O jovem de 26 anos foi preso na Pensilvânia e é acusado de assassinato premeditado em Nova York
Luigi Mangione, 26 anos, foi preso na última segunda-feira (9), em um restaurante McDonald’s em Altoona, Pensilvânia, cinco dias após o assassinato de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare. O crime, descrito como uma "ação premeditada e direcionada" pelas autoridades, ocorreu no dia 4 de dezembro em Manhattan, Nova York, quando Thompson foi baleado em frente ao Hilton Midtown Hotel.
Mangione, um jovem com formação acadêmica de destaque, carrega um histórico de críticas severas ao sistema corporativo americano, especialmente à indústria de saúde. Ele foi encontrado com uma arma “fantasma” fabricada em uma impressora 3D, documentos falsos e um manifesto manuscrito que condenava práticas empresariais de seguradoras de saúde.
Agora, o suspeito foi transferido para Nova York, onde enfrenta acusações de homicídio em primeiro grau, posse de armas e uso de documentos falsos. Se condenado, ele poderá enfrentar prisão perpétua.
O caso segue em investigação, com as autoridades analisando possíveis conexões entre Mangione e outras organizações ou indivíduos que possam ter influenciado suas ações.
Na manhã do dia 4 de dezembro, por volta das 6h45, Brian Thompson, 50 anos, foi alvejado enquanto deixava o Hilton Midtown, em Manhattan, onde participaria da conferência anual de investidores da UnitedHealthcare. O suspeito disparou várias vezes, atingindo Thompson nas costas e na perna. A vítima foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Após o ataque, Mangione fugiu do local de bicicleta e foi visto em imagens de câmeras de segurança entrando na Port Authority Bus Terminal. Ele deixou Nova York em um ônibus com destino à Pensilvânia, o que desencadeou uma grande operação de busca que incluiu helicópteros, cães farejadores e varreduras em parques da cidade.
A prisão de Mangione ocorreu graças à denúncia de um funcionário do McDonald’s, que reconheceu o suspeito das imagens divulgadas pela polícia. Quando detido, ele carregava:
O manifesto incluía frases como: “Esses parasitas tiveram o que merecem” e “Eu peço desculpas por qualquer sofrimento causado, mas era necessário.”Ele também afirmava que agiu sozinho: “Não estava trabalhando com ninguém.”
Natural de Towson, Maryland, Mangione veio de uma família rica com negócios no setor imobiliário e em emissoras de rádio. Luigi frequentou a Gilman School, onde foi orador da turma. Estudou na Universidade da Pensilvânia (Penn State), obtendo bacharelado e mestrado em Ciência da Computação e Engenharia. Durante seu tempo na universidade, cofundou um clube de desenvolvimento de videogames e foi membro de uma sociedade acadêmica exclusiva para engenheiros de destaque.
Após a graduação, Mangione trabalhou brevemente como engenheiro de dados na TrueCar, uma empresa automotiva. Recentemente, ele vivia em Honolulu, Havaí, onde se hospedava em uma comunidade de trabalhadores remotos.
Apesar de seu histórico acadêmico impecável, Mangione sofria de dores crônicas nas costas devido a um desalinhamento espinhal, o que o levou a uma cirurgia de fusão espinhal em 2023. Amigos relataram que ele desapareceu nos últimos seis meses, e cortou contato com conhecidos e familiares.
Mangione demonstrava admiração pelo manifesto de Ted Kaczynski, o “Unabomber”, em postagens online. Ele criticava o capitalismo, a tecnologia moderna e o impacto das empresas de saúde, que acusava de colocar lucros acima do bem-estar humano.
Seu manifesto, encontrado no momento da prisão, ecoava essas ideologias e parecia justificar o assassinato de Thompson como um “desafio simbólico” ao sistema corporativo. Balas encontradas na cena do crime tinham palavras gravadas como “negar” e “depor”, uma possível referência a práticas de seguradoras de saúde para evitar pagamentos de sinistros.
Brian Thompson liderava a UnitedHealthcare, maior fornecedora de planos de saúde do programa Medicare privado nos EUA. Com 20 anos de carreira no grupo, ele dirigia a divisão de seguros desde 2021, que atende mais de 49 milhões de americanos. Thompson estava em Nova York para a conferência anual de investidores da empresa, que foi cancelada após sua morte.