Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Sofia Carson conversou sobre os bastidores da trilha sonora de Continência ao Amor (2022), além dos planos para tocar no Brasil
A produção digna de um tapete vermelho e a excelente iluminação na sala de estar de Sofia Carson em uma sexta-feira, cerca de 5h da manhã em Los Angeles, dizem muito mais sobre o altruísmo, a paixão e sua dedicação à carreira de artista do que pensa.
Filha de colombianos, Sofia Carson é uma das apostas mais bem sucedidas do Disney Channel dos últimos anos. A cantora, compositora, atriz e dançarina ficou conhecida após protagonizar a franquia Descendentes (2015), em que interpretou Evie, a filha da Rainha Má de Branca de Neve e os Sete Anões, e desde então, Carson faz a transição para um público mais maduro de maneira tão sutil que apenas quem a acompanha percebe.
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Entrando em uma ligação de Zoom antes mesmo de a maioria das pessoas tomar a primeira xícara de café, Carson está surpreendentemente relaxada – e animada – para iniciar mais um dia intenso de entrevistas, publicidades e cumprir a agenda lotada que vem após um sucesso. Aqui, falando especificamente de Continência ao Amor (2022), o filme mais bem-sucedido da Netflix este ano, além de ser um dos títulos mais assistidos da história do streaming.
Além do longa-metragem para a Netflix, também lançou seu álbum de estreia autointitulado Sofia Carson (2022), em março deste ano. As 10 músicas - seis delas co-escritas pela própria Sofia - são reflexos de sua história e seus maiores modelos de vida.
Em entrevista à Rolling Stone Brasil, a artista de 29 anos conversou sobre os bastidores para criar a trilha sonora de Continência ao Amor (2022), os próximos passos na carreira e suas inspirações musicais, além dos planos para tocar no Brasil. Confira na íntegra:
Rolling Stone Brasil: Primeiramente, parabéns pela atuação e pela trilha sonora em Continência ao Amor. Quais foram os desafios que você encontrou durante o processo para compôr as músicas do filme?
Sofia Carson: Escrever a trilha-sonora para este filme foi, igualmente, uma das coisas mais empolgantes e assustadoras que já fiz. Eu nunca tinha feito uma trilha-sonora antes e, por isso, coloquei uma pressão imensa em mim, já que estive trabalhando nesse roteiro e nessa personagem por quatro anos, sonhando com Cassie e com sua música, pensando em cada detalhe de como ela seria e como soaria sua voz.
Quando realmente precisei entrar no estúdio e trazer vida para a sua música, eu estava tão apavorada. Então, o maior desafio para mim, foi lidar com esse medo e me entregar ao momento. Tive a sorte de estar com Justin Tranter [co-produtor e co-compositor da trilha-sonora] meses antes de gravar, mas tivemos apenas uma semana para escrever as músicas e finalizá-las.
Rolling Stone Brasil: Uau! Um prazo realmente curto...
Sofia Carson: De fato. Mas foi lindo e mágico trazer vida à Cassie através das músicas, trazer vida à sua arte por suas músicas e contar a história de Continência ao Amor pela trilha-sonora.
Rolling Stone Brasil: E você teve alguma surpresa durante o processo de criação para a trilha sonora?
Sofia Carson: Olha, eu me considero uma letrista. Eu adoro escrever poesias e canções e uma curiosidade é que eu já havia escrito muitas das letras para as músicas antes de receber o roteiro. Então, minha parte favorita de todo o processo foi poder ligar partes dessas letras à história e a relação de Cassie e Luke, e agora os fãs realmente conectam estes momentos à evolução das letras nas músicas.
Foi um processo extremamente vulnerável, emocionante e harmonioso, e eu não poderia estar mais honrada em ver a recepção do público com as canções.
Rolling Stone Brasil: Falando mais sobre música e vulnerabilidade. Em todas as músicas que você já lançou, incluindo nas faixas do seu álbum, o público realmente consegue sentir suas emoções através da música. Para você, é fácil alcançar este nível de intimidade nas letras?
Sofia Carson: É uma excelente pergunta. Eu sinto que, a medida que eu vivencio e experimento ainda mais da vida, se torna mais fácil ser vulnerável. Hoje em dia, ser vulnerável é empoderador, sinônimo de força, e no passado a vulnerabilidade era considerada uma fraqueza.
Pessoalmente, é uma jornada maravilhosa e é algo extremamente ligado à minha arte. E é engraçado porque, como pessoa, eu sempre fui uma garota mais fechada e mais distante de sentimentos. Mas na música, eu poderia ser honesta, vulnerável e livre. Meus segredos mais obscuros poderiam estar seguros, mesmo que eu os cantasse para uma plateia com mais de 10 mil pessoas.
Rolling Stone Brasil: Há alguma atividade ou alguém que te ajude a se conectar com seus sentimentos?
Sofia Carson: Quando eu estou compondo uma música ou trabalhando em gravações [de músicas, ou filmes], eu sempre me desconecto do mundo exterior. Então, ao chegar no estúdio, eu sempre deixo meu celular no modo avião ou simplesmente desligo, para realmente não me preocupar com nada e estar totalmente imersa com o momento presente.
RS Brasil: Como essa entrevista é para a Rolling Stone, eu preciso perguntar: o que você tem escutado ultimamente?
Sofia Carson: A música que tenho escutado diariamente é "Glimpse of Us", de Joji. É uma música extremamente profunda e emocionante. E com certeza tenho escutado muito a nova parceria da doce Selena [Gomez], "Calm Down". Eu amo "Everyone At This Party", da Camila Cabello, "All Too Well - 10 minutes version", da Taylor Swift. E o novo álbum do Calvin Harris está ótimo, especialmente a parceria com Pharrel Williams e Halsey.
Rolling Stone Brasil: Eu preciso dizer: Por favor, volte para o Brasil! Precisamos ouvir Sofia Carson ao vivo, quem sabe em alguma turnê ou como atração de um festival...
Sofia Carson: Eu sei! Faz tanto tempo. Eu quero muito voltar. Minha equipe e eu estamos tendo conversas sobre o Brasil agora. E eu prometo que estarei aí assim que puder!
Rolling Stone Brasil: Ainda sobre o Brasil: Há algum artista brasileiro que você faria uma parceria?
Sofia Carson: São tantos os artistas brasileiros que gostaria de trabalhar. Especialmente as mulheres. Com certeza, a rainha Anitta.
Na minha infância, meu avô sempre tocava músicas brasileiras para mim, me mostrava vídeos do Carnaval e canções do Caetano Veloso, então seria um sonho realizado ter uma parceria com ele. Na realidade, eu trabalharia com qualquer artista brasileiro, há tanto talento nesse país.