Dirigida por Kiko Goifman, María de Buenos Aires reúne a soprano Catalina Cuervo e o coletivo P*tas Davida no Theatro Municipal de São Paulo
Com elenco formado por prostitutas, a ópera-tango María de Buenos Aires comemora o aniversário de 110 anos do Theatro Municipal de São Paulo, o qual acontece no próximo domingo, 12. (Via O Globlo)
Dirigida por Kiko Goifman (Bixa Travesty), a peça de Astor Piazzolla (1921-1992) reúne a soprano colombiana Catalina Cuervo e o coletivo P*tas Davida, formado pelas protitutas Elaine Bortolanza, Lua Negra, Dannyele Cavalcante e Betania Santos - esta última é presidente da Associação Mulheres Guerreiras: Profissionais do Sexo Unidas pelo Respeito.
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Juntas, quebram estereótipos sobre a prostituição, encenam uma produção paulistana apresentada pela primeira vez em 1968 - a primeira a integrar prostitutas no elenco - e contam a história da trabalhadora sexual e cantora María, a qual vaga pela cidade de Buenos Aires após a morte.
A ópera segue protocolos contra a covid-19, como elenco reduzido, o uso de máscara em cenas com mais de um ator, coreografias de tango sem parceiros. Além disso, o Theatro disponibilizará no máximo 40% da plateia, que será obrigada a usar máscaras que não são de pano.
O coletivo tem apoio da grife Daspu, dirigido por Bortolanza, com quem Goifman trabalhou anteriormente em um desfile em 2015. Ao lado de P*tas Davida, o diretor faz sua estreia na ópera.
"A gente já ocupou outros espaços, como o Masp e o Paço das Artes, mas é a primeira vez que pisamos no palco do Municipal. P*ta é uma palavra censurada, né? Achei genial o convite do Kiko, a ousadia de afirmar isso no Brasil é algo grandioso," disse Bortolanza a Folha de S. Paulo.
Confira mais informações sobre María de Buenos Aires no site oficial do Theatro Municipal.
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