrada de Carreira – Filipe Ret", realizado na quarta-feira (20), o artista compartilhou os bastidores de sua trajetória e as estratégias adotadas para consolidar seu crescimento no mercado.
Mediado por Ciça Pereira (Zeferina Produções, Afrotrampos), o painel contou com a participação de Ret e de seu empresário, Marcos Passarini, sócio da Elemess, empresa responsável pela gestão de sua carreira. O debate abordou o crescimento do rapper nos últimos anos, a importância da estratégia para artistas independentes e os desafios do mercado atual.
Filipe Ret revelou que a virada em sua carreira aconteceu paralelamente a um amadurecimento pessoal, principalmente após se tornar pai.
Ter virado pai foi uma virada de chave na minha vida e, consequentemente, na minha carreira. A partir desse momento, comecei a olhar o planejamento de carreira como prioridade absoluta. Acho que existe um delay sobre o que o artista sente no momento e aquilo que ele pode colher na frente. Minha meta é trabalhar hoje para o que quero conquistar daqui a dois anos. Sou inquieto e competitivo, isso me motiva a estar sempre criando algo novo.
Além do planejamento de longo prazo, ele destacou a necessidade de os próprios artistas entenderem seu produto e saberem como apresentá-lo ao público.
Cabe ao artista ter visão do seu próprio produto, de como ele deve ‘vender’ a sua música, seja no show ou na rua. Quando o artista consegue colocar mais energia nessa ‘venda’, ele aumenta sua chance de êxito.
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Crescimento da carreira
A gestão profissional da carreira de Filipe Ret ganhou um novo impulso em 2019, quando ele passou a trabalhar com Marcos Passarini e a Elemess. Segundo Passarini, esse foi um momento decisivo, pois o artista já havia atingido o limite do que conseguia administrar sozinho.
"Começamos a trabalhar junto com o Filipe Ret em 2019, quando começamos a pensar a carreira dele de forma mais planejada. Neste momento, ele havia chegado no limite do que conseguia fazer por conta própria em termos de gestão. Mas a gente sabia que o potencial de crescimento era muito alto.
Um dos primeiros diagnósticos que fizemos foi de que ele poderia se apresentar em lugares maiores. Contratantes de casas para 700 pessoas tinham sold out instantâneo com o Filipe Ret. Partimos então para um crescimento do show em lugares maiores, novas praças, investindo no show e na produção própria. Foi um círculo virtuoso que, em seis meses, praticamente quadruplicou o cachê do artista e deu muito mais estrutura para toda a sua equipe."
Reposicionamento de imagem e conexão com o público
Outro ponto central abordado no painel foi a forma como Filipe Ret enfrentou os ataques que vinha sofrendo nas redes sociais. Segundo o rapper, o aumento de críticas o levou a adotar uma nova estratégia: aproximar-se do público e se mostrar de forma mais transparente.
"Há cerca de oito meses, estava recebendo muito hate nas redes. Não conseguia entender porquê, já que vinha fazendo tudo da maneira correta. Nesse momento, percebi que quem estava do meu lado, vendo as batalhas e perrengues, sabia quanto eu me esforçava em ser o melhor possível. Mas quem estava de fora não tinha essa percepção.
A partir disso, tivemos um insight de começar a produzir vlogs diários, me acompanhando e dividindo cada momento, conquistas e desafios com os fãs. Algo que começou como minha ‘defesa’ tornou os fãs ainda mais próximos de mim e mudou bastante a percepção sobre mim e minha imagem. Agora, conhecem o Ret empresário, pai, filho, amigo, que está na rua todo dia tentando fazer o melhor."