Com referências a comédias românticas e músicas de Taylor Swift, livro se tornou uma sensação na plataforma de vídeos e pode ganhar adaptação
O TikTok já provou diversas vezes que é capaz de transformar filmes, séries e músicas em grandes sucessos. Com a literatura, não poderia ser diferente. Numa dessas, a escritora Lynn Painter viu o seu livro de estreia, Melhor Do Que Nos Filmes, viralizar de forma orgânica e se tornar um dos títulos mais populares da plataforma de vídeos.
O livro, que conta com diversas referências a comédias românticas e músicas de Taylor Swift, traz a história de Liz, uma jovem determinada a encontrar seu "felizes para sempre", assim como em seus filmes favoritos. Para isso, decide pedir ajuda a seu vizinho irritante, Wes.
Em entrevista à Rolling Stone Brasil, em parceria com o CineBuzz, Lynn Painter, que veio ao Brasil para participar da Bienal do Livro de São Paulo, contou como as redes sociais ajudaram no sucesso de Melhor Do Que Nos Filmes, o que o público pode esperar da sequência, Não É Como Nos Filmes — que será publicada pela Intrínseca em novembro —, e se há a possibilidade de vermos a história ser adaptada para os cinemas ou streamings. Confira:
Lynn Painter:Surgiu da vontade de querer escrever uma personagem que é obcecada por filmes românticos, de modo que ela sabe que o amor virá até ela como em um filme e depois tudo é arruinado na cara dela. Acho que gostava do conceito disso e acabou ganhando vida própria.
L.P.:Não. Ele foi lançado em 2021 e o lançamento foi bem tranquilo até um ano depois. O livro saiu dos EUA e a Haley Pham, uma YouTuber americana, que tem alguns milhões de inscritos, disse que [Melhor Do Que Nos Filmes] era seu livro favorito. E, combinando isso com o TikTok, as pessoas ouviram falar dele. Portanto, foi absolutamente uma surpresa muito agradável e demorada.
L.P.:Como todo mundo, sou obcecada. Ela é uma inspiração e tanto. Suas letras, por si só... Qualquer escritor poderia aprender com a Taylor. [Ela] é simplesmente muito boa.
L.P.:Nunca foi minha intenção. Em Melhor Do Que Nos Filmes, usei apenas “Paper Rings” e “New Year's Day”, porque elas se encaixavam naquela parte do livro. E no [livro] Mil Vezes Amor, eu fui um pouco mais intencional. Achei que seria engraçado inserir alguns versos e ver se os swifties reconheceriam que era uma letra da Taylor Swift sendo usada em uma conversa.
O BookTok [comunidade de fãs de livros no TikTok] tem o poder de popularizar muitos livros em todo o mundo. Como a rede social contribui com o seu trabalho?
L.P.:Imensamente, e eu não fiz nada para que isso acontecesse. Sinto que muitos autores, como Lauren Roberts, que escreveu os livros Powerless, são muito bons no TikTok. Ela é tão boa no TikTok, é uma potência e eu não sou assim. Eu não sou uma social media legal, eu nunca faço um TikTok em que apareço. Quem iria querer ver isso? Mas ainda me beneficio de todos os criadores incríveis, que gostam de fazer edições e vídeos sobre os meus livros. Eles são incríveis e são a melhor propaganda boca a boca de todos os tempos. Por isso, sou muito grata. Não sei como tive tanta sorte.
L.P.:Não senti, porque meus próximos livros já estavam mais ou menos escritos e entregues ao meu editor antes de Melhor Do Que Nos Filmes se tornar popular. Portanto, não senti essa pressão. Senti muita pressão quando escrevi a continuação, [mas] só porque, depois que o livro é lançado, os personagens meio que pertencem aos leitores, certo? Por exemplo, se você gosta de Melhor Do Que Nos Filmes, Wes Bennett é seu agora. Não quero escrever algo que estrague seu Wes Bennett. E se eu estiver pensando em algo e alguém disser: “Meu Wes nunca pensaria isso”. Eu estava muito preocupada com isso.
L.P.:Nunca. Em entrevistas anteriores, eu disse que nunca leria uma continuação porque, pessoalmente, odeio continuações. Muitos filmes e livros, como O Diário de Bridget Jones, eu nunca assisti a nenhum dos outros. Nunca vi o segundo porque penso que, se eles acabam felizes no final, por que eu iria querer ver o resto? Não, obrigado.
Então, sempre pensei: “Não, eu nunca escreveria uma continuação”. E então meu editor disse: “Tem certeza de que não quer escrever uma continuação?” E então eu disse, bem, só se eu pudesse encontrar uma maneira de usar conflitos externos, porque Wes Bennett nunca trairia, eles não poderiam se separar organicamente, minha mente não consegue lidar com isso.
Comecei a pensar em conflitos externos, como coisas que podem acontecer na vida, e pensei: “Espere um segundo”. Surgiu uma ideia com a qual comecei a brincar e pensei: “OK, quero fazer isso”. Foi acidentalmente. Nunca quis escrever uma continuação.
L.P.: Foi incrível. Eles são meus favoritos porque são meus primogênitos. E sinto como se tivesse passado os últimos cinco anos da minha vida com eles todos os dias, porque estou escrevendo esses capítulos.
Meu amigo disse: "Você está escrevendo fanfic para seu próprio livro". E eu disse: "Ah, meu Deus, eu estou!". Eu os amo, tem sido uma alegria. Então, estou meio triste [com a conclusão do livro]. Eu estava literalmente chorando quando escrevi o final de Não É Como Nos Filmes, porque pensei: "Pode ser esse [o fim], certo?"
L.P.:Há opções, o que não significa necessariamente que se tornará um filme, mas houve conversas. Vamos ver o que acontece.
L.P.:Essa é uma pergunta muito difícil, porque estou com prazos de entrega há um ano direto. Então, não me permito ler. Ali Hazelwood, adoro todos os livros dela, então, se alguém estiver procurando um bom jovem adulto, eu adoro Check & Mate. E acabei de terminar um livro - ela [Ali] é minha única exceção e leio dentro do prazo. Li Noiva e o livro seguinte, Não É Amor, e adorei os dois.
L.P.:Sim, porque a Liz adora todas elas e eu também adoro. É muito difícil. É como escolher seu filho favorito, porque eu adoro Mens@gem para Você e Harry & Sally - Feitos Um para o Outro, que são meus filmes favoritos. Mas também 10 Coisas Que Eu Odeio em Você está sempre lá em cima. Então, não sei se poderia escolher.
