Tár, drama psicológico protagonizado pela atriz em 2022, chega a tocar no assunto — complementado pela artista em entrevista
Publicado em 16/10/2024, às 08h00
Um dos filmes mais recentes de Cate Blanchett é o drama psicológico Tár (2022). Durante a obra, ela interpreta uma renomada maestrina que precisa lidar com acusações de conduta inadequada.
Sua atuação foi considerada um dos principais pontos positivos do longa. Não à toa, a atriz recebeu diversos prêmios, como o Globo de Ouro de Melhor Atriz, além de ter sido indicada ao Oscar na mesma categoria.
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Por outro lado, o trabalho foi alvo de críticas por conta de sua personagem e os temas abordados na obra. Por conta disso, a atriz se manifestou a respeito de outro assunto explorado no longa: a cultura do cancelamento.
Em conversa com a Radio Times (via The Independent), Blanchett disse ser completamente contra isso. A artista australiana revelou que acredita ser importante tocar em temas sensíveis como forma de evitar que a história se repita.
Se você não lê livros que são levemente ofensivos por conta do que dizem em certo contexto histórico, então você não lidará com as mentes da época e estamos destinados a repetir essas coisas.”
Ao se justificar, também mencionou um dos pintores mais famosos de todos os tempos como exemplo. Ela disse:
Veja o caso do (Pablo) Picasso. Você só pode imaginar o que acontecia dentro, fora e ao redor do seu estúdio. Mas você olha para Guernica e diz que essa é uma das maiores obras de arte da história? Sim, é um fato. É importante ter uma crítica saudável.”
O artista espanhol falecido em 1973 foi mencionado porque sua obra tem sido interpretada de forma crítica nos últimos anos, devido a registros indicando que ele teve relacionamentos tóxicos com mulheres.
Colega de profissão de Cate Blanchett, Jennifer Aniston tem opinião semelhante. Em entrevista ao The Wall Street Journal, a americana disse estar cansada da cultura do cancelamento — que por vezes foi direcionada até mesmo ao seu trabalho mais famoso, o seriado Friends, pela forma como questões sensíveis a minorias são tratadas com humor. Ela comenta:
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Estou tão cansada da cultura do cancelamento. Eu provavelmente já fui cancelada só por dizer isso. Eu apenas não entendo o que ela significa.”
Na sequência, a atriz afirmou até compreender alguns casos de cancelamento, como o do ex-produtor de cinema Harvey Weinstein, condenado por diversos abusos sexuais cometidos ao longo de sua carreira. Ainda assim, Jennifer entende que nem todos podem se comparar a ele e merecem uma segunda chance.
Colaborou: Augusto Ikeda.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.