ENTREVISTA

Joia rara: Kenya Sade, a nossa ‘Mulher Rei’

À Rolling Stone Brasil, a apresentadora e jornalista musical conta sobre o início da carreira à frente dos principais festivais do Brasil

Felipe Fiuza

Publicado em 27/03/2025, às 16h33
Foto: @vitormanon
Foto: @vitormanon

Na tarde de uma segunda-feira que antecedia o Lollapalooza Brasil 2025, Kenya Sade espremeu um tempo em sua agenda para bater um papo com a Rolling Stone Brasil sobre sua – já brilhante – carreira, que abrange a apresentação dos principais festivais e especiais de música no Brasil como o já citado Lollapalooza, Rock in Rio, The Town e o show de encerramento da turnê The Celebration Tour, da Madonna, além do Tomorrowland, Afropunk e Circuito Sertanejo.

Kenya é um dos nomes em ascensão da TV brasileira e uma das pessoas mais incríveis que conheci, sua trajetória merece muito mais do que os 40 minutos que durou nosso papo e sei que seu sucesso está apenas começando, pois como ela mesma disse, a tradução de seu nome, Sade, significa "aquela que carrega a coroa", e essa coroa é tão reluzente quanto ela mesma. A entrevista na íntegra você confere a seguir.

Como foi receber o convite para apresentar seu primeiro festival?

Eu sou uma pessoa que consome festivais há muito tempo, e costumo dizer que era a rata dos festivais, porque eu vou ao Lollapalooza desde a primeira edição, que, se não me engano, foi em 2012, e um dos headliners era o Arctic Monkeys. Eu era essa jovem que adorava o rock and roll, pop punk e tudo mais.

Eu amava esses festivais, porque era uma oportunidade de assistir artistas internacionais que jamais veria se não fosse na grade de um festival. E aí, alguns anos se passaram, e recebi o convite para, em 2022, participar do Lollapalooza Brasil. Mas eu queria voltar um pouquinho para contar essa história. Antes, eu trabalhava na Trace, que era uma plataforma de cultura afrourbana, e a gente focava os nossos artistas falando sempre de um lugar afrocentrado, e o nosso programa, o Trace Trends, passava na grade do Multishow, por isso, eles me viram nesse programa e me chamaram para fazer um teste.

Fui, empolgadíssima, sabendo que aquilo poderia mudar a minha vida. Eu não sabia exatamente para que seria aquele teste, porque eles não dizem, até por uma questão confidencial da casa, e entreguei o meu melhor. No dia, tinha levado uma pauta sobre o Emicida, AmarElo, que na época estava super em voga, pois eu ia ter que falar sobre esse artista de um lugar histórico, social e tudo o mais, então, pensei nele [Emicida] que contempla isso muito bem.

Foi muito engraçado, pois o teste durou mais ou menos umas três ou quatro horas, e foi exatamente com as dinâmicas que a gente faz no festival que era uma câmera apontada, e você tinha que falar daquele artista. Além disso fiz uma entrevista “internacional” com o produtor, fingindo que ele era a Miley Cyrus, tudo em um clima muito legal, mas eu estava tão nervosa que não saquei que aquele teste era para um festival, ou seja, eu fiz o teste numa sexta-feira, e na segunda-feira seguinte eles me ligaram e disseram: Kenya, você foi aprovada e vai participar do Lollapalooza 2022! Fiquei super feliz, porque eu não poderia imaginar, e era um sonho participar de um festival.

Então, o Multishow e o Bis se dividem e ficam com alguns palcos. O Multishow fica geralmente com os palcos que a gente vai chamar de principais, não existe palco principal, a gente sabe que todos são importantes, mas digamos que os artistas mais renomados estão nesses palcos. Então, o Multishow fica com esses palcos 1 e 2, o Bis fica com o palco 3 e 4, que são palcos mais alternativos de música eletrônica e de alguns artistas que estão surgindo na cena.

Nesse primeiro ano, como eu estava chegando na casa nova, fiquei no Canal Bis, pois ele se divide com o Multishow na transmissão, e foi muito legal, porque foi uma escola. Fiquei responsável pelo palco 4, mas também fazia algumas entradas no palco 3. Eu apresentava a música eletrônica e naquele ano teve Alok, Caribou e outras bandas superlegais que eu conheci através do festival, e é aquela coisa louca mesmo, é meio que vambora, o festival começou, entrega tudo de si.

Somos muito bem preparados pela equipe da Globo e do Multishow, que disponibiliza uma bíblia com todas as informações dos artistas, o que precisamos saber das novidades, qual turnê eles vão trazer pro Brasil, e aí é claro que cada apresentador coloca a sua pitadinha do que acha relevante, do que acha interessante. Cada um traz a sua linguagem, mas a gente sempre se prepara muito, faz alguns workshops, até chegar o dia do festival e brilhar, né?

Então eles já mandam pra vocês um compilado, não falam: ó, vem fulano de tal, te vira aí.

Não! Somos muito bem resguardados. Recebemos essa bíblia com mais ou menos umas três semanas de antecedência do festival, além de termos workshops onde trocamos informações sobre os artistas, e tem também as dinâmicas, por exemplo, agora com o Lolla 2025, nós fazemos dois dias antes do festival uma dinâmica presencial com todo mundo, falando sobre os artistas, onde escutamos as músicas e cada um fala um pouquinho do seu texto, do que vai falar ao vivo para todo mundo ficar familiarizado com o todo. É claro que cada um vai aprofundar mais os artistas que irão cobrir, mas todos os apresentadores envolvidos no festival sabem um pouco de todas as apresentações.

Então seria meio que uma reunião de pauta pra todo mundo ficar na mesma página e caso aconteça alguma coisa, todo mundo já sabe mais ou menos o que falar?

Exatamente. E acima de tudo, saber também o mood do festival. Acho que cada festival tem um propósito, o Lolapalooza desde o início tem como principal meta a descoberta de novos sons, novos artistas e também curta os que já estão no mercado há mais tempo, que já são consagrados, mas é um festival pra você descobrir, então, é claro que vai ter uma banda ou outra do indie pop que acabou de surgir, que não necessariamente a gente vai conhecer, mas naquela reunião de pauta vamos trocando.

Você fala com tanta propriedade desde do sertanejo, que você faz no Circuito Sertanejo, até o Sepultura, que você falou no Rock in Rio, mas tem uma coisa que o pessoal aqui da redação é muito curioso pra saber: o que tem na playlist da Kenya?

Olha, gente, na minha playlist tem muita coisa. É até difícil dizer, porque eu sou muito eclética. E aí parece que é mentira.

Eu venho de uma família muito musical, minha mãe, por exemplo, ouvia muito MPB, por isso, na minha playlist tem Milton Nascimento, pois é memória afetiva. Quando eu escuto Milton, me emociono, me lembro dos momentos com a minha mãe, com a minha falecida avó, com a minha família. Era Milton, Elis Regina, Tom Jobim, eu venho desse núcleo familiar que era da MPB, como minha avó, que adorava samba, principalmente Elza Soares, e essa paixão passou pra mim, mas, obviamente, fui ficando mais velha e adquirindo meus gostos pessoais.

Eu amo Grace Jones, uma artista preta americana que era um ícone da moda e grande artista, acho sua música super gostosa pra dançar na pista ou pra ouvir em casa. Ela traz um pop, jazz, disco, bem sedutor, que é maravilhoso! Eu amo Grace Jones.

Tem também a Doechii, rapper da nova geração, que tenho escutado muito ultimamente, e que tem mexido muito comigo, por toda sua trajetória, como também uma mulher preta retinta no rap, eu amo.

Não é segredo pra ninguém que eu adoro Beyoncé pelo que é e o quanto ela revolucionou a indústria e serve de exemplo e de case pra tantos outros shows. Acho ela uma grande entertainer, além de uma empresária gigante. Sade, que deu origem ao meu nome e que trouxe muito do jazz pra cultura pop.

Amo Liniker, somos amigas de longa data e acredito que ela é uma artista que ainda vai reverberar muito. Já entrou pra história do Brasil, e com certeza vai muito longe. Adoro Ed Luna, Gal Costa. Sou apaixonada pela voz da Gal, é muito maravilhosa.

Parece que ela não é desse planeta, né?

Exato, parece que Gal não é desse planeta. Uma pena que tenha ido tão cedo, mas ela vive nos nossos corações.

Escuto muito Rita Lee também. Eu sou muito oitentista, né? Acho que é importante falar isso, adoro música dos anos 1980, e é muito curioso, pois eu e minha esposa, a Thamyres Donadio, também ama a música dessa época.

Mas eu também estou sempre ligada nas vozes da nova geração, como a Melly, que lançou o álbum Amaríssima no ano passado, uma artista baiana, de MPB, e tem chamado muito minha atenção.

Eu gosto muito de música latina, como Bad Bunny, Nathy Peluso, Rosalía e sou uma amante – tem gente que não vai acreditar – de Racionais Mc’s. Eu adoro rap. Na minha adolescência, eu escutava muito Racionais, gosto muito do Mano Brown, e acredito que, para além dos Racionais serem um grupo musical, eles são um movimento de sociologia, para o entendimento de mundo, das periferias no Brasil.

E sertanejo?

Muita gente me pergunta se eu gosto de sertanejo sabia? E, sim, eu também consigo entender e gostar dessa vertente, que começou lá atrás com uma sonoridade mais campestre. Chitãozinho & Chororó é maravilhoso, suas letras falavam da vida no campo, das belezas do sertão, uma coisa extraordinária. Mas é claro que a música vai mudando, pois os tempos são outros. Hoje em dia as letras são mais sobre sair, beber e tudo mais.

Mas eu gosto de sertanejo porque está relacionado à minha história, pois meu padrasto, que veio do interior do Paraná, ouvia muito Sertanejo, então eu também, de certa maneira, fiquei sensível a ouvir sertanejo por conta dele. E me ajuda, inclusive, nas pautas do Circuito Sertanejo.

Quando somos pequenos não temos muita escolha, né?

Exatamente, acabamos ouvindo o que nossos pais escutam. Mas além do sertanejo, ele me apresentou um estilo, que, na época chamava-se flashback, que na verdade é disco music. Ele ouvia muito Chaka Khan, Jimbo Ronde, então também fui muito influenciada por esse outro lado e acabei me tornando uma grande fã desse estilo. Amo Donna Summer! Estou para ver uma artista que continua tão atual e contemporânea, com músicas que tocam até hoje. Minha formação musical vem da base e isso me ajuda até hoje em tudo que eu faço.

Em relação ao que você comentou que falo tudo com muita profundidade, acho que, acima de tudo, tenho uma responsabilidade muito grande com o que eu faço, e muito respeito com os artistas, de todos os gêneros. Respeito todos os gêneros, todos os artistas, pois acho que não existe música boa ou ruim, existe música, porque se faz sentido para o outro, está tudo certo. A gente não precisa necessariamente gostar, a gente tem que respeitar.

Então eu sou essa profissional que acima de tudo respeita os artistas e sempre quer entregar o melhor.

Agora, mudando um pouco para a Kenya entrevistadora. Como foi o papo com a Viola Davis?

Olha, até hoje eu não acredito que entrevistei uma das maiores atrizes do planeta [risos]. Ela já era uma referência para mim, principalmente por conta do seriado How to Get Away With Murder. Eu a acompanhava antes, mas, de fato, o seriado a alavancou e, ela própria disse que mudou sua vida e a percepção do grande público. Ela é uma grande atriz, com todas as suas facetas que vão desde o drama, ao humor e ao suspense.

Fui chamada para entrevistá-la sobre a estreia de A Mulher Rei, e para começar, a história já me arrepiava dos pés à cabeça, pois fala sobre as guerreiras de Daomé, muito antes do tempo da escravização. É sobre as mulheres que lutavam pra manter o seu reinado e o seu poder no Império de Oió, e esse é um tema muito emocionante pra mim, pois conta a história de toda a nossa ancestralidade, e poder trocar isso com a autora e com a atriz foi uma coisa de outras vidas, de verdade. Foi muito especial, foi um dos momentos mais especiais da minha vida.

Na época, eu ainda trabalhava na Trace, e quando cheguei naquela sala e me deparei com as pessoas ali sentadinhas esperando o seu horário pra entrar, pensei: meu Deus, daqui a pouco sou eu! Eu tinha me preparado muito, pois quando acontecem essas junkets, todos os convidados assistem o filme antes de ser lançado, e foi incrível, pois quando eu fui nessa premiére só para jornalistas, assisti com outro olhar, anotando tudo para perguntar como é que foi pensado, e fiquei muito emocionada.

Eu saí do cinema com meu caderninho cheio, tinha preparado uma pauta, mas pensei: será que vou com essa pauta pré-pronta? Porque eu sempre me preparo muito. Mas naquele dia eu pensei: bom, eu já tenho as perguntas, mas também vou chegar e sentir o clima, pois e se eu quisesse falar alguma coisa que viesse do coração? E aconteceu. Eu tinha exatamente 4 minutos, quando entrei na sala o relógio já estava contando: 3:59, 3:58, pensei: meu Deus, não posso perder muito tempo aqui! A Viola estava sentada numa poltrona que imitava a estética do filme, e eu sentei em uma outra poltrona na sua frente para começar a entrevista.

Eu tinha uma pergunta que era sobre o filme, mas quis fazer o contrário, falei da minha emoção. E eu acho que esse é o ponto. Acho que quando a gente é verdadeiro, quando a gente fala de um lugar do coração, a gente toca o outro, né? Disse a ela que fiquei muito emocionada por ela trazer uma narrativa de mulheres pretas daquele reinado, mas principalmente mulheres pretas retintas na tela e que me senti representada.

Nossa, isso levou a conversa para um lugar que foi uma aula, sabe? Então, aquele dia também me ensinou que é importante você ter a pauta e estudar, mas o mais importante é você estar no momento e se doar para aquilo. É meio que se permitir rasgar a pauta e falar do coração. Essa entrevista com a Viola Davis me provou muito isso.

Ela provavelmente já devia estar respondendo perguntas sobre o filme o dia inteiro, né? E quando chega uma pessoa falando sobre uma pauta diferente ou até mesmo um assunto pessoal, chega a ser um alívio para ela também.

Sim! A gente criou um lugar de conexão. Tudo bem que foi uma conexão de menos de três minutos, mas foi uma conexão [risos]. E sabe o que foi mais engraçado? No final da entrevista (deu tempo de fazer umas três, quatro perguntas), assim que a gente finalizou, alguém começou a trabalhar com uma furadeira na parede do outro lado! Foi muito engraçado pois ela disse: oh, ainda bem que não foi no meio da nossa entrevista, né? E a gente riu, então eu tenho registrado na minha história que eu dei risada com Viola Davis. [risos]

E o nervosismo?

Nossa, eu estava muito nervosa pois sabia que seria muito especial. Eu geralmente fico nervosa muito antes, uns dois dias antes, mas no dia eu acordo e penso: tá bom, vamos lá, não tem mais o que fazer, não tem pra onde fugir. Sou o tipo de pessoa que não foge de nenhuma situação pois adoro novos desafios, mas sempre me preparo muito, porque nervosismo não vai te atingir tanto se você estiver muito preparada. Agora, se você não se preparar e ficar nervosa, não vai conseguir falar, agir, conversar, então, eu acho que o segredo é a preparação. Quando você tá preparado, nem o nervosismo te derruba.

E depois você vai embora. Porque eu sinto que o nervosismo, até pro ao vivo que eu faço, ele acontece nos cinco minutos antes que você tá com o fone, que o diretor tá lá: cinco minutos pra entrar no ar! Nesse momento bate o nervosismo mesmo, não tem jeito, mas quando abre a câmera e o diretor conta: três, dois, um; e a câmera ficou vermelha, você só vai, se joga.

O ao vivo já virou parte de você agora, né? Mas e pra segurar o atraso da em rede nacional?

Olha, vou te dizer que quando me falaram da Madonna, eu sabia que ia ser um outro momento muito especial. Costumo dizer que minha vida é pautada por alguns grandes momentos, como a (entrevista com a) Viola Davis, e a Madonna, que deu uma virada de chave enquanto apresentadora na TV Globo, principalmente, pois você tá falando com milhares de brasileiros, e a gente tinha um roteiro que nos preparou para 10, 15, 20 minutos de atraso no máximo, mas nada te prepara pra ficar falando sem parar na televisão. Eu tenho experiência de fazer ao vivo, principalmente nos festivais do Multishow, e levei essa experiência para a Globo, e fui muito concentrada porque eu sabia que a Madonna estava atrasando muito nessa turnê, que foi o último show da turnê The Celebration Tour, celebrando os mais de 40 anos de sua carreira.

Eu sabia que era um momento muito importante para o Brasil e achava que ela ia atrasar muito e tinha conversado sobre isso internamente, mas responderam que tinham conversado com ela e talvez não atrasasse tanto.

Eu fui, muito bem, digamos, “brifada”; li sua biografia, escutei os álbuns, assisti entrevistas pois sabia que ela ia atrasar. Só não sabia que ia atrasar tanto! [risos]. De fato, 40 minutos segurando não foi fácil, mas na hora passou rápido, de certa maneira, pois estava dividindo com o Marcos Mion, que é um grande entertainer da TV brasileira e tem muita experiência, então fomos juntos nessa dança. Costumo dizer que o ao vivo, quando ele é feito em pares, precisa existir uma dança e estar muito bem conectados, porque senão, as coisas não fluem.

E estávamos muito bem alinhados, mas a própria direção, até para não nos deixar nervosos, não falam, a gente ouvia o diretor dizendo pelo ponto que ela ia atrasar mais 10 minutinhos, depois mais cinco, depois mais 10, e na terceira vez dos 10 minutinhos eu pensei: não, espera aí gente, alguma coisa está acontecendo. [risos] Mas me deixei levar. Foi uma noite muito especial e a praia de Copacabana estava, maravilhosa, lotada de gente. Eu nunca tinha visto tamanha quantidade de pessoas emanando uma energia tão boa e depois aquele espetáculo da Madonna. Foi uma noite memorável, entrou no meu top de melhores shows da vida, com certeza.

Qual o seu top 3 de shows?

O primeiro foi do Stevie Wonder, em 2013 no Campo de Marte, mas não lembro de fato se era um festival ou se era um show solo. Eu fiquei tão impressionada com sua maestria em cima do palco, com dois pianos, e quando ele mudava a mão, mudavam-se todos os arranjos das músicas, lembro de pensar que aquilo era uma aula de música, pois o Stevie entrega o melhor em relação a R&B e soul, música preta americana, sendo uma das grandes referências para muitos que vieram depois, de fato um professor.

O segundo, acho que entra Madonna, que foi incrível pela energia, pelo show e pela entrega e o terceiro foi a turnê de Caetano e Maria Bethânia, com as músicas que já fazem parte do DNA do brasileiro, além de ser muito emocionante ver os dois juntos no palco, dois irmãos que, como diz Caetano, ‘não somos gêmeos, mas é como se fôssemos’, porque eles estão muito conectados em uma sintonia de vida e de musicalidade.

E a preparação agora para o Lollapalooza 2025? Vai rolar alguma coisa diferente?

O festival continua igual, com os três dias habituais e essa 12ª edição conta com grandes nomes da nossa música e com vários artistas novos também, como headliner no primeiro dia, a Olivia Rodrigo, esse grande nome pop da nova geração, que tem apenas 22 anos e já é bem grandiosa vem pela primeira ao Brasil, e acho que o público está bem ansioso para esse show. No segundo dia temos como headliner a Alanis Morissette, que é para uma outra geração, dos 35+, e que também estão muito ansiosos para vê-la mais uma vez no palco, e no terceiro dia, o headliner será o Justin Timberlake.

Então, são três dias que contemplam públicos bem diferentes, e como eu falei no início, o Lolla é um festival para todas as gerações, e acho que esse ano conta com uma miscelânea musical muito boa, pois teremos de tudo, desde o pop ao rock, do metal ao pop punk e ao indie rock.

A novidade é que esse ano eu não estou na grade do Multishow, vou estar 100% dedicada à TV Globo, iremos gravar todos os dias do festival os programas que vão ao ar no mesmo dia, então, não teria como eu estar nos dois lugares [risos], mas fico muito feliz porque o Multishow continua sendo a minha casa, não vou estar lá, mas estou sempre mandando as melhores energias, pois foi e continua sendo a minha escola do ao vivo. Essa nova fase na Globo vai ser muito legal pois estarei ancorando os três dias do festival e na sexta-feira, como comentarista junto comigo, a Maísa, que é atriz, apresentadora e ama a cultura pop, acho que o público vai se surpreender pois ela já entrevistou a Billie Eilish e entende tudo de Olivia Rodrigo, então vai ser um bate-papo muito gostoso, e vai trazer esse olhar de uma jovem para o festival e estou muito animada para essa troca.

Já nos outros dois dois dias do festival, teremos a presença do Júnior Lima, que entende muito de música, e como ele é músico, vai poder trazer esse olhar de alguém que está na estrada desde cedo e vai ter muito a acrescentar na nossa transmissão.
Estou muito animada e me preparando, estudando, pois são vários artistas e eu gosto de saber, nem que seja um pouco, de cada um deles.

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