Coleção Respeita Minha História, da empresa de Emicida e Fióti Laboratório Fantasma, quer devolver dignidade a pessoas em situação de rua
A Laboratório Fantasma — empresa criada pelos irmãos, rappers e empreendedores Emicida e Evandro Fióti na periferia de São Paulo (SP) — se uniu à ONG SP Invisível para uma campanha com objetivo de ajudar pessoas em situação de rua na capital paulista. Além de reverter uma porcentagem das vendas do mês de Natal, a LAB convidou 8 pessoas impactadas pela instituição para fazerem parte do ensaio da coleção Respeita Minha História, que chegou ao público nesta segunda, 31 de janeiro.
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Com intuito de entender moda além das roupas e criar iniciativas que incentivam comunicação e pertencimento, a coleção Respeita Minha História é composta pelo relançamento de 28 peças incluindo bonés, regatas, camisetas, entre outras peças. A campanha em parceria com a ONG é protagonizada por Rael e Drik Barbosa — também rappers e amigos dos fundadores da LAB —, além de pessoas em situação de rua que dependem da SP Invisível.
De acordo com Evandro Fióti, o número de pessoas em situação de rua triplicou em São Paulo no último ano e o objetivo da Laboratório Fantasma é criar um espaço de reflexão e debate, evitar a invisibilização dos indivíduos e narrativas em um momento de crescente desemprego e crise econômica no Brasil.
"É um absurdo que a capital financeira do Brasil e a maior metrópole da América Latina conviva com tamanha desigualdade. Estamos falando de dezenas de milhares de pessoas (em sua maioria negras); pessoas com sonhos, com afeto, que, pela ganância da elite brasileira, é empurrada para essa situação. É um absurdo e precisamos nos incomodar com essa violenta realidade," disse o CEO da Laboratório Fantasma.
A campanha funciona assim: uma porcentagem das vendas da coleção Respeita Minha História será revertida para a SP Invisível. Além disso, oito indivíduos impactados pela iniciativa Natal Invisível — que deve proporcionar ceias de Natal para mais de 5 mil pessoas em situação de rua e angariar fundos para um banco de alimentos — foram convidadas para o ensaio fotográfico da coleção. Como resumiu Fióti:
O desemprego e a precarização do mercado de trabalho têm feito com que boa parte da população não tenha o que comer. A fome voltou a ser um assunto muito grave em nosso país. O hip-hop salvou as nossas vidas e nós acreditamos que ele é capaz de inspirar a sociedade e transformar essa triste realidade que, infelizmente, é um projeto do Estado Brasileiro. Só de forma coletiva conseguiremos criar fôlego para mudar essa realidade. A vitória precisa ser coletiva, então precisamos nos movimentar de forma coletiva também.