Evento fechado marcou a aguardada transição de Barbados para uma república - e o rompimento com a coroa britânica
Quando o relógio marcou meia-noite desta terça, 30, Barbados clamou o fim da monarquia. Há quase 400 anos, a ilha caribenha era dominada pela coroa britânica — e agora, ela se torna, oficialmente uma república. Conforme explicou o G1, a nação é independente do Reino Unido desde 1966, mas ainda tinha a Rainha Elizabeth II como chefe de Estado.
Segundo informações da CNN, foi realizada uma cerimônia na segunda, 29, à noite, com diversas festividades que representaram a transição de ilha de reino para república. Em evento, a Rainha Elizabeth II foi retirada do cargo de chefe de Estado da Ilha enquanto Sandra Mason passou a ocupar o posto.
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“Por décadas, temos debatido sobre a transição de Barbados para uma república. Hoje, o debate e as conversas se tornaram ação. Hoje, damos um novo rumo à nossa bússola,” disse Mason (via CNN) no primeiro discurso como chefe de Estado da ilha caribenha.
A cerimônia fechada também contou com a presença (e discurso) do Príncipe de Gales,
Charles, filho mais velho de Elizabeth II, que comentou sobre a trajetória da ilha para se tornar república:
“Desde os dias mais sombrios do nosso passado, e a atrocidade aterradora da escravidão, que mancha para sempre a nossa história, o povo desta ilha forjou seu caminho com extraordinária fortaleza. Emancipação, autogoverno e independência foram seus pontos de referência. Liberdade, justiça e autodeterminação têm sido seus guias(...),” disse.
A cantora Rihanna, nascida na ilha, também participou da cerimônia em Barbados — e, na segunda, 29, foi condecorada heroína nacional. “Que você continue a brilhar como um diamante e honrar sua nação com suas obras, com suas ações,” disse a primeira-ministra Mottley à artista.
BREAKING: Rihanna is conferred with the honor of National Hero of Barbados by the prime minister pic.twitter.com/I036f4O2zx
— philip lewis (@Phil_Lewis_) November 30, 2021
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Além das comemorações, a cerimônia também recebeu críticas devido à presença do Príncipe Charles. Apesar de o monarca citar a escravidão, ativistas apontam para a falta de um pedido de desculpas, assim como para a relação entre a ilha e a coroa britânica baseada no comércio de escravizados.
Em entrevista à CNN, David Denny, secretário-geral do Movimento Caribenho pela Paz e Integração., pontuou: “Nenhum membro da família real deve participar do nosso principal dia de liberdade. A família real se beneficiou financeiramente da escravidão e muitos de nossos irmãos e irmãs africanos morreram na batalha pela mudança.”