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Episódio 5 de ‘Gen V’ prepara a colisão inevitável entre Marie e Cipher

Quinto capítulo do derivado de The Boys acelera a trama principal e eleva Marie a um novo patamar, mas sacrifica o desenvolvimento de coadjuvantes e a identidade única da série

Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)

Episódio 5 de 'Gen V' prepara a colisão inevitável entre os personagens Marie e Cipher
Episódio 5 de 'Gen V' prepara a colisão inevitável entre os personagens Marie e Cipher - Crédito: Reprodução

Em seu quinto episódio, a segunda temporada de Gen V pisa no acelerador e finalmente posiciona suas duas peças mais importantes no centro do tabuleiro: Marie (Jaz Sinclair, O Mundo Sombrio de Sabrina) e Cipher (Hamish Linklater, Missa de Meia-Noite). Com revelações impactantes sobre a natureza de seus poderes, a trama ganha uma nova camada de complexidade e urgência, mantendo o público atento para a inevitável colisão que se aproxima. Contudo, ao mesmo tempo em que a série encontra seu foco, ela também se aproxima perigosamente da sombra de The Boys, sua série-mãe.

O que diferenciava Gen V era justamente seu espaço para explorar a psique de jovens superpoderosos, tratando seus traumas e inseguranças como o verdadeiro catalisador de suas habilidades. Essa abordagem, infelizmente, parece estar perdendo lugar para as conexões cada vez mais diretas com o universo de The Boys. O carismático e aterrorizante Cipher, sem dúvida o grande acerto da temporada, funciona como o motor dessa mudança, arrastando a narrativa para a grande conspiração que já conhecemos.

O exemplo mais claro desse efeito colateral é o arco de Emma (Lizze Broadway). Desde o início, a personagem carrega um potencial imenso para discutir temas como autoestima e distúrbios de imagem, mas a temporada a jogou em tramas de alívio cômico e a um triângulo amoroso que não faz jus à sua complexidade. O mesmo ocorre com Jordan (Derek Luh/London Thor). Esses personagens, com os quais já criamos um forte laço afetivo, parecem se tornar excessos que o roteiro não sabe como lidar, perdendo o brilhantismo que tinham no primeiro ano.

Por outro lado, este é o episódio de Marie. Se antes a personagem carregava o fardo da “Escolhida” com relutância, aqui ela começa finalmente a abraçar a dimensão de seu poder. A série a constrói quase como uma figura messiânica, uma espécie de “Jesus” para este universo, e a cena final, na qual ela realiza um feito que desafia a própria vida, solidifica essa posição. Sua evolução é o contraponto perfeito a Cipher, estabelecendo o grande conflito que deve definir não apenas o final da temporada, mas talvez o futuro de todo o universo da franquia.

Com isso, este novo episódio se firma como um episódio crucial. Ele entrega as revelações que o público esperava e eleva a tensão a um novo patamar, mas o faz ao custo de parte da identidade que tornava Gen V tão especial. Resta saber se, na reta final, a série conseguirá equilibrar seus próprios dramas com as demandas da trama maior, sem sacrificar os personagens que nos fizeram amá-la em primeiro lugar.

O que esperar da segunda temporada de Gen V?

Gen V explora as vidas de jovens super-heróis, alunos da Universidade Godolkin, administrada pela Vought International, colocando à prova os seus limites físicos, sexuais e morais enquanto eles concorrem aos melhores contratos paara atuar nas melhores cidades, assim como os heróis de The Boys.

No segundo ano, enquanto o resto dos Estados Unidos se adapta ao punho de ferro do Capitão Pátria (Antony Starr, G20), os alunos da Universidade Godolkin lidam com um misterioso novo reitor (Hamish Linklater), que prega um currículo que promete torná-los mais poderosos do que nunca.

Porém, é difícil se preocupar com aulas quando a guerra entre humanos e supers está se formando, dentro e fora do campus. Logo, o grupo fica sabendo de um programa secreto, que remonta à fundação da Universidade Godolkin, e pode ter implicações maiores do que eles imaginam. E o pior é que, de alguma forma, Marie faz parte disso.

Quem está no elenco do novo ano de Gen V?

Além de Jaz Sinclair, a segunda temporada de Gen V conta com os retornos de Sean Patrick Thomas (No Balanço do Amor), Lizze Broadway (Bones), Derek Luh (Runaways), Maddie Phillips (Caçadoras de Recompensas), London Thor (Lady Bird: A Hora de Voar) e Asa Germann (Dahmer: Um Canibal Americano).

Junto com Hamish Linklater, as novidades incluem Keeya King (Yellowjackets), Stephen Kalyn (Na Trilha do Perigo), Julia Knope (Sombra Lunar), Stacey McGunnigle (This Hour Has 22 Minutes), Tait Fletcher (Breaking Bad), Wyatt Dorion (Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra) e Georgie Murphy (O Acusado).

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Jornalista em formação pela Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, Giulia Cardoso começou em 2020 como voluntária em portais de cinema. Já foi estagiária na Perifacon e agora trabalha no núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo.
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