Jane Fonda recebe prêmio honorário no SAG Awards 2025 e reforça importância da empatia e ativismo
Aos 87 anos, atriz e ativista incentiva Hollywood a resistir e destaca o papel dos artistas em tempos de crise
Aline Carlin Cordaro (@linecarlin)
Publicado em 24/02/2025, às 17h34
Jane Fonda foi homenageada no Screen Actors Guild Awards 2025 com o Life Achievement Award, maior honraria do SAG-AFTRA, concedida a artistas que representam os melhores ideais da profissão. Durante seu discurso, a atriz e ativista de 87 anos ressaltou o papel dos atores na construção da empatia e reforçou seu compromisso com o ativismo político e social.
"Empatia não é fraqueza"
Ao subir ao palco após ser apresentada por Julia Louis-Dreyfus, Fonda recebeu uma ovação de pé e destacou que a atuação é uma ferramenta essencial para promover a compreensão entre as pessoas.
“O que nós, atores, criamos é empatia. Nosso trabalho é entender outro ser humano tão profundamente que podemos tocar suas almas. E não se enganem: empatia não é fraqueza."
Fonda também enfatizou que a empatia deve ir além dos grupos que compartilham as mesmas ideologias.
“Muitas pessoas vão ser profundamente afetadas pelo que está acontecendo, pelo que está por vir. E mesmo que tenham uma visão política diferente da nossa, precisamos recorrer à empatia, não ao julgamento. Precisamos ouvi-los de coração aberto e trazê-los para o nosso lado, porque vamos precisar de um grande grupo para resistir ao que está vindo contra nós.”
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A veterana de Hollywood relembrou sua longa carreira, mencionando que seu primeiro filme foi lançado em 1958, no fim da era McCarthy, período em que artistas e intelectuais foram perseguidos por supostos laços com o comunismo.
“Naquele tempo, muitas carreiras foram destruídas. Mas Hollywood resistiu. Nós resistimos”, afirmou.
Ela comparou o cenário político atual aos grandes momentos de resistência da história, como o movimento pelos direitos civis, Stonewall e a luta contra o apartheid.
“Já assistiu a um documentário sobre um grande movimento social e se perguntou se teria coragem de estar lá, de enfrentar mangueiras de água, cassetetes e cães de ataque? Não precisamos mais nos perguntar, porque este é o nosso momento de documentário. Isso não é um ensaio.”
Fonda concluiu seu discurso reforçando a importância da união e do compromisso coletivo.
“Precisamos permanecer em comunidade, ajudar os mais vulneráveis e encontrar maneiras de projetar uma visão inspiradora do futuro. Ainda haverá amor. Ainda haverá beleza. E haverá um oceano de verdade para nadarmos.”
Além de uma carreira icônica no cinema, com dois Oscars e sete Globos de Ouro, Jane Fonda tem um histórico de ativismo que remonta à década de 1970, quando se posicionou contra a Guerra do Vietnã. Mais recentemente, foi presa cinco vezes em 2019 por protestos ambientais em Washington, no movimento Fire Drill Fridays.