Originalmente, peça foi usada para celebrar o 45° aniversário do então presidente John F. Kennedy
O ano era 1962, e a icônica atriz Marilyn Monroe marcava o mundo com sua presença no 45° aniversário do então presidente John F. Kennedy (JFK). Cerca de 60 anos depois, a socialite Kim Kardashian usou o mesmo vestido para o Met Gala de 2022, realizado na última segunda, 2.
“A ideia realmente me veio depois do [último] Met [em setembro de 2021]. Pensei comigo mesma, o que eu teria feito pelo tema americano se não fosse o look Balenciaga? Qual é a coisa mais americana que você consegue pensar? E essa é Marilyn Monroe,” disse Kardashian à Vogue. “Para mim, o momento mais Marilyn Monroe de todos foi quando ela cantou ‘Parabéns Pra Você’, para JFK, foi esse look.”
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Para o evento, a estrela de Keeping Up with the Kardashianspintou o cabelo inteiro de loiro: “Possei o dia inteiro apenas tingindo meu cabelo, 14 horas sem parar.”
Baseado em um esboço de Bob Mackie para o figurinista francês Jean-Louis, o vestido causou alvoroço em 1962 quando Marilyn Monroe o usou. Na breve filmagem da performance, é possível ouvir o público suspirar enquanto ela tira o casaco de pele branco para revelar o visual translúcido cintilante com mais de seis mil cristais.
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“Hoje em dia todo mundo usa vestidos transparentes, mas naquela época não era assim,” afirmou Kardashian. “De certa forma, é o vestido nude original. Por isso foi tão chocante.”
À Vogue, Mackie, que tinha 21 anos na época, relembrou o momento icônico: “Após o dia do desenho do esboço, eu não tinha ideia do que era até as fotos do evento aparecerem no jornal. Marilyn estava incrível e realizou exatamente o que pretendia.”
“A Fox Studios não a deixava usar nada muito revelador nos filmes, por causa do escândalo anterior do calendário de nudez,” continuou o estilista. “E ela realmente não se importava, porque fora demitida. A figura dela estava no auge, o vestido era uma forma clássica da moda na época.”
Segundo informações da Vogue, Monroe pagou a Jean-Louis US$ 1.440 pela peça personalizada, vendida em leilão em 1999 por mais US$ 1 milhão. Em seguida, foi vendido por US$ 4,8 milhões no Julien's Auctions em 2016, e mais tarde foi adquirido pelo Ripley's Believe It Or Not Museum, de Robert Ripley.
Até hoje, detém o recorde de ser o vestido mais caro vendido em leilão. “Sou uma grande fã de leilões e possuo várias peças do JFK, então conheço o dono do Julien’s. Ele conseguiu me conectar [com Ripley] e assim a conversa começou,” explicou Kim Kardashian.
Armazenado em um cofre, o vestido nunca foi usado por qualquer outra pessoa além de Marilyn Monroe. Antes de Ripley concordar em emprestar a peça a Kardashian, ela foi convidada a experimentar uma réplica do tamanho - e encaixou perfeitamente.
Em seguida, o vestido original foi levado, em avião particular, para a casa da socialite. Porém, o segundo ajuste não saiu como planejado. “O vestido foi transportado por guardas e precisei usar luvas para experimentá-lo”, explica. “Então, quando não cabia em mim, queria chorar porque não pode ser alterado de forma alguma.”
Para conseguir entrar no vestido para usá-lo no Met Gala, Kim Kardashian aderiu a uma dieta rigorosa: “Eu usava um traje de sauna duas vezes por dia, corria na esteira, cortava completamente todo o açúcar e todos os carboidratos e apenas comia os vegetais e proteínas mais limpos.”
Ela comentou como “não morri de fome, mas eu era muito rigorosa.” Um mês depois, a estrela estava nos cofres de Ripley em Orlando para a prova final. Desta vez, o vestido coube.
Mesmo com todo perrengue, Kim Kardashian usou o vestido de Monroe por apenas alguns minutos, por conta da natureza frágil e o valor histórico da peça. “Sou extremamente respeitosa com o vestido e o que ele significa para a história estadunidense. Nunca iria sentar nele, comer com ele ou ter qualquer risco de danificá-lo, além de não usar o tipo de maquiagem corporal de costume,” afirmou.