Retrato de Prince assinado por Andy Warhol passa por processo e pode criar precedente judicial
Andy Warhol, artista sinônimo do movimento pop art, e Prince estão no centro de uma polêmica judicial. A Suprema Corte dos Estados Unidos tenta definir se o artista infringiu direitos autorais ao utilizar fotografia do cantor feita por Lynn Goldsmith como base de seu retrato.
Conforme apontado pela Folha de S.Paulo, a arte foi encomendada pela Vanity Fair, em 1984, para ilustrar um artigo sobre Prince. A fotógrafa recebeu US$ 400 pelo uso da foto na imagem serigrafada com o rosto roxo do músico.
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Os problemas surgiram em 2016, com a morte de Prince. A Fundação Andy Warhol licenciou nova imagem de Warhol, que utilizava a mesma fotografia como base, para a editora Conde Nast, responsável pela Vanity Fair. No entanto, Goldsmith não recebeu parte dos US$ 10.250 do acordo e afirmou ter tido seus direitos desrespeitados.
Os juízes da Suprema Corte norte-americana se reuniram na última quarta, 12, para debater se a fotógrafa deve ser compensada ou não. "Há muito em jogo para a expressão artística neste caso. Isso tornaria ilegal para artistas, museus, galerias e colecionadores mostrarem, lucrarem, e talvez até possuírem, uma quantidade significativa de obras", afirmou Román Martínez, advogado da Fundação (via G1).
Para Lisa Blatt, advogada de Lynn Goldsmith, o fato da obra ser transformadora não isenta o artista da necessidade de pagar pelos direitos autorais. "Adicionar um novo significado é uma boa razão para copiar de graça," argumentou.
A decisão final deve ser emitida até 30 de junho de 2023.