Lista assinada e comentada pelo jornalista Rob Sheffield apresenta Prince e U2 entre melhores e Black Eyed Peas como o pior
Publicado em 14/02/2023, às 15h22 - Atualizado em 17/02/2023, às 10h35
A Rolling Stone US publicou uma lista com os melhores shows realizados no intervalo do Super Bowl, a partida final da liga americana de futebol americano, a NFL. Foram consideradas todas as performances realizadas de 1967, ano em que a tradição teve início, até 2023.
Vale lembrar que os shows só ganharam o caráter de grande espetáculo, com artistas renomados, a partir da década de 1990. Até então, as performances eram realizadas geralmente por bandas marciais. Em 1991, a proporção mudou com a contratação do New Kids on the Block como forma de homenagear os 25 anos do Super Bowl. Dois anos depois, Michael Jackson fez uma apresentação histórica que colocou o evento em outro patamar no que diz respeito a audiência e interesse do público fora do esporte.
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O texto assinado pelo jornalista Rob Sheffield para a Rolling Stone US coloca o show de Prince, em 2007, como o melhor de todos os tempos. No comentário que acompanha a escolha, Sheffield declara:
“Todo mundo sabia que Prince faria disso um festival de ‘esquisitices’ para a posteridade. Mas superou todas as expectativas, em meio a uma tempestade em Miami. Um cover do Foo Fighters (‘Best of You’)? ‘We Will Rock You’ (Queen) em ‘Let’s Go Crazy’? ‘All Along the Watchtower’ (Bob Dylan, também conhecida pela versão de Jimi Hendrix) Uma jam épica e típica de guitar hero em ‘Purple Rain’? Este sensual cretino continuou trazendo surpresas - uma explosão histórica de arrogância do rock and roll. Essa performance ficou muito mais famosa nos anos após sua trágica morte em 2016. Enquanto ele estava vivo, ele lutou para impedir que alguém a publicasse online, para que você nem a encontrasse no YouTube. Mas, desde sua morte, ocupou seu lugar como um momento lendário de Prince. Totalmente perfeito. Totalmente legal. Totalmente Prince.”
A performance do U2, em 2002, ficou em segundo lugar e foi descrita como “um dos melhores momentos do rock and roll na TV ao vivo em todos os tempos”. Beyoncé, em 2013, garantiu a terceira posição. Colaborações fecharam o top 5: em quarto, no ano de 2022, a reunião de rappers Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige, 50 Cent e Kendrick Lamar; em quinto, a “salada mista” com Aerosmith, Britney Spears, ‘NSync, Nelly e Mary J. Blige, no ano de 2001.
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O show realizado recentemente por Rihanna conquistou a oitava colocação. Outros destaques de anos recentes incluem Shakira e Jennifer Lopez em sexto, Lady Gaga em décimo e Katy Perry com Missy Elliott em décimo segundo. A já mencionada performance de Michael Jackson, que redefiniu os padrões do evento, foi lembrada na décima quarta posição.
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Como todos os shows foram ranqueados, destaques negativos foram mencionados para justificar a ordem. O pior show da história do Super Bowl para a Rolling Stone US foi o do Black Eyed Peas, em 2011. No texto, Rob Sheffield declara:
“O pior. Apenas o pior. Assistindo na hora, você sabia instantaneamente que estava testemunhando algo mágico e especial – como ver um unicórnio tossir sangue. O Black Eyed Peas tinha trajes de robôs iluminados. Legal! Meio que legal! Eles tocaram sua versão de ‘I’ve Had the Time of My Life’. Não é tão legal! Usher parecia querer se esconder. Em seguida, as palavras trágicas: ‘senhoras e senhores... o primeiro e único… Slash’. Oh Slash, pobre Slash – um dueto com Fergie em ‘Sweet Child o’ Mine’. Como isso aconteceu? Este foi o mesmo Super Bowl onde Christina Aguilera fez sua interpretação memorável do Hino Nacional, então, sim, aquele foi um dia difícil para a música. Para os fãs do Steelers também.”
A primeira apresentação no novo formato, realizada pelo New Kids on the Block, também figurou entre as piores. Sheffield observa que “foi aqui que as pessoas começaram a aprender que poderiam fazer um show de verdade no intervalo, mas aprendendo devagar”. Entre os mais recentes, o Maroon 5 também esteve na parte mais amarga do ranking. O texto diz:
“Ninguém queria chegar perto do Super Bowl em 2019, em meio a toda a indignação com Colin Kaepernick sendo colocado na lista negra da NFL. Cardi B e Rihanna recusaram. O melhor que a NFL conseguiu foi Adam Levine, que nunca pareceu menos uma estrela do rock do que quando gritou: ‘Posso tocar guitarra para você agora?’. Foi horrível.”
Confira abaixo a lista completa publicada pela Rolling Stone US e assinada por Rob Sheffield.
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pós-graduado em Jornalismo Digital. Desde 2007 escreve sobre música, com foco em rock e heavy metal. Colaborador da Rolling Stone Brasil desde 2022, mantém o site próprio IgorMiranda.com.br. Também trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, site/canal Ei Nerd e revista Guitarload, entre outros. Instagram, X/Twitter, Facebook, Threads, Bluesky, YouTube: @igormirandasite.