Famke Janssen sobre personagem em ‘Império de Amsterdã’: ‘Uma criança selvagem’
Eterna Jean Grey, da franquia X-Men, estrela nova série da Netflix, que está entre as dez produções mais assistidas da plataforma de streaming
Henrique Nascimento (@hc_nascimento)
Neerlandesa, Famke Janssen construiu uma extensa carreira em produções hollywoodianas. Ela despontou como a Bond girl Xenia Onatopp, de 007 Contra GoldenEye, de 1995, mas se consagrou mesmo como a mutante Jean Grey, da franquia X-Men, papel pelo qual é lembrada até os dias de hoje.
No universo das séries, fez curtas, mas marcantes participações em produções como Nip/Tuck, criada por Ryan Murphy (American Horror Story), e How to Get Away With a Murder, produzida por Shonda Rhimes (Grey’s Anatomy); e estrelou Hemlock Grove, sucesso dos primórdios da Netflix, exibida entre 2013 e 2015.
Dez anos após o final da série, a atriz retoma a parceria com a plataforma de streaming e, pela primeira vez, tem a oportunidade de voltar às suas origens: ambientada na Holanda, Império de Amsterdã, que estreou em 30 de outubro na Netflix e já está entre as séries mais assistidas do serviço no Brasil, é a primeira produção em que Janssen pôde atuar em sua língua materna, além de apresentar a sua cultura ao mundo.
“Eu vim para a América quando tinha 22 anos. Eu não havia começado a atuar antes dos meus vinte e tantos. Então esse foi o primeiro projeto em que atuei no meu próprio idioma”, celebrou em entrevista à Rolling Stone Brasil.
“O que eu amo muito sobre o que a Netflix está fazendo no momento são os conteúdos locais. Seja no Brasil, Coreia do Sul, China ou em qualquer outro lugar. E, neste caso, em Países Baixos, em Amsterdã. É no idioma original, é muito sobre a cultura local, mas tem uma plataforma para que as pessoas possam ver globalmente”, acrescentou Janssen.
Em Império de Amsterdã, a atriz interpreta Betty Jonkers, uma ex-diva pop, que abandonou a sua carreira para se tornar uma esposa dedicada, mas descobre que está sendo traída pelo marido. Para se vingar, ela decide ir atrás de todos os bens dele, incluindo a rede de coffeshops Jackal, referência no comércio de maconha em Amsterdã.
Para Janssen, Betty é como “uma criança selvagem”, que não tem ideia de como seguir com a sua vingança, mas decide encará-la mesmo assim: “Ela não só está incrivelmente machucada, mas com muita raiva. E, como ela sabe todos os pontos fracos [do marido], ela quer ir atrás do império de maconha, da casa, do cachorro, de tudo”, conta.
“É muito divertido interpretar Betty porque ela é meio ultrajante. Ela é como uma criança selvagem, que não pensa, só age. Ela não é uma pessoa organizada que vai planejar como tomar controlar desse império de maconha. ‘Vou fazer, vou fazer aquilo.’ Não, é pura emoção, que vai se concretizando em algo com todas as consequências que vêm com isso”, completa Janssen.
Porém, apesar do estilo de “esposa troféu” de Betty, a atriz alerta que é importante não julgá-la apenas pela primeira impressão: “Ela é poderosa à sua própria maneira sem nem mesmo saber disso. Acredito que ela seja algo que precisa crescer e aprender muito. Todos nós precisamos. (…) Mas apesar de ela parecer como uma esposa troféu, ela não é, no fim das contas. Ela é bem diferente do que parece. Eu diria para não julgar um livro pela capa”, finaliza.
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