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Diversos / Leitura

Mais da metade da população brasileira não lê livros; Brasil perde milhões de leitores em cinco anos

Redução de leitores atinge todas as classes e idades, aponta pesquisa nacional

Getty Images
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Uma nova edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada nesta terça-feira (19), revelou um cenário preocupante: mais de 7 milhões de brasileiros deixaram de ser leitores nos últimos cinco anos. Desde 2015, o total acumulado chega a 11,3 milhões de leitores perdidos. Pela primeira vez desde o início da série histórica, a proporção de não-leitores superou a de leitores no país.

A pesquisa, conduzida pelo Instituto Pró-Livro (IPL), entrevistou 5,5 mil pessoas em 208 municípios e indicou que 53% dos brasileiros não leram sequer parte de um livro nos três meses anteriores à realização do estudo. Esse número inclui livros físicos, digitais, didáticos, religiosos e a Bíblia.

Quando se considera apenas a leitura completa de livros, o percentual de leitores cai para 27%, ou seja, apenas pouco mais de um quarto da população leu um livro inteiro nos três meses anteriores.

O estudo identificou quedas na leitura em todas as classes sociais, faixas etárias e níveis de escolaridade. A média de livros lidos por pessoa também diminuiu de 2,6 para 2,4, sendo que a leitura integral ficou em apenas 0,82 livro por entrevistado.

A pesquisa apontou que o gosto pessoal continua sendo a principal motivação para a leitura, citado por 24% dos entrevistados. No entanto, 29% afirmaram não gostar de ler, superando os 26% que disseram gostar muito. O desinteresse pela leitura cresce com a idade: enquanto 38% das crianças entre 5 e 10 anos leem por prazer, esse índice cai para 17% entre adultos acima de 40 anos. A queda de interesse começa a ser notada a partir dos 14 anos, indicando perda de leitores potenciais.

Além disso, as salas de aula, tradicionalmente um espaço de leitura, foram citadas por apenas 19% dos entrevistados como local de leitura, uma queda de 4% em relação a 2019. Em contraste, 85% afirmaram ler em casa. O aumento do uso de telas foi outro fator relevante. Entre leitores, 87% mencionaram passar tempo na internet, enquanto entre os não-leitores esse índice foi de 70%.