Em leilão, o autorretrato de Frida Kahlo foi arrematado por R$ 192 milhões e estabeleceu um novo recorde para obras de artistas latino-americanos
Além de ser uma das grandes artistas do movimento surrealista do século XX, Frida Kahlo tem um legado inestimado para a cultura — e continua a fazer história. Na terça, 16, seu autorretrato "Diego y yo" bateu um recorde pessoal da pintora, assim como de um artista latino-americano: foi vendido por US$ 34,9 milhões (cerca de R$ 192 milhões, segundo cotação desta quarta, 17) em um leilão da Sotheby's, em Nova York.
Conforme noticiou o The Washington Post, a venda bateu o recorde anterior de um artista latino-americano estabelecido por Diego Rivera, pintor mexicano e marido de Kahlo. A obra "The Rivals" arrecadou US$ 10 milhões (cerca de R$ 55 milhões, segundo cotação) em um leilão realizado em 2018.
+++LEIA MAIS: Retratos de Frida Kahlo, anotações e cristais: Florence Welch mostra a casa onde mora
A pintura de Kahlo foi o último grande autorretrato realizado pela artista antes de morrer em 1954. A Sotheby's afirmou, durante o leilão, que a mexicana atingiu “o ápice de seu domínio técnico” na época em que desenvolveu a recordista "Diego y yo".
#AuctionUpdate: Frida Kahlo’s 'Diego y yo (Diego and I)' was acquired by the Eduardo F. Costantini Collection, a renowned collector with a longstanding commitment to supporting Latin American art and artists, and founder of Malba, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires. pic.twitter.com/Us3sZNZZhN
— Sotheby's (@Sothebys) November 17, 2021
Apesar da importância da obra, assim como o recorde estabelecido durante o leilão na Sotheby’s, o valor arrecadado com a obra está abaixo do estimado por especialistas. Segundo o G1, a pintura "Diego y yo" foi avaliada anteriormente na faixa de US$ 30 milhões a US$ 50 milhões.
+++LEIA MAIS: Museus da quarentena: Como a arte é afetada pelo isolamento social?
A obra leiloada pertencia a uma coleção privada e tem uma dedicatória feita pela artista: "para Florence e Sam com o carinho de Frida". Eduardo Costantini, argentino fundador do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA), foi o comprador e mas o autorretrato deve ir para a coleção particular dele.
Conforme relembrou o G1, o autorretrato “Diego y yo” é uma das obras mais emblemáticas da artista mexicana, quem se tornou um símbolo da luta feminista. Na pintura, o rosto de Diego Rivera é retratado na testa de Kahlo, acima das sobrancelhas características e dos olhos, retratados com lágrimas.
+++LEIA MAIS: 8 livros para celebrar a vida e a arte de Frida Kahlo
Segundo especialistas, a forma que Frida Kahlo retratou o marido quase como um “terceiro olho” no autorretrato “Diego y yo”, poderia representar a proeminência de Rivera na consciência de Kahlo.