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Diversos / CRIME

Suspeito de matar CEO da UnitedHealthcare é tratado como herói na internet: 'revolucionário'

'A mídia está massacrando Luigi Mangione enquanto encobre os crimes de Brian Thompson', dizem internautas

Imagem: Reprodução / Internet
Imagem: Reprodução / Internet

Luigi Mangione, de 26 anos, suspeito de assassinar Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, está ganhando notoriedade online, com internautas de diversas partes do mundo o chamando de "herói" e "revolucionário". O crime, ocorrido em 4 de dezembro em Manhattan, Nova York, foi descrito pelas autoridades como uma "ação premeditada e direcionada". Mangione foi preso cinco dias depois, em um restaurante McDonald’s na Pensilvânia.

+++ SAIBA MAIS: Quem é Luigi Mangione, o suspeito de matar o CEO da UnitedHealthcare nos Estados Unidos?

Nas redes sociais, o debate sobre o caso tomou grandes proporções, com usuários defendendo Mangione e atacando o sistema de saúde dos Estados Unidos. “Não estamos celebrando o assassinato em si, mas o fato de que ele expôs as práticas corporativas cruéis de empresas como a UnitedHealthcare”, afirmou um perfil no X (antigo Twitter). Outro usuário escreveu: “A mídia está em polvorosa. Os debates sobre o sistema de saúde dos EUA estão fervendo. Luigi é visto como alguém que desafiou o poder corporativo.”

Entre as declarações, destacaram-se: “Eu não sei como funciona a justiça estadunidense, mas se esse menino for a júri popular, capaz de ser absolvido”; “Caravana para votar pela liberdade do Luigi saindo da rodoviária do Tietê”; e “A mídia está massacrando o Luigi e encobrindo os crimes do CEO da UnitedHealthcare que matou milhares ao negar acesso aos planos que são pagos para maximizar os lucros”.

Por outro lado, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, condenou essa narrativa, afirmando que Luigi “não é um herói”. Em declaração oficial, Shapiro disse:

Na América, não matamos pessoas a sangue frio para resolver diferenças políticas ou expressar um ponto de vista. Eu entendo que as pessoas têm frustração real com nosso sistema de saúde, e eu trabalhei para lidar com isso ao longo da minha carreira.

O crime e a prisão de Mangione

Brian Thompson, de 50 anos, foi alvejado enquanto saía do Hilton Midtown Hotel, onde participaria de uma conferência de investidores da UnitedHealthcare. O atirador fugiu de bicicleta e, posteriormente, embarcou em um ônibus com destino à Pensilvânia. Após uma extensa operação policial, Mangione foi preso em 9 de dezembro graças à denúncia de um funcionário do McDonald’s que o reconheceu pelas imagens divulgadas.

Brian liderava a UnitedHealthcare, a maior fornecedora de planos de saúde privados nos EUA, servindo mais de 49 milhões de pessoas. Ele estava na empresa há 20 anos e dirigia a divisão de seguros desde 2021. 

No momento da prisão, Mangione estava em posse de:

  • Uma arma “fantasma” fabricada em impressora 3D e compatível com o crime.
  • Um silenciador.
  • Um passaporte americano.
  • Quatro identidades falsas.
  • Um manifesto manuscrito com duras críticas ao sistema corporativo de saúde.

O manifesto incluía frases como: “Esses parasitas tiveram o que merecem” e “Eu peço desculpas pelo sofrimento causado, mas era necessário.” Ele também afirmava que agiu sozinho.

Balas encontradas na cena do crime continham palavras como “negar” e “depor” gravadas nelas, possivelmente aludindo a práticas de seguradoras para evitar pagamentos de sinistros.

Quem é Luigi Mangione?

Natural de Towson, Maryland, Mangione vem de uma família rica com negócios no setor imobiliário e emissoras de rádio. Ele foi um aluno brilhante, orador de sua turma no ensino médio e concluiu bacharelado e mestrado em Ciência da Computação e Engenharia na Universidade da Pensilvânia. Durante a graduação, cofundou um clube de desenvolvimento de videogames e integrou uma sociedade acadêmica exclusiva para engenheiros de destaque.

Após a formatura, Mangione trabalhou como engenheiro de dados na TrueCar e, mais recentemente, vivia em Honolulu, Havaí. Apesar de um histórico acadêmico promissor, ele enfrentava dores crônicas nas costas, agravadas por um desalinhamento espinhal que o levou a uma cirurgia em 2023. Nos últimos seis meses, Mangione cortou contato com familiares e amigos.